NICHOLAS
Ao saímos do estacionamento do shopping, o rapaz acelerou o carro até sumir de vista da loira, assim reduziu a velocidade, ele estava muito sério e calado. Até que resolvi quebrar o silêncio:
— Você está se sentindo bem? — dirigi o meu olhar para suas mãos, onde ele as tinha ao volante; notando em seu pulso direito a pulseira de ouro com pingente sob medida.
— Sim obrigado. — ele me respondeu sem desviar a atenção da estrada.
— Me desculpe! Não deveria ter aceitado que você me leve para casa. — constrangida abaixei a cabeça.
— Eu que lhe peço desculpas, pôr a ter colocado em meus problemas. Você deve ter me achado um idiota. — ele me observou com olhar piedoso que me fez mover de compaixão ao notar seus olhos azuis ficarem marejados.
— Não... eu não o vejo assim, você é um cavalheiro foi tão generoso e simpático.
— Obrigado. — ele mostrou um pequeno singelo meigo sorriso.
Durante aquele percurso, ele estava muito tenso e calado, resolvi não o incomodá-lo. Ele colocou um dos clássicos que estava acostumado a ouvir, me perguntou se estava incomodando o som ligado, apesar de detestar músicas clássicas, respondi que não. Naquele momento não estava me importando em ouvir aquelas músicas ultrapassadas e cafonas sem animação alguma que faziam sentir sono; pois estar ao lado daquele anjo sem asas e auréola, me fascinava. Assim peguei no sono que nem pude reparar ele percorrer o meu bairro e que logo já estávamos na porta de minha casa. Ao notar que estava adormecida, não quis incomodar e me pegou em seus braços, aconchegado ao seu corpo, enquanto eu tinha a boca e o ouvido ao seu másculo peitoral. Ele se afastou do carro e se aproximou da porta, tocou a campainha. Mediato meu pai o atendeu e ficou enciumado, um pouco meio assustado ao me ver aconchegada aos braços de um estranho bem trajado e com um luxuoso carro esportivo.
— Boa tarde, senhor! — educadamente ele cumprimentava o meu pai.
— Boa tarde! — meu pai o respondeu ao estar circunspecto.
— O senhor é o pai da moça?
— Sim... o que fez a minha filha? — ele notava os meus ferimentos e a forma como me aconchegava aos braços do estranho, ao estar adormecida.
— Me desculpe! — o cavalheiro ficou meio sem jeito se sentindo embaraçoso perante a situação que se encontrava. — Eu a esbarrei o carro, não a percebi, ela teve alguns arranhões e o osso do tornozelo fraturado.
— Meu Deus! Minha filha foi acidentada e deve estar muito ferida! — minha mãe se aproximou, com as mãos a boca.
— Não se preocupe senhora, eu já cuidei de tudo, a levei ao pronto socorro e fizeram todos os procedimentos médico necessários.
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Um dia meu primeiro amor
Roman d'amourUma história inesquecível de amor, carinho e compreensão. o primeiro amor, o amadurecimento, a relação entre pais e filha. o recomeço e o perdão. as várias maneiras que o amor é capaz de partir e curar o coração. Somente o amor é a solução par...