A Mulher do Pastor

Juliette

      Estava se sentindo tão mais tranquila depois de conversar com Sarah e esclarecer as coisas, quer dizer, esclarecer algumas coisas, foi bom poder contar como rodolffo era controlador e radical em alguns aspectos, mas não podia dizer nada sobre a perturbação que sentia quando estava perto de Sarah, talvez isso fosse normal entre amigas ou não, como explicar algo que nem ela mesmo sabia o que era.

   Por sorte, Sarah não ficou chateada com o que ela havia explicado, muito pelo contrário, acabou se aproximando mais, acabou passando o número do seu celular simples para ela, agora recebia mensagem pela manhã, está certo que só foram duas, mas adorou, leio várias vezes antes de apagar, não ia deixar de bobeira para Rodolffo ver e implicar, sabia bem como a implicância dele era terrível.

    Já ia começar a sua rotina de todo o dia limpar a casa a igreja e depois cozinhar, quando o celular apita com novo SMS, largou tudo e correu para ler. Era Sarah.

          "Adorei o bolo, divino. Pode passar aqui um minuto antes de eu ir para o trabalho?"

   Entrou em casa, ajeitou o cabelo e trocou de blusa antes de ir. Sarah já tinha deixado o potão aberto e a esperava encostada na soleira da porta. Sentiu um friozinho na barriga quando viu ela ali parada com aquele sorriso perfeito.

- Olá Juliette! Bom dia! Não estou te atrapalhando? Estava muito ocupada?

- Bom dia Sarah. Eu tenho o dia todo para fazer serviço. E você não trabalha mais, não?!

- Esse é o lado bom de ser sócia, posso chegar um pouco atrasada e ninguém vai me demitir.

- Me chamou aqui pra elogiar o bolo?

     Sarah dá um sorriso meio de lado antes de mexer com Juliette.

- Olha só tá aprendendo a ser irônica, acho que sou uma péssima companhia né?! Não, eu queria te mostrar umas fotos que fiz outro dia, acho que vai gostar. Vem comigo.

   Foi seguindo Sarah até o escritório, ali a bagunça continuava quase igual ao dia  em que estavam arrumando o resto da casa, que por sinal se mantinha bem limpa ajeitada para alguém que trabalhava fora o dia todo.

    A outra ligou o notebook e encaixou um pendrive ali e então começou a procurar algumas fotos específicas, eram tantas fotos, Juliette pensou que não conseguiria achar nada naquele amontoado de fotografias, mas Sarah conseguiu localizar as que queria em pouco tempo.

- Tirei essas fotos em uma mansão muito maneira lá prós lados da zona sul, e com uma dona que se acha a própria rainha da Inglaterra.

- Por que? Muito arrogante?

- Ah não! Ao contrário disso, super gente boa, mas com uma mania de mordomo, chá das cinco e tudo mais, acredita que o mordomo se chama Alfred?

- É um nome bonito.

   Sarah revira os olhos como se estivesse dizendo, me poupe!! Juliette acha graça e ri baixinho.

- Adorei isso Juliette, você precisa rir mais, sabia?

   Sentiu o rosto corar nessa hora, maldita timidez, tentou mudar de assunto rapido.

- Posso ver as fotos agora?

- Claro, vem cá.

   Pegou pela mão e puxou Juliette para bem perto do computador, estava quase com o rosto colado no de Sarah, conseguia até sentir a respiração dela na sua mão apoiada na escrivaninha.

  Por um momento não conseguiu prestar atenção em mais nada, era como se Sarah ocupasse toda sala e ela não pudesse se mover, porque qualquer movimento faria Sarah se afastar, então começou a prestar atenção ao que ela dizia quando ia passando de foto em foto.

- ...e esse ficava perto da escada, era quandro enorme, pena que na foto não dá pra perceber o tamanho, e esse aqui,  achei o mais bonito de todos, parece até um Van Gogh, e esse último aqui, imagina o trabalho que não deu para fazer todos esses detalhes pequenos.

    Se desligou um pouco da sensação que Sarah causava e prestou atenção aos quadros, eram mesmo lindos, mas não tinha prestado atenção aos primeiros.

- Posso ver eles outras vez?

- Claro, é só ir clicando aqui, aprecie!

    Levantou da cadeira e fez Juliette sentar, as posições se inverteram, agora era Sarah que se achava de pé bem ao lado dela, sentia dessa vez a respiração em sua nuca e orelha, o coração disparou a bater contra suas costelas, parecia que dançava sapateando dentro do peito de Juliette. Mas conseguiu ver todas as fotos dessa vez.

- São lindas. Adoro quadros.

- Sabia que ia gostar, por isso tirei essas fotos escondido.

- Você tirou essas fotos só para eu ver?

- Sim. Gostou mesmo?

     Sentiu um nó se formando na garganta e as lágrimas juntando nos cantos dos olhos, estava tão agradecida.

- Ninguém nunca fez isso por mim. Obrigada Sarah.

   Dessa vez o abraço partiu dela, apertou Sarah nos braços sem constrangimento, bem forte, de uma forma que nunca havia abraçado ninguém e nem sido abraçada quando Sarah retribuiu.
_________________________________

Um capítulo bem soft <3

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até a manhã 🤍