IX - As duas etapas da Revolução Brasileira

3 0 0
                                    

A direção revisionista do PCB, com sua formulação de que "a nossa estratégia é o socialismo", busca apenas ocultar seu reformismo com uma fraseologia de esquerda. Afinal, a "revolução socialista" deles passa pela construção de um "Poder Popular", "a partir da velha ordem". O que é isto se não a velha cantilena petista da "ocupação dos espaços democráticos" apenas camuflada com adjetivos de "ruptura radical"? Em sua defesa da "revolução socialista" buscam criticar e ridicularizar a chamada revolução por etapas, isto é, as posições que defenderam que o caráter da revolução brasileira é nacional, democrática e socialista. Ao fazerem essas críticas, os dirigentes do PCB voltam suas falas não para os formuladores desta concepção, isto é, Lenin, Stalin e Mao Tsetung; criticam a concepção da revolução nacional democrática a partir de sua incorreta aplicação, em nosso país, desde 1943 até os anos de 1990. O que fazem, portanto, é utilizar-se dos erros da linha de direita na direção do Partido, para ressuscitar a velha e podre teoria da revolução permanente de Trotsky. Dizem atacar supostos erros de direita de Stalin e Mao, mas, na verdade, se colocam contra o grande Lenin e suas teses na Internacional Comunista sobre a questão nacional, os países coloniais e semicoloniais.

O problema da relação entre a revolução democrática e a revolução socialista não foi, como querem fazer crer os falsificadores trotskistas, uma invenção de Stalin. Esta questão foi planteada desde Marx e Engels no próprio Manifesto do Partido Comunista, quando levantam o problema do papel dos comunistas nas revoluções burguesas. Os próprios grandes Marx e Engels, estiveram na Prússia durante a fracassada revolução burguesa de 1848, na Alemanha, buscando interferir a partir da Liga dos Comunistas e seu jornal, a Nova Gazeta Renana, nos rumos daquele levantamento democrático. Em 1905, em sua célebre obra (já citada acima) "Duas táticas da social-democracia na revolução democrática", o grande Lenin desenvolve a posição de Marx sobre o papel dos comunistas na revolução democrática na Rússia, defendendo que os comunistas deviam disputar por cima a direção da revolução burguesa, pois via que a burguesia russa seria incapaz de dirigir sua própria revolução. Lenin defende que essa disputa por cima só poderia ser realizada e sustentada num poder armado de operários e camponeses, e que o resultado da revolução democrática deveria consistir na conformação de uma ditadura conjunta de operários e camponeses, em suas palavras: a "ditadura democrática revolucionária de operários e camponeses".

Qual era a posição de Trotsky? "Revolução operária e socialista sem camponeses". No entanto, depois da morte de Lenin, este menchevique irá falsificar a história e dizer que na prática a Grande Revolução Socialista de Outubro foi a confirmação de sua podre teoria. Kautsky também irá criticar Lenin, gabando-se de que a "revolução" alemã de 1918 havia sido uma autêntica revolução operária, que lá se preparava uma verdadeira "ditadura do proletariado", enquanto que na Rússia dependia-se da aliança operário-camponesa. O grande Lenin em seu "A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky" respondera diretamente a este e, preventivamente, a Trotsky, que a revolução por etapas se realizara em 1917 da seguinte forma: a ditadura conjunta nos Sovietes de operários, soldados e camponeses e como ditadura do proletariado na insurreição de outubro de 1917 e o subsequente cancelamento da convocação da Assembleia Constituinte.

Será nas teses da Internacional Comunista, sob a direção pessoal de Lenin, que se estabelecerá a linha da revolução nacional-democrática para os países dominados pelo imperialismo. Essa tese será desenvolvida por Stalin, no VII Congresso da IC, e a formulação da necessidade de conformações de Frente Únicas Anti-Fascista, aprofundada e desenvolvida como Frente Única Revolucionária na Revolução Chinesa por Mao Tsetung, como um dos três instrumentos fundamentais da revolução ao lado do Exército Popular e ambos sob a direção do Partido Comunista. Após a vitória da URSS na Grande Guerra Patriótica, aparece uma forte tendência de direita no MCI, que se expressa na participação em governos de unidade nacional na França e na Itália, com Thorez e Togliatti; e na posição de Earl Browder dos USA, dizendo ser a potência ianque um imperialismo de novo tipo e uma convergência entre socialismo e imperialismo. Serão essas posições que falsificarão as teses da IC, para justificar sua linha oportunista e legalista de atuarem inclusive como ministros de governos da burguesia imperialista. E esses indivíduos, dentre os quais destaca-se Togliatti, foram os maiores ferrenhos anti-stalinistas. E serão estes, junto a Kruschov, que falsificarão o marxismo-leninismo e os aportes de Stalin, para defender a podre tese de defesa de uma revolução burguesa para desenvolver o capitalismo e criar condições para o socialismo nos países atrasados. Esta nunca foi a tese de Marx, Lenin ou Stalin, menos ainda de Mao Tsetung, sobre a revolução democrática; esta é a tese revisionista de Kruschov que historicamente os trotskistas sempre buscaram associar à direção de Stalin.

A minha ruptura com o revisionismo da direção do PCBOnde histórias criam vida. Descubra agora