Capítulo 13

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"Na hora da despedida, é quase sempre mais triste ficar do que partir..."

-MIGUEL SOUSA TAVARES

Eu não estava pronta.

Não estava pronta para Alya durante aquela aula de poções. Não estava pronta ouvir repetidas vezes a palavra "mãe" e nem para responder a ela.

Não estava pronta para vislumbrar o futuro sem me tremer de medo.

Mas agora, depois de conhecer a textura dos dedinhos de Alya, seu gosto por coisas verdes, o tom suave da sua voz e até a forma que sua cabeça vira de lado quando não entende algo, não sabia como dizer adeus.

Alya nunca seria minha. Não essa Alya que pulava tentando alcançar o pomo de ouro no meio da sala da diretora. Não a menina que tomava chá da tarde rodeada de sonserinos.

Não se pode tocar o futuro sem alterá-lo. 

—Amanhã Alya já pode voltar para seu tempo e seu irmãos — a pequena sorri para Mcgonagal reconhecendo seu nome. A diretora bagunça seus cabelos em um gesto de carinho — Sei que levou mais tempo que o previsto mas o ministério conseguiu consertar o vira-tempo que a trouxe.

Minerva olha em nossa  direção, o sentimento de pena em seus olhos traz lágrimas aos meus. 

Draco segura minha mão com força sem desviar os olhos de Alya um único segundo. Casa, ela iria para casa.

Limpo a lagrima solitária que cai, puxando Alya para os meus braços, em um abraço apertado. Ela ri beijando meu rosto.

—Ai mamãe-  a pequena ri, tentando escapar do abraço. 

Menos de 24 horas separavam o meu mundo cheio de rosas, princesas e gargalhadas do cinza que ficaria sem Alya.  Menos de 24 horas para que os sons, cheiros e texturas que tomaram nossas vidas sumissem. Para que o malão repleto de vestidos e arcos fosse doados junto aos brinquedos e conjuntos de chá.

—Obrigada— Draco se levanta ajeitando a gravata — amanhã... em que horário?

—Antes das aulas dos senhores— responde.

Draco acena pegando Alya nos braços e me indicando a saída com a cabeça. Eu não podia saber o que passava por sua mente naquele momento, mas seus dedos apertando a saia do vestido florido da pequena demonstravam que ele sentia o mesmo que eu. 

—Até...amanhã professora!— sussurro seguindo Draco.

Existem dezenas, senão milhares de livros que contam em detalhes a experiência de ser mãe, o medo nos primeiros messes, as dicas de sono, crescimento de dente, educação e mais dezenas de coisas que só podem ser aprendidas na prática. Livros que tentam com esmero traduzir em palavras o amor que fez Lily se sacrificar, que me faria travar toda a guerra de novo, o amor que minha mãe sentiu ao ver pela primeira vez. Um amor sufocante e ao mesmo tempo libertador que nos leva a passar noites em claro monitorando respirações ou babando em cada detalhe de nossas pequenas coisinhas, o que me fazia pensar que pegar Alya nos braços e aparatar o mais longe possível era melhor que devolve-la a um futuro que pode não ser mais o meu.

 —Não pense nisso!— Draco resmunga entredentes. Alya o olhava com a cabeça encostada em seu peito com os olhinhos brilhando em amor. Eu não podia viver sem isso — Ela vai ser nossa, Alya, Scorpius e Hugo todos vão ser nossos. Vai ser só um tempinho distante.

Ele acaricia o rosto de Alya antes de estender a mão em minha direção.

—Ultimo dia em família?— olho para a mão estendida em minha direção. Alya sorri com o dedo na boca ainda deitada no peito de Malfoy.

—Piquenique— declaro pegando sua mão— piquenique a beira do lago.

—Com bolinho — grita Alya— e chocolate né papai?

Malfoy acena beijando a testa de Alya, antes de apertar minha mão.

—Com o que você quiser cobrinha! 



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Perdão pela demora tive alguns problemas, e acabei perdendo a tabela onde anotava tudo sobre história o que me fez ficar um pouco -muito- perdida.

Espero que gostem do capitulo, comentem e votem bastante isso motiva e muiiito.

The Granger Malfoy -REESCREVENDO-Onde histórias criam vida. Descubra agora