Há três meses, eu e as meninas chegamos em Alfea, após nossa pequena viagem a casa dos pais adotivos de Bloom, e fomos pegas de surpresa com tudo o que havia acontecido enquanto estávamos fora.
Para começar, a professora Dowling havia sumido e Rosalind, com o apoio da Rainha Luna, havia tomado o posto de diretora da escola de fadas. Além disso, a escola de especialistas também havia trocado de administração, o antigo diretor Silva foi preso sob acusação de tentativa de assassinato de Andreas, o pai do Sky, que todos achávamos que estava morto há 16 anos.
Para mim, o pior momento definitivamente foi quando começaram os rumores sobre uma suposta guerra se formando, uma que seria muito pior do que lutar contra queimados, causando surtos e tumultos em todo o colégio, me fazendo lidar com todas as emoções à flor da pele de adolescentes.
Depois houve mudanças nas aulas, Andreas passou a treinar os especialistas, pegando pesado com todos, especialmente os que tinham mais dificuldades. Perdi as conta de quantos alunos foram levados às pressas à enfermaria por conta de ferimentos e fraturas ocorridas na hora da aula.
Mas o pior nem foi isso, a Rainha Luna assinou um decreto o qual declarava que fadas com poderes relativamente menores em comparação a outros e com baixo potencial ofensivo, não seriam mais aceitas em Alfea, afirmando que a escola não podia perder tempo ensinando esses alunos. Dezenas de fadas foram mandadas embora, inclusive o Sam, o que me deixou totalmente perdida. Sinto sua falta todos os dias, nunca mais podemos nos falar pois Rosalind confiscou e proibiu todos os celulares e aparelhos eletrônicos, alegando que eles distraíam os alunos e nos prejudicava.
Às vezes me pergunto se sair da escola não seria melhor do que ficar ali.
Sinto uma fisgada na cabeça, os pelos da minha nuca começam a se arrepiar e começo a ser dominada pelas emoções de pessoas desconhecidas na medida em que me aproximo do refeitório, Bloom está ao meu lado. Essas são as horas em que mais sinto falta de Sam. Optamos por sentar em uma mesa mais afastada das pessoas.—Então, como vão as coisas entre você e o Sky? —pergunto quanto dou uma garfada na comida.
—Estão bem na medida do possível, com a chegada do pai dele, as coisas definitivamente complicaram, mas a gente se gosta e, apesar de não estarmos com nada sério, estamos tentando algo— ela responde sorrindo.
—Eu imagino como deve ter sido difícil para ele descobrir de uma hora para outra que o pai, que ele achava que tava morto a vida toda, do nada aparece vivinho — comento.
—Pois é, eu tentei falar com ele sobre isso, mas é um assunto muito delicado.
Antes que possa comentar alguma coisa, Terra chega às presas pressas e joga todas as suas coisas em cima da mesa, assustando a mim e a Bloom.—Vocês não vão acreditar no que meu pai me disse agora. Minha prima Flora está vindo pra cá, ela vai estudar em Alfea novamente.
—Flora? — pergunto tentando me lembrar onde já escutei esse nome.
—Sim, eu comentei com vocês sobre ela algumas vezes. Lembra quando eu disse sobre aquela coisa de nomes na minha família? Eu me chamo Terra, a minha prima Flora, a minha mãe Rose, enfim, essas coisas- ela diz animada — Nossa, quando eu penso nela só consigo lembrar as coisas boas, teve uma vez, quando a gente era criança que... —Terra começa a contar a história tão rápido que acabo me perdendo e ao olhar para Bloom, percebo que não fui à única e apenas sorrimos uma para outra.
Estava comendo sem animo, pois além da comida servida ser horrível, outra consequência da nova direção, minha cabeça começou a doer demais. Conseguia escutar as meninas ao meu lado conversando, mas não conseguia entender sobre qual era o assunto. Uma nova fisgada me atinge, essa bem mais forte que a outra e acabo levando as mãos à cabeça.—Você ta bem, Musa?— pergunta Terra preocupada, ambas as meninas me encaram visivelmente preocupadas.
—Tô sim, mas é difícil ficar perto de muita gente sem os meus fones, e com a proibição da Rosalind de aparelhos eletrônicos, é complicado. Mas relaxem, vou ficar bem.
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Musa & Riven | Behind the Lie
Teen Fiction"(...)Uma voz na minha cabeça, uma voz muito familiar, martelava que eu estava indo para o caminho errado. Isso sempre acontecia quando eu escutava o meu coração. Você pode estar surpreso comigo, mas sim, eu tenho um. E ele bate loucamente por ela.(...