[4] Beija-flor.

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"Cuando amas de verdad, no hay miedo, orgullo, recelos o cualquier otra cosa. Todo esto es una pérdida de tiempo para quien ama verdadera y eternamente".

Jimin.

Dizem que os olhos são as janelas da alma. Já ouviu?

Confesso que já senti medo dessa frase.

Desde criança eu sempre tentava sorrir, mesmo não estando feliz. Eu achava que assim eu espalharia o amor e a felicidade, queria que meus olhos demonstrassem isso. Pobre criança.

Patético.

Mesmo estando mal, mesmo estando não bem, eu sorria. Sorria por medo de verem minha alma triste e sentirem mais pena e nojo. E eu não queria aquilo.

"Seus olhos são bonitos, mas parecem tão tristes."

Essa foi a primeira vez que alguém olhou além do meu sorriso, além da máscara. Eu fiquei apavorado, mas tão feliz.

"Alguém me vê! Talvez alguém se importe!"

E realmente me viram. 

Pensando bem, agora, eu não queria que tivessem me visto. Talvez assim tanta merda tivesse sido evitada.

Pessoas confusas machucam pessoas boas. Essa é a fatídica verdade, crua e nua. Pessoas confusas destroem pessoas boas e retas.

Remoer o passado não faz bem, mas eu gosto. Acho que sou um maldito masoquista no final.

Eu nem sempre fui assim, lembro-me de uma época em que eu era apenas Jimin, o garoto que mesmo na merda era feliz. Eu não tinha arrependimentos. Eu não tinha feito nada de errado.

Eu era feliz, agora percebo isso.

Descer o morro de bicicleta e só me desesperar quando eu já tinha pedalado até a descida e rezar para o universo me salvar de alguma maneira.

Um suicida? Não, ainda não.

Tenho saudades de ser apenas uma criança. Tenho saudades de casa.

Eu já tive um lar, mas foi há muito tempo.

E por ter sido há tanto tempo e achar que eu não mereço ter esta lembrança, acabo por simplesmente ignorar, pois me sinto egoísta demais afirmando isso.

Já tive sonhos de me formar, estudar, ter uma casa grande e bonita onde eu poderia fazer um jardim bem bonito.

Eu tinha muitas expectativas, acho que em algum momento todos temos. Principalmente quem nasce com pouco.

Mas a vida nem sempre acontece como gostaríamos. Acho que o Jimin do passado teria vergonha do que aconteceu com a gente.

— Prontinho. — Olho orgulhoso pelo trabalho no motor do carro bem feito.

Parece bom.

Solto um grito, totalmente não másculo pelo susto.

Pelas barbas do camarão! — Exclamo. Coloco a mão no coração, como se aquilo fosse de alguma forma fazer diminuir o meu ritmo cardíaco. — Puta merda, você quase me matou!

Aponto o dedo para o azulado em minha frente, ainda irritado.

Ele ri e mexe em meus cabelos. E eu quero surta com isso.

— Você é definitivamente um docinho.

Não sou não.

Inflo minhas bochechas e viro o rosto, ainda massageando meu peito. Juro que quase morri.

13 de Abril | VkookminOnde histórias criam vida. Descubra agora