II

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      A tarde já começava a ceder lugar à noite. Finalmente Juliette havia sido examinada, medicada, e feito vários exames. O que uma consulta paga não faz para aumentar a "disponibilidade dos médicos."

     Ela dormia de forma suave, apesar de usar uma mascara com oxigênio para respirar com mais facilidade, teria que passar a noite ali, para o caso de um novo aumento subido da febre ou da falta de ar.

     Sarah passaria a noite ali com ela, não se importava de dormir sentada numa poltrona, só iria ficar 100% tranquila, quando Juliette estivesse fora do hospital. Pocah também não quis arredar o pé dali até ter certeza que não precisariam de mais nada, mas Sarah ainda precisaria dela para mais uma coisa.

     Juliette acorda e olha para Sarah, que faz um carinho no cabelo da outra.

- Como você se sente agora, Juliette?

- Meu corpo todo dói, mas ao menos me sinto lúcida.

- Isso é bom, mas você vai ter que ficar aqui até amanhã , é só por garantia.

- Sarah, eu não posso ficar. Se Rodolffo chegar em casa e não me encontrar, não quero nem pensar no
que ele vai fazer.

- Ele não vai fazer nada, porque não vou deixar. Vou até sua casa falar com ele e explicar o que te aconteceu.

- Mais Sarah, isso é loucura, e se ele te machucar? Sinto medo só de imaginar isso.

       Pegou na mão de Juliette e deu um beijo carinhoso.

- Então descanse e não imagine nada. Eu sei me defender, fique tranquila. Enquanto vou lá. Pocah vai ficar aqui com você, ok?

       Juliette solta a mão de Sarah e vira para o outro lado da cama.

- Eu não quero ela aqui.

- Ela ajudou a gente, pode até não parecer a primeira vista, mas ela é uma boa pessoa. Pode confiar nela como confia em mim.

       Voltando a olhar para Sarah, dessa vez de forma bem insegura, Juliette pergunta.

- O que ela disse é verdade? Vocês foram namoradas?

- Foi mais ou menos isso. Mas já acabou, eu estou sendo honesta com você.

       O silêncio tomou conta do quarto Juliette não diz nada, mas parece estar pensando em algo e Sarah não quis interromper seja lá o que for que a outra esteja pensando.

- Sabe Sarah, eu não entendo. Como depois de ter uma mulher como Pocah, você é capaz de dizer que gosta de mim? Isso parece tão irreal, não consigo acreditar.

       Sarah nesse momento não estava se importando com o que os enfermeiros iriam pensar se entrasse no quarto naquela hora, deitou ao lado de Juliette,  olhando bem nos olhos dela e explicou.

- Porque não me apaixonei só pela sua aparência, me apaixonei pelo seu jeito meigo e assustado, pela sua voz suave quando canta, pela sua força em aguentar tudo que acontecesse na sua vida. Eu gosto de você por inteira, coisa que nunca havia acontecido antes comigo. Só amei alguém uma vez antes disso, e hoje percebo que foi uma coisa totalmente idiota.

- Talvez um dia você também pense isso ao meu respeito.

- Dúvido muito, mas no momento sei bem o que sinto. Agora preciso ir falar com o pastor, antes que ele coloque a polícia atrás de você. Tudo bem a Pocah ficar aqui?

- Sim, se diz para mim confiar nela, eu confio então.

      Tirou a máscara de oxigênio do rosto de Juliette e deu um beijo de leve nos lábios dela.

- Não se preocupe, eu volto logo.

      Aproveitou que Juliette estava mais tranquila e foi falar com Pocah na sala de espera, ainda iria precisar de um favor dela.

- E aí Sah, como ela está? O que deu nós exames.

- Uma pneumonia, mas já está medicada, talvez amanhã vai para casa, mas precisa passar a noite aqui. Pocah preciso de um favor seu, mais um.

- Claro, o que vai ser?

- Vou até casa de Juliette falar com o....o....pastor....

- O marido dela né? Eu vi a aliança Sarah. Você só se mete em roubada, tenho dó.

- Não preciso de sermão agora. Pode ficar com ela enquanto vou lá?

- Claro, não vai ser nada constrangedor, eu olhando para cara dela e ela para minha sem nenhum assunto, espero que ela durma ou finja dormir. O que eu não faço para te ajudar heim?

- Olha Pocah, desde que vocês duas não saiam no tapa, já vai estar ótimo. E obrigada por mais esse favor.

- De nada, vou lá ficar com sua princesinha protestante. Por favor toma cuidado, não provoque o homem ok? Eu não vou poder estar por perto pra te socorrer. Quer meu carro para ir até lá?

- Obrigada, vou tomar cuidado. Não, eu não tenho condições de dirigir, estou um pouco nervosa.

     Pocah foi até quarto onde Juliette estava e Sarah saiu para conseguir um táxi. Enquanto o carro corria pela cidade, ela se perguntava. como iria conseguir falar com aquele monstro sem dar uns tapas naquela cara redonda e careca. Respirou fundo e começou a cantar mentalmente uma musica repetitiva que ajudava a acalmar seus nervos.

Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito
mais...

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Eai estão gostando do desenvolvimento da história?

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até amanhã 🤍

A Mulher do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora