Capítulo 7

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Despertei ouvindo o barulho discreto de minhas colegas de dormitório roncando, o sol brilhava e alguns raios solares refletiam a luz através das janelas e vitrais coloridos. Mordi os lábios e levantei da cama, caminhei para o baú posicionado próximo da cama e busquei por meu uniforme. O banheiro estava quieto e livre de conversas e risadas, liguei a banheira e a água quente surgiu.

Retirei o pijama e me sentei no interior da banheira, adicionando óleos corporais com cheiro de maçã do amor, molhei o cabelo e o restante do corpo, sentindo o perfume doce e agradável preencher o ambiente. A espuma e bolhas assumiram a cor vermelha, levantei e me enrolei na toalha, mesmo com a porta do banheiro trancada, ouvi o barulho de passos e vozes femininas.

Rapidamente, vesti o uniforme e amarrei a gravata preta e amarela, sequei a umidade do cabelo através de feitiços e voltei para o quarto, Anna continuava dormindo, enquanto as outras garotas discutiam para saber quem seria a próxima a usar o banheiro. Organizei a bolsa com o material para o dia de aula e os trabalhos que preciso entregar, me aproximei da cama de minha amiga.

- Anna, hora de acordar - Acariciei o seu cabelo incrivelmente loiro e macio.

- Obrigada por isso - Cedeu e se sentou, coçando os olhos e espreguiçando os músculos, o sono visível em sua expressão.

- Sem problemas, eu já vou indo - Sorri e sai do salão comunal.

Encontrei poucos alunos andando pelos corredores, ainda é muito cedo e as aulas não começaram tão rápido, continuei andando em silêncio, apenas aproveitando o momento de tranquilidade. O clima do castelo era calmo e pacífico, a beleza incomum é algo que jamais esquecerei, Hogwarts é um lugar marcante e de aparência antiga, que garante a impressão da era medieval, mas nenhum lugar do mundo é tão bonito quanto o Brasil.

Entrei no salão principal e me sentei na mesa de sempre, poucos lufanos estavam ali, mas as conversas animadas foram ouvidas, o clima acolhedor da lufa-lufa é incrível. Haviam pratos de comida sobre a mesa de madeira e o cheiro delicioso fez com que meu estômago implorasse por alimento, porém optei por algo leve, não estou acostumada a comer bacon e salsichas logo de manhã, por isso peguei apenas frutas e suco.

Aos poucos o lugar foi ficando cada vez mais cheio de jovens bruxos, Anna, Cameron e Justin chegaram e conversavam sobre a possibilidade de ingressarem no Ministério de Magia. É nítido que eles estão preocupados e assustados com o futuro, e não são os únicos a sentir o peso da responsabilidade sobre os ombros. Pertencer a uma família puro-sangue torna as coisas complicadas, as cobranças são intensas e pesadas.

Minha família fez fortuna com a criação, produção e venda de poções, acho que essa é uma das principais razões pelas quais tenho facilidade no aprendizado da matéria. E além disso, pretendo dar sequência ao legado dos Oliveira's, sendo filha única, tenho o desejo de dar orgulho aos meus antepassados, mas o medo do fracasso é inevitável. Senti cutucões nas costelas e me virei, dando de cara com Anna que parecia preocupada.

- Você está bem? - Indagou e acenti em concordância.

- Sim, não se preocupe - Respondi e bebi mais um gole de suco.

- E o que você pretende fazer quando terminar os estudos? - Questionou Cameron e senti as bochechas esquentarem.

- Pretendo ingressar no Instituto Flamel, fica no Brasil, quero me aprofundar no estudo e preparo de poções - Respondi e o trio trocou olhares impressionados.

- Caramba, isso parece ser muito sério - Comentou Justin, enfiando mais um pedaço de bacon na boca - E seus pais apoiaram essa decisão? - Insistiu.

- Sim, eles foram muito compreensíveis, ainda mais por esse ser o negócio da família - Respondi com sinceridade e o lufano riu alto e com tons de zombaria.

- Boa sorte, Jasmim - Desejou Justin e o clima permaneceu alegre e extrovertido.

Terminei o café da manhã e aguardei por meus colegas, tínhamos praticamente os mesmos horários, então não faria sentido nos separar. Senti que estava sendo observada e o sentimento continuou forte e latente, olhei para os lufanos e todos estavam conversando entre si e nenhum deles olhava para mim. Os corvinos estavam lendo ou debatendo sobre assuntos letivos. Os sonserinos eram os mais quietos e educados, quase não se ouvia suas vozes.

E por fim, veio a grifinória, a casa mais barulhenta e fervorosa de Hogwarts, as cores vermelho e dourado eram motivo de orgulho e verdadeira adoração. Foi fácil identificar o quarteto problema do castelo, Remus lia um livro sobre o Estudo dos Trouxas, ao seu lado, Peter comia torradas com entusiasmo. Sirius parecia flertar com a garota loira do seu lado, e James tinha o olhar atento sobre mim, ele sequer piscava.

O mago não percebeu que foi pego no flagra, exceto quando Remus olhou para a mesa da lufa-lufa e cochichou algo em seu ouvido, logo seu rosto foi tingido de vermelho. Sorri diante da reação adorável exibida, em nada lembrou o jovem confiante e obstinado que todos se acostumaram. O mais chocante foi o que veio a seguir, Potter levantou e andou pelo corredor entre as quatro mesas, o sorriso nervoso foi medonho.

- Estou enlouquecendo ou James Potter está vindo para cá? - Questionou Cameron em voz alta.

- Porque ele está vindo para cá? Ele não costuma interagir com lufanos - Comentou a loira do meu lado, Anna.

- Será alguma pegadinha dos marotos? - Outro colega indagou e os murmurios apenas continuaram.

- É o mais provável - Concordou Justin e o garoto estremeceu com a possibilidade.

Revirei os olhos e acabei rindo com os comentários criativos, o silêncio no salão foi imediato, estudantes e professores tinham olhares curiosos e bisbilhoteiros. Suspirei ao vê-lo parar na minha frente, notei a tremedeira em suas mãos e pequenas gotículas de suor marcando testa e pescoço, olhei para os seus amigos e eles apenas deram os ombros, rindo da situação ocasionada.

- Oi? - Questionei e o mago se mexeu de forma estranha.

- Sirius pediu que entregasse o trabalho de herbologia - Afirmou e estendeu a mão, os tremores eram visíveis para qualquer um.

- Obrigada - Sorri e peguei o pergaminho, o colocando junto dos demais.

- Você está linda hoje, não que você não estivesse nos outros dias, o que quero dizer é que você está sempre linda... - Gracejou e sua vermelhidão aumentou.

- Obrigada? - Respondi na dúvida se era sincero ou não.

- Eu já vou indo... - Apontou para a mesa e simplesmente saiu andando.

Franzi o cenho tentando assimilar o que acabou de acontecer, balancei a cabeça com a situação, ignorei os cochichos e murmurios, todos pareciam ter compreendido a situação, exceto eu. James havia se sentado e tinha o rosto apoiado contra a mesa de madeira, seus amigos tentavam anima-lo, mas não pareceu surtir efeito. Cameron, Justin e Anna sorriam e tinham olhares maliciosos.

- O que? - Indaguei observando o trio de lufanos revirar os olhos.

- Nada, Jasmim, nada - Responderam ao mesmo tempo, aumentando minha confusão.

Atração Imediata - James PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora