𝚐𝚊𝚗𝚐𝚜𝚝𝚊'𝚜 𝚙𝚊𝚛𝚊𝚍𝚒𝚜𝚎

2. O desaparecimento

Mark estacionou o carro na frente da loja e observou a si mesmo no retrovisor.

Seus cabelos estavam perfeitamente arrumados, seu rosto parecia de porcelana de tão delicado que estava. Ousou em por argolas nas orelhas, gostava de coisas diferentes. O terno preto que usava moldava perfeitamente seu corpo, os sapatos brilhavam de tão limpos e o perfume que exalava era modesto mas ainda sim uma delícia de se sentir.

– Por que estamos aqui? – o homem ao seu lado indagou em um tom curioso.

Desviou seu olhar para Johnny, que estava no banco do passageiro. Ele também estava impecável, com os cabelos castanhos lisos igualmente arrumados. O outro era alguns anos mais velho que si e um pouco mais alto. Trabalhavam na mesma concessionária, criaram laços desde o momento em que conversaram pela primeira vez, construíram uma amizade fortíssima.

– Eu estava pensando...– desviou o olhar para a porta da loja.

– Você vai pedir ele em casamento? – o mais alto questionou com um sorriso enorme no rosto.

– Estou sendo muito precipitado? – suspirou apertando o volante, fazendo com que os nós de seus dedos ficassem brancos.

O nervosismo era algo que Mark não sabia controlar. Já fazia semanas que passava na frente da mesma loja mas nunca tinha coragem de entrar para finalmente comprar um anel. Decidiu que levaria um amigo de confiança, para pedir conselhos e apoiar ele durante a compra.

Conversou com Haechan alguns dias atrás sobre casamento, depois de receber o convite do casamento de Alice com um rapaz que conheceu nas aulas de dança que passou a fazer. O moreno falava sobre a cerimônia com tanta empolgação, o brilho que havia em seu olhar atiçou Mark.

Ele amava Haechan, amava muito. O garoto era praticamente o seu mundo, Mark faria qualquer coisa por ele, faria qualquer coisa para vê-lo feliz.

Não se importava com cerimônias ou votos, não achava esse tipo de coisa importante. O que importava ali era estar com quem amava mas de repente sentiu a necessidade daquilo, fazer com que Haechan soubesse e tivesse certeza de que ele era o único em seu coração para toda a vida.

– Você não está sendo precipitado, isso é ótimo, Mark! – o mais velho comemorou, orgulhoso do amigo.

– Pode me ajudar a escolher um anel? – sorriu de forma tímida.

– É claro!

[...]

Conseguiu um emprego de forma fácil graças à Jisung. Seu pai é dono de várias concessionárias e o encaixou em uma das maiores no centro de Seul. Recebia muito bem, e isso ajudou a pagar o apartamento onde viviam.

O começo havia sido bem difícil, nunca tinha trabalhado na vida, fazia as coisas na hora que quisesse e não tinha ninguém para lhe ditar o que deveria ou não fazer. Mas depois disso, foi pegando o jeito. Ele escolheu aquilo, escolheu ter uma vida normal com Haechan e teria de se esforçar para dar todo o lazer e amor para seu namorado. 

– E então, senhor? – indagou assim que o homem alto saiu do veículo.

– Esse valor está um pouco acima do orçamento mas eu gostei muito do carro. – analisou o lado de fora do automóvel. – É muito bonito.

– Que bom que o senhor está satisfeito com ele. – soou gentil.

Seus dedos estavam cruzados, aquele homem tinha que levar aquele carro. Era o mais caro de toda loja, todos estavam de olho. Se ele o levasse Mark ganharia vários elogios e quem sabe uma comissão pelo bom trabalho.