I

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        Quando chegaram ao
Hospital, Pocah entrou com o carro direto pela entrada de ambulâncias, nem se importo com a bronca do guarda.

      Sarah achou uma cadeira de rodas e sentou Juliette nela, a febre não tinha cedido nem um pouco. Foram até a área de espera do pronto socorro.

- Pocah, fica com ela aqui que vou fazer a ficha ou sei lá o que é preciso.

      Não havia uma única cadeira vaga para sentar ali, tinham até algumas pessoas sentadas no chão. Pocah encostou a cadeira com Juliette mais perto o possível da porta, assim poderia tomar um pouco de ar, apesar do frio a sala de espera era abafada e com cheiro muito forte.

    Enquanto isso Sarah ia falar com uma das atendentes.

- Minha amiga está com muita febre, precisa de uma consulta.

      Sem ao menos levantar os olhos para olhar Sarah, a moça da recepção entrega um cartão com o número 27, não estendeu bem o que aquele número significava.

- O que é esse número?

- A senha da sua amiga.

- Ela vai ter que esperar 27 pessoas para ser atendida.

- Não meu bem, são 27 pessoas só para  fazer a ficha, quanto ao atendimento, vai da disponibilidade dos médicos.

     Tinha vontade de pular aquele balcão de atendimento e dar uns tapas na atendentes, Juliette não podia esperar tudo isso.

- Mas minha amiga está mal, ela não pode esperar mais.

- Olha a sua volta garota, você acha que quem está aqui por acaso se sente bem? Tem muita gente passando mal também. Quer algo rápido? Pague a consulta.

- Isso é sério? Se eu pagar ela vai ser atendida logo?

- Sim, ali fora tem uma porta escrito "EMERGÊNCIA", leva ela ali.

       A cada minuto que passava o desespero de Sarah ia aumentando, Juliette tinha o corpo quase deitado na cadeira, a febre fazia o rosto suar e os olhos brilhavam de uma forma assustadora. não tinha como esperar, pagaria a consulta. Foi até onde Pocah segurava a cadeira de Juliette.

- E então? Fez a ficha?

- Tem muita gente na frente dela, vou pagar a consulta, vamos para a outra parte.

     Ia empurrando a cadeira e sussurrando no ouvido de Juliette que tudo ficaria bem, e ao mesmo tempo tentava se converser disso também.

     Ali era mais tranquilo, tinha poucas pessoas. Foi mais uma vez tentar fazer uma ficha e conseguir a consulta para Juliette.

- Minha amiga não está bem, me disseram que aqui era mais rápido. O que eu tenho que fazer para ela ser consultada logo?

- Ela tem plano de saúde?

- Não.

- Então é particular, você passa os dados dela, faço a ficha. A consulta custa R$150, depois que pagar, ela já pode ser atendida.

    Pegou a ficha e levou para Juliette ajudar a preencher, tinha coisas básicas como RG, ou data de nascimento  que Sarah não sabia. Por fim com tudo anotado, voltou e entregou a moça, só faltava o pagamento. Começou a preocurar a carteira na bolsa, revirou tiro tudo, jogou o conteúdo da bolsa no chão e então notou com desespero que tinha deixado a carteira em casa.

- Olha, eu esqueci a carteira, vou em casa, pego e já pago. Por favor atenda ela logo.

- Não posso quebrar as regras, ela só vai ser atendida depois que pagar.

- Drogaaa!!! Eu volto logo, não vou dar um calote. Que porra, o que mais eu preciso fazer para ela ser atendida.

      Começou a chutar várias vezes o balcão da recepção, o que atraí atenção de algumas pessoas que estavam ali, a atendente já estava levando a mão ao telefone, provavelmente mora chamar o segurança, nessa hora Pocah coloca a mão no ombro de Sarah para acalma-la.

- Olha fica ali com Juliette, eu converso com a moça.

       Passou as duas mãos pelo rosto e foi para perto de Juliette, se abaixou para poder falar com ela.

- Juh, estou tentando de tudo para ajudar, mas da tudo errado. Me perdoa.

- Eu estou bem, só preciso deitar um pouco.

     Não, ela não estava bem, não era preciso ser um gênio para notar isso, o barulho da respiração estava mais alto, e conseguia notar como ela respirava com dificuldade, como se o ar não chegasse aos seus pulmões. Ouviu a moça da recepção dizer.

- Ela pode entrar agora, me acompanhe.

- Finalmente.

     Juliette foi levada para um quarto todo branco, com um cama reclinável e duas poltronas. Uma enfermeira ajudou ela se deitar e já começou alguns procedimentos de praxe, medir pressão, ver o pulso e a febre. Depois de feito tudo, saiu.

- O medico vem logo, aguarde.

     Foi até onde Pocah estava, escorada na porta do quarto, meio sem jeito de entrar.

- Pocah, não sei como convenceu a moça, mas vou até em casa pegar o dinheiro para pagar.

- Eu já paguei Sarah.

- Você pagou a consulta?

- Sim, você não tinha mínima condição de dirigir até sua casa e voltar. Meu deus achei que o segurança ia ter que te arrastar para fora daqui.

- Isso é um empréstimo, eu vou devolver o dinheiro.

- Eu sei Sah. Mas no momento era o que tinha que ser feito. Não se preocupe com isso.

     Deu um abraço forte em Pocah, para agradecer por tudo que ela estava fazendo.

- Obrigada Pocah, achei que você seria ultima pessoa no mundo que iria me ajudar e no entanto...

- Por que você sempre me achou uma pessoa fútil e barraqueira. Bom, eu sou fútil e barraqueira, mas não um monstro. Melhor você ficar com ela agora.

- Eu vou.

     Antes que Sarah pudesse voltar para o quarto, Pocah ainda perguntou.

- Você gosta dela né? Quero dizer, gosta mesmo, de verdade.

- Sim Pocah, Eu amo ela.

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Atrasada porém aqui!

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até depois 🤍

A Mulher do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora