SIX ➣ 1d fanfic

Quando Maggie promete que vai ficar tudo bem.

Maggie parecia ainda pior na terça-feira, se é que isso era possível. Ela mal conseguia falar e eu podia ver em seus olhos que ela também já havia perdido a esperança.

"Oi, querida." Ela sorriu levemente para mim. Eu disse para o pai de Louis que eu faria companhia para ela enquanto ele comia algo no refeitório. "Como vai?"

Eu sorri de volta para ela, aproximando-me de sua cama e sentando na cadeira ao lado.

"Bem... E você?" Eu segurei a sua mão gélida e ossuda. Ela tinha perdido muito peso, muito rápido.

"Estou ótima." Ela riu e eu contive as lágrimas que queriam aparecer. "Bem, meu câncer se espalhou, então não estou tão ótima, mas eu não posso deixar ele pegar o melhor de mim, não é?"

Eu assenti e observei-a tossir algumas muitas vezes. Meu coração se partia a cada segundo, com medo de que fosse o último dela.

"Quando você vai operar?" Eu perguntei.

"No sábado. Mas não se preocupe comigo. Os médicos não deixariam você ficar aqui de qualquer jeito, apesar deu também te considerar família." Ela sorriu. Eu admirava Maggie. Louis havia me contado sobre o seu estado, como ela vomitava o tempo todo, como não tinha mais autonomia para ir ao banheiro sozinha e, mesmo assim, ela se esforçava demais para que nós não nos preocupássemos.

"Estarei aqui em alma." Eu disse, mordiscando o interior da minha bochecha para segurar as minhas lágrimas.

"Oh, querida, eu sei." Ela disse. "Mas não vamos falar sobre isso. Sua mãe me disse que você está namorando um menino."

Eu senti minhas maçãs do rosto ficarem vermelhas. Maggie podia ser um amor de pessoas, mas ela ainda era a mãe de Louis.

"Nós... Nós não estamos namorando." Eu disse, olhando para baixo. Nem eu mais tinha tanta certeza de como classificar nosso relacionamento. "Eu até queria, e ele também, mas eu vou me mudar no domingo."

"Ah, Em." Ela fez bico. "Pare de se restringir, querida. Eu sei que o que Louis fez com você te deixou insegura, mas... Não paute sua vida nisso."

Eu assenti lentamente. Ela tinha razão. O único motivo pelo qual eu tinha deixado o namoro com Zayn fora de cogitação era porque, com a nossa distância, a tendência era que nós dois tivéssemos mais liberdade para acabar... Saindo dos trilhos. Não é que eu não confie em Zayn, mas sim porque já traíram muito a minha confiança.

"Louis está morrendo de ciúmes desse seu amiguinho, mas ele não fala, porque quer que você veja que ele mudou. Eu disse para ele que ele tem que fazer muito mais do que fingir que não tem ciúmes para recuperar a sua confiança." Ela disse e eu suspirei.

"É bom ver ele mudando. Só não sei como ele vai se comportar quando eu me mudar, mas acho que é pedir demais dele."

"Não é pedir demais. Ele ainda te ama, isso é bem óbvio, mas você é muita areia para o caminhão dele. Ele pode ser meu filho, mas ele errou, errou feio. Não espero que você o perdoe." Ela disse, lágrimas saltando de seus olhos.

"Eu perdôo ele, só não vou dar abertura para ele fazer o mesmo de novo. Estou feliz com o Zayn... E estou gostando de ser só amiga do Louis, também." Eu encarei o chão.

"Também estou gostando de ver vocês dois amigos." Ela fez uma pausa. "Ele vai sofrer muito quando eu morrer, Em, eu preciso que você ajude-o." Ela disse e eu recuei, meus lábios se partindo.

"Maggie, não diga isso!" Eu exclamei e mais lágrimas escaparam de seus olhos fundos.

"É verdade, Em. Todos nós sabemos que é verdade. Eu não estou reclamando... Não tenho medo da morte, mas tenho medo de deixar Louis sozinho. Mesmo que Adam esteja aqui... Em, eu sei que você entende que ele precisa de mais carinho que o pai dele pode dar." Ela disse e eu senti as minhas lágrimas caírem no meu colo. Ela não estava fazendo isso. Ela não podia desistir, não ela, não a Maggie. Ela sempre resistiu tanto, e agora ela desistiu. "Não quero que você faça mais do que está fazendo, que volte a namorar com ele, ou algo assim. Ele só precisa saber que pode contar com alguém. E Em, você não pode contar isso para ele."

Eu balancei a cabeça. "Maggie, você não pode desistir."

"Ah, querida." Ela suspirou, as lágrimas dela ensopando a sua roupa. "Venha cá."

Com seus braços abertos, Maggie me envolveu em um abraço apertado... O mais apertado que seus enfraquecidos músculos poderiam proporcionar. Eu chorei em seu ombro, e podia sentir as lágrimas dela no meu também.

"Eu não estou pronta, Maggie, não tô pronta pra você ir embora." Eu solucei. Se alguma enfermeira entrasse agora, eu nunca mais poderia visitar Maggie. Elas sempre deixavam claro que nós não podíamos realizar muito contato com os doentes. "Por favor, não vai embora."

"Vai ficar tudo bem, Em, eu prometo. Vou cuidar de vocês lá de cima, tá?" Suas palavras me lembraram de como ela levava eu e Louis para a Igreja todo domingo. Eu não era, nem sou, a pessoa mais religiosa do mundo. Nunca me identifiquei com nenhuma religião, mas era difícil não recorrer à fé em momentos como esse. Se Maggie não podia ter paz na Terra, eu só podia torcer para que houvesse um lugar melhor para ela depois da morte. Ela com certeza merecia.

Eu assenti lentamente, me desfazendo do abraço dela e virando de costas para sua cama. Eu respirei fundo, tentando acalmar a minha respiração e impedir as lágrimas que insistiam em cair.

"Em, me prometa que você vai cuidar do meu bebê. Prometa que você vai cuidar do Louis, por mim." Ela disse e eu não pude evitar os meus soluços.

"É claro que eu prometo, Maggie. Eu prometo pela minha vida que vou ajudá-lo." Eu balancei a cabeça e ela assentiu, lágrimas carregadas ainda escorrendo pelas suas bochechas. Adam entrou no quarto para encontrar duas mulheres chorando compulsivamente, e seu olhar foi de pena. Ele se aproximou da cama de Maggie, depositando um beijo em sua testa. Eu decidi que era hora de ir; os dois estavam compartilhando um momento do qual eu não fazia parte.

Eu não sei como seriam os próximos dias; eu tinha tanto na minha cabeça. Minha mudança, meu amor pelo Zayn, meu carinho pelo Louis, a evidente morte de Maggie, e como eu lidaria com tudo isso estando no outro lado do país. A única coisa que eu tinha certeza era que, não importa o quão feliz eu estivesse com Zayn e com a minha amizade com Lou, eu daria tudo para voltar há um mês atrás, quando eu não sabia quem era o amor da minha vida, quando Louis ainda me ignorava na escola, e quando a minha maior preocupação era Yale e não morte da minha antiga sogra.