Capítulo 7

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Chego em casa, tentando fazer o máximo de silêncio possível. Ligo a luz da cozinha, com medo de acordar Bruno, Sarah e as crianças, mas por sorte eles tem o sono pesado.
Quando ligo a Luz levo um susto, o Guilherme estava tomando café no escuro, só com a luz do celular iluminando.
— Qual seu problema? É morcego? — Digo botando a mão no coração de susto e ele segura a risada pra não acordar ninguém.
— Eu só perdi o sono e vim tomar um café.
— Mas sabe que café tira mais ainda o sono né?
— Sei, mas não é só o café que anda tirando meu sono ultimamente.
— Seria muito invasiva pedir o que é?
– Seria. — Ele diz e eu bufo.
— Se não for pra contar a história toda, nem começa. Eu sou curiosa.
— Problemas com meu pai, digamos que ele não gosta muito do jeito que eu sou.
— Ranzinza? — falo sem pensar.
— Eu não sou ranzinza, me acha ranzinza? — Ele diz com uma cara de safado mas ao mesmo tempo indeciso, não sei decifrar essa cara, só sei que eu me tremi toda.
— As vezes, ou é só por que você é quieto. Mas e aí, o que seu pai não gosta em você?
— Não gosta das minhas tatuagens, acha que não posso ser um empresário executivo desse jeito e também quer me forçar a trabalhar na empresa dele.
— Tá, sobre as tatuagens é ridículo e preconceituoso ele pensar isso, mas querer que você trabalhe na empresa dele não é um sinal de confiança em você?
— Porquê acha isso? — Ele diz confuso.
— Se eu fosse um milionário dono de várias empresas pelo Brasil, com toda certeza não iria deixar minhas empresas nas mãos de qualquer um. Ele deve querer te treinar pra assumir o lugar dele.
— Nunca tinha parado pra pensar por esse lado. Mas e você? Chega essa hora da noite e ainda vai fazer faculdade? — E ele toca no meu ponto fraco.
— Tranquei a faculdade a 1 ano e meio. Não tenho condições de pagar.
— Fazia faculdade de que?
— Pedagogia, amo trabalhar com criança.
— É por causa do empréstimo do seu pai? — Vinicius é um fofoqueiro, sei por quem puxei.
— Sim, tô tentando quitar as contas dele antes de começar à fazer as minhas, logo quando acabar eu pretendo comprar um apartamento, não sei. Ainda não planejei tudo. — Digo com um olhar meio triste e vejo que ele percebeu.
— Sinto muito pelo seu pai e sua avó. Não consigo imaginar a dor de perder alguém que se ame tanto.
— Você nunca perdeu ninguém que amou? — Acho que tô sendo curiosa demais, mas como ele nunca fala vou aproveitar e especular tudo.
— Pra morte não, mas várias pessoas que eu amei saíram da minha vida.
— Como o seu pai? — Ok, eu deveria ter ficado quieta, vejo pela cara dele que falar do pai dele o machuca muito.
— Sim. — Diz isso e na cozinha um enorme silêncio toma conta.
— Vou indo deitar, amanhã tenho que levantar cedo pra resolver algumas coisas. — Ele diz colocando a xícara na pia.
— Pode deixar aqui que eu lavo, vou comer alguma coisa também e já vou pra cama.
— Ele sorri como forma de agradecimento.
— Boa noite. — Digo enquanto ele entra no quarto sem me responder.

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• E aí? O que estão achando do Guilherme? Ele não parecer ser tão frio assim né?
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