compensar o tempo perdido

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jung wooyoung.

Nossa tão esperada noite de formatura se aproxima. Durante todo o mês de novembro, a escola presenciou diversos pedidos de "quer ir ao baile comigo?", um mais louco e criativo que o outro. Teve tanto beijo quando a pessoa aceitava e tanto chororô quando não que parei de contar na décima vez. Tinha gente que eu nem sabia que era gay chamando o boy magia para esse baile idiota, e olha que eu sei dos crushes de todo mundo. Não demorou muito para que os meus amigos ficassem no meu pé para eu chamar alguém também.

— Qual é, Wooyoung, é o baile de formatura! Você só tem essa chance! — Jongho exclamou no meu ouvido. Até ele já tinha par: uma garota do terceiro ano B, amiga da Eunbi. O nome dela é Yuri, se não me engano.

— Eu nem vou. Não frequento festas que não tenham álcool.

Os três reviraram os olhos em conjunto.

— Tá desse jeito porque não quer ficar de vela, né? Tudo bem, a gente entende — Seonghwa fingiu compreensão. — Mas quando cê virar um velho com barriga de cerveja morando sozinho com sete cachorros, não venha ligar reclamando.

Caí na gargalhada ao me imaginar da maneira que descreveu. De fato, não estava muito longe de chegar a esse ponto.

— Faz assim: vá pro meio do refeitório, feche os olhos, dê uma giradinha e, quando abri-los novamente, chame a primeira pessoa que encontrar pro baile — sugeriu Hongjoong. — Você gosta desses desafios, vai... Não vai doer.

Eu nunca nego uma aventura.

Logo, fiz o que me foi dito, mas dei duas giradinhas em vez de uma e acabei ficando tonto por causa dos olhos fechados e dos resquícios de ressaca. Prestes a cair, senti alguém me segurando e tive de abrir os olhos. Era esse alguém. Esse indivíduo, seja lá quem fosse, estava fadado a acompanhar o garoto mais bonitão da escola (eu) para o patético baile de formatura. Esse alguém era…

— Choi San?! — Gritei em surpresa, me desfazendo do contato imediatamente. Meus amigos riam escandalosamente ao fundo. — Puta merda, não acredito — respirei fundo, prestes a fazer o que tinha de fazer — Cê quer… quer ir ao baile comigo?

Não acredito que gaguejei! Esse dia não tinha como ficar pior.

— Ah… — pensou por um instante, provavelmente confuso pelo pedido inesperado — Claro, por quê não? — Lançou aquele sorrisinho com duas covinhas nas bochechas que derrete qualquer um.

— Belê, te vejo lá. Falô — fiz um sinal de "até logo" com a mão e dei as costas, acelerando os passos até os três bobocas.

Não sei o que deu em mim para usar essas gírias de hétero tão de repente, mas pelo visto os meus amigos adoraram o showzinho, porque já estavam lacrimejando de tanto rir.

 "Belê, te vejo lá. Falô" — Seonghwa imitou o meu jeito de falar. Precisou afinar um pouco a voz para isso. — Do nada encarnou o Jongho, bicho. Todo hétero top.

Ele acabou levando uma série de soquinhos vindos de mim e do Jongho — e do Hongjoong, que não quis ficar de fora e aproveitou a oportunidade de bater no Park. Às vezes é melhor ficar calado, mas o velhote nunca vai entender isso.

***

O terno pinica em cada fração da minha pele. Os pais ricos do Seonghwa, orgulhosos pelo filho ter finalmente tomado vergonha na cara e se formado, alugaram uma limusine para que a noite seja a mais inesquecível possível. Devido ao enorme espaço dentro do veículo, viemos todos juntos: San e eu, Seonghwa e Yeosang, Hongjoong e Yunho, Mingi e Eunbi, e Jongho e Yuri. Sim, dois casais héteros, apesar de o único hétero assumido ser o Jongho. Tenho certeza de que o semi-namoro do Mingi e da Eunbi é só fachada, porque ele ainda gosta do Choi. Dá pra ver em seus olhos.

As Belas Pernas de Kim HongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora