5° Capítulo

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- Você não vai me falar mesmo onde vamos?
- Cemitério.
Caty tinha prometido a si mesma que só iria lá quando estivesse feito uma amizade que durasse mais de 2 semanas, o que era um milagre, já que geralmente suas amizades não duravam nem dois dias, e a outra vez que foi com uma dessas amizades, foi "caguetada".
- Esse lugar é muito feio, por que um cemitério dentro de um porão?
Eu disse com um pouco de medo, porque aquele lugar realmente era sinistro.
- Já ouviu falar naquela história de que quando uma mulher vira freira realmente, os padres costumam dar em cima e engravidam?
- Então aqui é que ficam os fetos? Que horror... por que você me trouxe aqui maluca?
Eu já achava aquela garota sinistra, depois disso então nem se fala.
- Dizem que quando as freiras abortam elas tem que rezar uns pai nosso e ave maria e deixar um objeto delas aqui pro bebê que viria.
- Eu acho que seria mais certo se confessar não é?
Falei com tom de ironia como quem queria se distrair do medo que sentia daquele lugar escuro.
- Nesse caso nem precisa de confissão já que elas já até ajoelharam na frente do padre pra pedir perdão à Deus.
Disse Caty rindo como se fosse a mais santa do mundo.
- Como que faz pra "desouvir" isso?
- Sei lá, anda logo temos que descer a escada ali, cuidado pra não tropeçar em nenhum feto aí.
A garota pegou pesado.
Falando bem a verdade eu não estava entendendo muito o porque dela ter me levado lá, eu entendi a situação mas o que a gente poderia fazer se já estão mortos, ressuscitar que não dava, mas eu já estava com muito medo de falar então resolvi não perguntar mais nada.
- Aqui, chegamos...
- E agora?
- Tira foto de T-U-D-O.
Disse ela enquanto abria a bolsa pra pegar mais alguma coisa.
- Enquanto isso eu vou pegar as provas.
- Você não pode estar falando sério.
Doida era pouco pra descrever ela, mas eu adorei a idéia porque se fosse parar pra pensar, no final eu não ficaria mais ali.
- Nunca falei tão sério, esperei de mais por isso. Sente a adrenalina cara, deu até vontade de por uma música mas vão acordar.
Demorou pra conseguir tirar foto de tudo e coletar as supostas provas. Eu acreditava em Caty, mas não dava pra saber se aquilo era realmente verdade.
Estávamos terminando pra sair e eu nem sabia o próximo passo do plano, onde iriamos deixar tudo aquilo? no quarto não dava pra ser, eles limpavam à cada 3 dias.
- Você ouviu isso?
Disse já sentindo a adrenalina que estava localizada em minha barriga se espalhar por todo o corpo.
- Se esconde rápido.
Aonde eu iria me esconder se nem tinham móveis lá pra ficar na minha frente?
A única coisa que consegui pensar antes de ser puxada por trás e sentir minha boca sendo tampada foi: "eu tô ferrada".
Só fechei os olhos, não queria nem pensar o que ia acontecer depois disso. Não deu tempo de gritar. Eu lembro disso rindo mas o desespero daquela hora foi forte.
- Sou eu maluca, relaxa.
Sim, era só a Caty.
- Tem alguém aí?
Eu sabia que conhecia aquela voz, mas não ousei em levantar.
- Não levanta não, é a novata.
Se a roupa da Caty expressasse o que ela sentia enquanto disse isso, concerteza seria estampa de preocupação com mistura de desespero, talvez por medo de ser "caguetada" e castigada de novo.
Segundos depois...
- Já pode levantar, ela foi embora.
- Aonde a gente vai esconder isso?
- Esqueceu que hoje é quinta-feira?
- Não se responde uma pergunta com outra. E o que tem?
- O que tem é que amanhã você vai pra sua casa.
- Ah não...


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