Depois de ajuda-lo com os braços e ele reclamar de dor, Harry e eu fomos até a clínica. Liam e Zayn disseram que iriam ficar para preparar algo comestível quando eu voltasse.
O clima parecia se adaptar ao meu humor e eu sentia frio então Harry me emprestou sua blusa, era maior que o meu corpo e eu tive que segurar a manga com as mãos.
Ao chegar não precisei dizer nada e Eleanor me encaminhou para a sala de Des que me aguardava com uma pilha de papéis, por um segundo seu olhar desviou de mim e foi direcionado a Harry.
— Filho, você por aqui? – O homem perguntou espantado com a presença do mesmo em sua sala.
— Não sei se devo te chamar de pai, mas para todos os efeitos da boa convivência e respeito, olá Des. – Harry disse firme ao sentar-se do meu lado.
O homem olhou um pouco surpreso para Harry e se recompôs, desviando seu olhar de Harry para mim.
— Meus pêsames Louis. Sua mãe no tempo que passou conosco deixou marcas maravilhosas. Você quer tratar do assunto ou prefere apenas ler os papéis?
— Eu... Eu prefiro apenas ler. – Senti um nó formando na minha garganta e a mão de Harry pousou sob a minha fazendo movimentos circulares com o polegar. Peguei os papéis da mesa e chequei onde havia de ter minha assinatura. Respirei fundo e me levantei sendo seguido por Harry abrindo a porta.
— Vamos Louis? - Harry perguntou em tom duvidoso encarando a porta.
— Vamos. Obrigado por tudo Des, essas duas semanas da minha mãe aqui foram boas para ela, até breve. – Acenei e sai me lembrando que teria de voltar para resolver pendencias financeiras.
Eu e Harry começamos a andar para fora da sala de Des e Harry abriu a porta para mim passar e ele também passou, fechando a porta sem olhar para dentro, enquanto eu o esperava. Começamos a andar pelo corredor em silêncio e Harry batucava seus dedos na sua coxa.
— Harry? - Eu perguntei para Harry que parou o movimento com seus dedos e olhou para mim.
— Sim?
— Isso com seu pai foi por aquilo que você me disse?
— Exato! Depois do que ele me disse eu não faço a mínima questão de chamá-lo de pai.
— Entendo. Você vai para minha casa? – Perguntei ao vê-lo me acompanhando para o caminho da minha.
— Se você não se importar, sim. – Ele disse e sorriu mostrando suas covinhas.
— Tudo bem. Os meninos ficaram para fazer o almoço, não tem problema você ficar. – Eu disse e acariciei seu ombro.
— Obrigado... Louis?
— Sim?
— Será que... – Respirou fundo como se buscasse as palavras certas para dizer.
— Será que?
— Será que eu posso te beijar? – Ele perguntou e desviou o olhar do meu.
Eu não dei resposta e andei mais rápido parando em sua frente, fiquei na ponta dos meus pés e segurei seu rosto com minhas mãos logo depois depositando um selinho rápido em seus lábios. Mordi de leve seu lábio inferior que o mesmo lambeu logo após. Eu não sei sobre o sentimento contido naquele gesto, apenas garanto que foi bom.
Voltei ao seu lado e o olhei de canto reparando no seu sorriso estampado, parecia minha irmã quando ganhava uma nova boneca, era a coisa mais linda de se ver, as covinhas fundas desenhando seu rosto envolto por cachos.
— L-Louis eu não sei... eu... obrigado.
— Você não precisa agradecer, nós prometemos que iriamos tentar, certo?
— Nós vamos tentar, mas eu já tenho certeza.
— Eu tenho certeza de que você perde uma corrida comigo. – Comecei a correr mesmo que minhas pequenas pernas não ajudassem. Virei a esquina e o ouvi me chamar.
— LOUEH!
Ouvi a voz de Harry gritar soando dolorosa e corri de volta para onde eu estava antes de correr.
— OI OI!
— ME AJUDA AQUI! – Ele estava caído e passava a mão nos joelhos, eu não consegui me conter e acabei gargalhando.
— Harry como você conseguiu fazer isso? – Tentei dizer em meio a minha risada.
— Eu tenho problemas pra andar, ok? Eu acabo tropeçando nos meus próprios pés e caindo, já se tornou normal, me desculpa se eu te fiz passar vergonha.
— Sem problemas. Eu não ligo, também sou meio atrapalhado. Você se machucou? – Perguntei passando a mão sobre o rasgo que havia sido aberto na sua calça em cima do joelho.
— Não, eu estou bem, podemos ir. – Ele se apoiou no chão tentando levantar.
— Vem, eu te ajudo. – Me abaixei e o ajudei com ele se apoiando em meus ombros.
— Estou me sentindo uma princesa sendo resgatada.
— Harry, menos, por favor.
Após tudo estabilizado continuamos o caminho de casa, vez ou outra ele passava a mão pela minha cintura em busca de conforto e calor.
Durante todo o percurso eu fui pensando na minha mãe, às vezes as pessoas boas se vão tão rápido e muitas que deveriam ir ficam, não é justo, mas nada nesse mundo é totalmente justo.
Chegando na esquina eu pude ver a fachada da minha casa e segurei as lágrimas para que não caíssem, comecei a lembrar de quando eu era criança e nós estávamos no parque, eu cai do balanço ralando os joelhos, chorava alto de dor, mas então tudo passou com um assopro e o acariciar da mão dela na minha bochecha dizendo que tudo iria ficar bem. Cada minuto com ela foi indispensável mesmo nas horas difíceis, eu queria ter sido um filho diferente e menos problemático, que desse orgulho, eu tentei o meu melhor e vou continuar tentando, sei que eu chego lá e de onde ela estiver verá meu esforço.
— Mãe, eu te amo. – Sussurrei baixo como se ela me ouvisse.
— Eu tenho certeza que ela te ama e você sabe pois pode sentir. – Harry disse, limpou uma lágrima que desceu e beijou minha testa.
Cheguei a frente da porta e abri lentamente vendo Zayn sentado no sofá e Liam vindo da cozinha com um recipiente cheio de sopa.
— Aqui Louis, coma tudo. – Liam disse em tom autoritário e Zayn riu um pouco. Comi sem pestanejar pois estava com muita fome, e eu sabia que teria de encarar diversas pessoas no velório da minha mãe, inclusive Lottie.
— Louis, eu vou pra casa tomar um banho depois eu volto de carro para irmos, certo? – Harry foi saindo pela porta e eu acenei como aprovação não tirando atenção da sopa.
Assim que terminei de comer, subi para o quarto e sentei-me na cama, comecei a olhar uma foto que havia da nossa família e ler a carta que mamãe havia me deixado dias atrás... Bem que ela dizia que tinha outros planos.
Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e sentei encostado na parede deixando a água cair. Chorei um pouco enquanto murmurei algumas coisas que eu queria ter dito a tempo para ela. Sai do banho e me troquei lentamente, nada de escolhas, qualquer coisa estava bom. Fui até o quarto dela e encarei todos os móveis e a velha cama, abracei o seu travesseiro que ainda tinha seu cheiro e acabei deixando-o molhado. Sai e fechei a porta, dei dois leves tapas na madeira fria e deixei escapar confiante:
— É mãe, daqui eu sigo sozinho.
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Twitter Depression
FanficLouis Tomlinson é um garoto depressivo que se vê sem motivos para viver. Até que em um dia normal e entendiante da sua vida, Harry Styles aparece e muda tudo. "@_blackstyles: @louis91 você está bem? @louis91: @_blackstyles porque você se importa?"