Quando Em descobre a verdade.

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Eu acordei com dor de cabeça, e talvez aquilo fosse um presságio do longo dia que estava por vir. Depois da minha briga com Harry ontem, não nos encontramos mais. Ele deve ter saído, provavelmente com a Brooke. Não que eu me importe.

Tá, talvez eu me importe, mas eu não deveria. Ele estar com Brooke dois dias depois de nós termos transado faz com que eu me sinta meio... Piranha. Não exatamente piranha, mas basicamente me coloca na mesma categoria que todas as outras garotas que ele traz para casa depois de festas.

Novamente, eu não deveria me importar com isso. Quem disse que era para “fingir que nada aconteceu” fui eu. Ele estava agindo como se nada tivesse acontecido; quem estava tendo dificuldade de esquecer era eu.

Saí do quarto, já pronta e desci as escadas. Nada de Harry. Comi meu café da manhã na dúvida se ele já tinha ido, ou se ao menos tinha passado a noite em casa. Os minutos se passaram e nenhum sinal dele. Subi as escadas, parando em frente ao seu quarto, e tentando pensar se batia ou não em sua porta. Vai que ele está dormindo, propositalmente faltando à aula?

Ele não iria me abandonar aqui sem avisar, não é? Ou iria? Relutante, bato em sua porta, mas não ouço resposta. Ao invés, quem aparece no corredor é Niall, pronto para ir para a escola também.

“Oi, Em”, ele diz. “Harry já foi.”

Seu rosto, deformado em um semblante de pena me faz hesitar.

“Ah... Já? Achei que ele fosse... Me dar carona e tal”, eu digo, mas a minha voz também não é esperançosa.

“Não... Ele... Ele disse que você poderia ir a pé.” Niall diz e morde seu lábio. Minha boca forma um ‘o’ enquanto eu tento não parecer chateada.

“Ah... Tá bom. Eu vou... Pegar o ônibus, eu acho.” Eu digo, mesmo sabendo que não vai dar tempo de chegar até o ponto. Vou chegar atrasada na escola.

“Você pode ir com o meu carro, se quiser. Não vai dar tempo de você chegar se for de ônibus.” Niall diz e eu automaticamente nego. Não vou dirigir o carro dele quando nem ele dirigiu-o ainda. “Não, é sério, pode ir. Não tem problema. Só não bate, amassa ou arranha ele. Esse tipo de coisa”, ele diz com um sorriso.

Desesperada, não tenho tempo de negar. Não quero me atrasar para a aula e aceito a proposta de Niall, disparando para a escola em seu Range Rover novinho. Ao chegar lá, vejo Harry no corredor, mas ele não me vê – ou pelo menos finge não me ver. Ignoro sua presença o dia inteiro, e não estou surpresa ao ver que ele não me espera para voltar para casa.

*

Eu entro no carro de Niall novamente após o dia de aula. São três da tarde. Eu olho meu celular, meus dedos passando pelo contato de Zayn, e me dou conta que não nos falamos há exatamente uma semana. Eu suspiro, ligando para ele, mas a ligação cai na caixa postal, como o usual. Eu engulo em seco, um nó se formando na minha garganta enquanto eu vejo minhas paredes de esperança despencar uma por uma. Eu ligo o carro e começo a dirigir em direção a casa, segurando lágrimas.

Paro em um sinal, com placas indicando duas direções. Eu poderia fazer a curva e ir para casa, ou poderia ir em frente, em direção à UCLA. Meu cérebro reproduz flashbacks de Harry e Zayn contando suas versões da estória de Paige, e as duas mencionavam a presença de Adam, o amigo em comum deles. Eu nunca realmente tinha chegado a uma conclusão com essa confusão toda. Na verdade, a versão de Zayn sempre me convenceu mais, mas eu não podia negar a minha desconfiança agora.

Mesmo sem saber ao menos o sobrenome de Adam, muito menos se ele morava na faculdade ou fora dela, segui em frente, em direção à UCLA. Eu cheguei rapidamente à Universidade, e não fazia ideia de para onde ir agora. Desnorteada, fui até uma das fraternidades, e encontrei um garoto mais ou menos da minha idade sentado em uma poltrona logo na entrada, assistindo TV.

SIX ➣ 1d fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora