10. Me deixe ir

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Se tinha uma coisa que Donghyuck odiava era ficar sozinho.

Já não aguentava mais ficar preso dentro daquele quarto, sem ouvir um único som ou ruído. Não tinha nada que ele pudesse fazer, e para ser sincero, aquilo parecia muito pior do que quando ficava preso com os outros garotos.

– Vamos lá Haechan, seja forte. – ditou para si mesmo.

Desde que passou a fazer as aulas de teatro houve uma certa necessidade de incentivar a si mesmo. E ele adorou os exercícios que Hendery havia ensinado.

– Você vai sair dessa...– fechou os olhos com força. – Mas poxa universo, eu preciso de uma ajuda também! – resmungou.

Assim que a frase terminou, seus ouvidos captaram o trinco da porta sendo aberto. Mas não era Blando, nem Hajoon e muito menos Mark. Haechan não fazia ideia de quem era aquele cara.

– Quem é você? – franziu o cenho quando o homem entrou no quarto e logo em seguida fechou a porta.

– Fica quieto. – a voz grossa fez com que Haechan se arrepiasse.

– Fica longe de mim! – exclamou quando viu o homem começar a desfivelar o cinto. – O que está fazendo?! Não faça isso! – viu o maior sorrir de lado e começar a se aproximar. – O que você esta fazendo?!

– Você é tão bonito, Haechan-ah. – segurou com força os fios castanhos do menor. – Hajoon não vai se importar se eu me aproveitar um pouquinho do irmãozinho dele.

O mais jovem travou o maxilar e levou as mãos até a mão que segurava com força o seu cabelo.

– Eu disse...– ditou com raiva. – Para ficar longe de mim! – juntou todas as suas forças nas pernas e chutou o estômago do homem.

O maior caiu de joelhos no chão com a mão no local onde fora atingido. A arma que estava em sua cintura deslizou pelo chão frio até ficar perto da porta. Em um movimento rápido Haechan correu até lá mas não conseguiu pegar a arma...

– Seu merdinha! – fora segurado mais uma vez pelos fios castanhos e puxado para trás. – Eu ia ser cuidadoso com você! Mas agora você vai ver! – um tapa estalado foi certeiro no rosto do moreno que caiu no chão.

Assim que abriu os olhos, marejados por conta da ardência do tapa, viu que a arma estava bem na sua frente. Foi puxado com brutalidade pelo braço para se levantar, e assim que o fez, apontou a arma na direção do peito do homem e atirou.

Tudo foi tão rápido que nem ele mesmo havia percebido que tinha pegado a arma, só se deu conta quando olhou para a própria mão, agora manchada de sangue juntamente com a jaqueta.

– Eu preciso sair daqui...– fungou enquanto limpava o rosto.

Checou quantas balas ainda sobraram e saiu do local enquanto fechava o zíper da jaqueta pesada.

Caminhou pelos corredores compridos, que eram da mesma cor que a salinha onde estava, até encontrar dois homens armados de costas para si. Parou de andar e se agachou atentando os ouvidos.

– Você ouviu? Aquilo foi um tiro, não foi? – um deles indagou.

– Sim, foi um tiro. – o rapaz de olhos felinos olhou ao redor. – Cadê o Blando?

Assim que ambos insinuaram dar o primeiro passo na direção onde Haechan se escondia, ouviram mais tiros.

– Que merda é essa, Doyoung?! – o menor questionou.

– Acho que estamos sendo atacados! Vamos! – ambos correram para direção oposta deixando o corredor vazio.

Aproveitando, Haechan continuou a correr pelos corredores a procura de uma saída.

𝚐𝚊𝚗𝚐𝚜𝚝𝚊'𝚜 𝚙𝚊𝚛𝚊𝚍𝚒𝚜𝚎 Onde histórias criam vida. Descubra agora