capítulo seis

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Jeon Jungkook nunca foi um sentimentalista, e portanto, nunca se apaixonou antes. Pelo contrário, sempre evitou qualquer indício de apego romântico, pois não tinha esse desejo, e não queria se atrelar a alguém e deixar sua responsabilidade de líder de lado.

Sua experiência havia ensinado que sentimentos se opõem à racionalidade e por ser um líder, não devia desenvolver relações afetivas, pois precisaria ser racional em todos os aspectos.

"Chegará um momento em sua vida, meu filho, que precisará de alguém ao seu lado, um ômega companheiro, que te apoie em suas decisões."

Claramente, sua mãe não concordava com seu ponto de vista, e sempre o alertava que em algum momento precisaria encontrar alguém para si, pois de acordo com a mesma, todos merecem amar e a solidão é o pior sentimento do mundo.

E Jeon Heejin entendia bem sobre solidão, pois desde que seu marido se foi, o vazio e a dor nunca se curaram e agora, precisava de todos para ajudá-la em tudo, pelo fato da quebra da marca ter a deixado com sequelas e completamente dependente.

A mãe de Jungkook sempre foi alguém muito forte, todos a admiravam, principalmente seus filhos. Sempre foi uma mulher decidida, mas carinhosa com seu povo e sua família, por esse motivo, foi muito difícil aceitar que dependeria de outras pessoas até mesmo para andar.

Parte do motivo pelo qual Jungkook não se via em um relacionamento era por ter presenciado a situação em que sua mãe se encontrava. Não suportava ver o quanto a mulher sentia dores e ficava emotivamente frágil. Não queria se conectar de alma com alguém, para no fim acontecer o mesmo com seu parceiro ou parceira.

Além disso, Jeon Heejin era uma mulher orgulhosa, que jamais demonstrava fraqueza, por esse motivo, apenas saia de casa para caminhar em seu jardim ou durante os festivais de inverno que ocorriam anualmente.

Não gostava de ver a piedade encrustada na feição do povo, o que para ela não tinha necessidade, pois estava muito bem.

Por não querer ser vista por ninguém, os únicos o qual mantinha contato eram seus filhos, que sempre a visitavam, além de Hoseok e Seokjin, que intercalavam para checar a saúde da ômega, e claro, a enfermeira que cuidava de si vinte quatro horas por dia, Kim Jisoo.

A ômega era como uma filha que Heejin nunca teve, tinham tanta intimidade que podiam conversar sobre tudo. Ao ponto da garota já ter confessado para si ser apaixonada por seu filho.

Da mesma forma, a mulher de meia idade se sentia à vontade para dar conselhos e desabafar com garota, quando sentia-se mal.

Eram verdadeiras amigas.

Naquele instante, Heejin encontrava-se nervosa, extremamente irritada e incomodada.

Queixava-se pela ausência de seu filho mais novo.

- Não se preocupe, Sra. Heejin, o líder Jeon deve estar muito ocupado. Com a presença dos lobos do sul e o festival se aproximando, deve haver muitas responsabilidades. - disse Jisoo, tentando reconfortar a mulher.

- E há uma responsabilidade maior do que cuidar da própria mãe, Soo?

- Bem... É complicado.

- Eu sei, querida, pareço uma velha rabugenta, bem sei como é ocupado! O pai dele era igual. - revirou os olhos, enquanto a enfermeira sorria. - Mas o único que tem me visitado é Namjoon, ainda assim, porque o maravilhoso esposo dele o faz se lembrar de mim. O que seriam dos alfas sem os seus ômegas, não é?!

- A senhora é hilária! - exclamou Jisso enquanto ria levemente, recebendo um sorriso da mais velha.

- Que bom que te fiz rir, querida. Me parece tão triste esses dias.

A Profecia dos Lobos (Taekook-Vkook) Onde histórias criam vida. Descubra agora