C L A R I S S A B R Y A N
O que foi que eu fiz?
Continuei ali, parada no mesmo lugar, na tola tentativa de digerir tudo que acabou de ocorrer e não surtar por causa disso. Como foi que ele teve a coragem de falar essas coisas? De agir desse jeito comigo? De admitir… Admitir que me queria. E embora eu suspeitasse, isso não era o que estava esperando nesse momento. O modo como foi sincero e direto e… decidido.
— Ah, o que foi que eu fiz? — Me exasperei e o desespero me acertou com força. Soltei várias séries de xingamentos, a vontade de correr até ele, me desculpar e dizer que não era aquilo o que eu realmente queria dizer foi avassaladora e eu quase me deixei cair na tentação. — Por favor, meus santinhos…
Ainda conseguia vê-lo partir, saindo tão rápido que mal pude notar sua ausência, até que ele já não estava aqui. Ele saiu como se fugisse de algo — como se fugisse de mim. Segurei seu copo de água, nossos lábios haviam tocado a mesma superfície, mas não um no outro. E ele teve a chance, mas não fez, porque eu disse a maior mentira que poderia dizer: eu não quero você, Sr. Davyd.
E eu queria.
Ah, que droga. Me desesperei novamente. Eu o queria. E queria tanto que não acredito que lhe disse aquelas coisas. Eu o expulsei da minha casa! Como pude fazer isso com ele? Mesmo o Sr. Davyd sendo o homem que assumiu querer me ter, ele também era meu chefe, e o quanto de informalidade e desrespeito demonstrei em apenas poucas palavras?
Vá embora, Davyd.
Isso se repetia na minha cabeça enquanto tudo que eu queria dizer nesse momento era que o mesmo me pegasse para si e me beijasse tão descontroladamente quanto citou, antes de sua partida. Mas pior que isso foi o modo como o mandei embora. Como tive coragem? Aonde estava aquela mulher louca que implorou no silêncio do seu carro para que ele a ouvisse, a notasse e atendesse a atração que gritava em torno de ambos?
Por favor, peço que saia e não volte.
Tomei o restante da água que residia no copo e me amaldiçoei mentalmente. Estava confusa, furiosa comigo mesma, e talvez, só um pouco quente, também. Davyd era imprevisível, seus lábios ainda tocavam meu rosto como uma liga invisível, o meu couro cabeludo com saudades da sua agressividade controlada ao tomá-los e meu corpo ansiando por mais daquele contato íntimo.
Ele era lindo, arrogante, determinado e muito sexy… Balancei a cabeça em negação. Não! Eu o mandei embora, e embora eu esteja vivendo a pior falta de bom senso em anos, fiz isso com um propósito. Eu não podia me deixar ir, assim, sem mais nem menos. O que eu seria no outro dia para ele? Ainda teria um emprego? Ou isso seria como aqueles filmes clichês, onde o cara gostoso fode a secretária e continua com isso até chegar outra mais interessante e ele vai ser feliz sem dar explicação àquela que esteve ao seu lado desde sempre?
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Meu Chefe |#IR1
Roman d'amourE R O T I C L O V E / T A B U ( + 1 8 ) DUOLOGIA IRMÃOS ROMEROS | 01 [EM REVISÃO / DISPONÍVEL EM BREVE] Um terrível acidente ameaçou pôr um fim na vida do irmão gêmeo de Clara, e agora, mais do que nunca, ela precisaria do seu emprego como secret...