13 de Abril | Vkookmin

[3] Princesse.

Em um jogo de azar, só perde aquele que tiver o azar.

Jimin.

✘

A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada. 

Você tem que se jogar, jogar todas as peças e rezar para que no final o Xeque-Mate seja seu.

No jogo de Xadrez o rei tem que sobreviver, não importa o que aconteça, ele não pode ser capturado. Não importa quem tem que se sacrificar.

Porém, existe uma peça com uma grande vantagem e assim também importante, essa peça possui grande poder de jogo e muitos sacrificam para que ela permaneça intacta.

A rainha.

Jisso sempre me disse que estávamos fadados ao fracasso, caso fossemos altruístas. Eu sempre achei bobagem, até anos atrás.

Pensando agora, vejo que de fato ela estava certa em alguns pontos. Se você não se colocar em primeiro lugar, ninguém irá fazer isso por você, porque todos queremos ser felizes, mesmo que para isso precise passar por cima de alguém.

Talvez pessoas egoístas sejam mais felizes. 

No final estamos destinados a escolher aquilo que queremos, não aquilo que precisamos.

Somos seres egoístas.

A vida é uma bela de uma puta, não tem regras, então você está a dispor de tudo e de todos.

Usar seus truques na manga para que no final a vitória seja apenas sua, garantir que nada e ninguém poderá te separar dela é o que mantem um mundo girando, poder e dinheiro e foda-se o resto.

Um brinde ao nosso egoísmo.

Evitar o perigo às vezes não é tão seguro como expor-se de uma vez. Não adianta adiar o inevitável, afinal, é inevitável. Então porque não se entregar de uma vez? A vitória nem sempre será nossa.

Você só prolongará o ultimato já dado. Agarrar um fio de esperança quando tudo está desmoronando é o que nos torna humanos, e também eternamente tolos.

Blue. 

Ele esbanja perigo. Sua essência é um fogo, uma brasa quente que quanto mais você se aproxima mais hipnotizado você fica, contudo, quando você perceber já estará em chamas. Ele é hipnotizante como uma maldita serpente.

Ele é quente, contradiz com seus cabelos azuis. 

Acho que azul é realmente a cor mais quente. Quente como o inferno.

— Preciso ficar longe dele, deles. — Me corrigi, lembrando-me do moreno de olhos de jabuticaba.

Termino de arrumar tudo e limpo minhas mãos cheias de graxa em uma flanela vermelha que sempre me acompanha. Fecho o capô do carro e coloco as chaves dentro da maleta e levo até o porta-malas, colocando ao lado de um pneu reserva.

Dei uma revisada no carro, dando mais atenção ao motor, já que este estava com problemas. Tay me deu um pouco de grana adiantada, já que pedi, pois não tinha quase nada. 

Estou me organizando aos poucos, mas o importante é não parar.

Os acontecimentos de ontem ainda rondam minha cabeça como malditas lembranças tatuadas em meu cérebro, mas o que mais odeio é como me sinto ao lembrar... daquele beijo.

Preciso esquecer, ou irei acabar enlouquecendo.

— Aqui, tome. Hoje está incrivelmente quente. — Sue me entregou um copo com água.