16. Esperança

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Jeno se sentou no sofá ao lado do namorado, que observava Mark dormir tranquilamente. A noite estava fria e todos estavam muito cansados. Provavelmente, Mark receberia alta no dia seguinte, dependia muito da decisão de Taeyong.

– Já te contei do dia em que o Haechan salvou a minha vida? – indagou em tom baixo vendo Jeno negar.

Jaemin compartilhou consigo a manta e se ajeitou melhor ao seu lado.

– Tinha um cara que estava foragido aqui em Seul. Ele procurava garotos da noite, transava com eles e depois...os matava. – engoliu em seco.

– Eu me lembro disso, acho que o nome dele era Henry. – Jeno comentou baixinho. – Ele deu muito trabalho para o senhor Wei.

– Sim. – Jaemin suspirou. – O Hei estava dando uma festa nesse dia, eu e o Haechan estávamos acompanhando ele. Mas daí esse Henry chegou, e foi falar com o Hei...

[...]

Então, você é o famoso Henry. – Hei sorriu de forma divertida.

– Fiquei sabendo que você tem os melhores aqui. – o homem alto olhou ao redor.

– Oh, sim. Minhas crianças são as melhores mesmo. – riu alto. – Você pode ter qualquer um deles...

Henry sorriu de lado e voltou a observar o local, até colocar seus olhos em Jaemin, que engoliu em seco.

– Quero esse. – apontou para o garoto que começou a tremer de medo.

– Não! – Haechan exclamou se colocando na frente do amigo.

– Haechan...– Hei o encarou sério. – Não seja egoísta.

– Ele não vai com esse assassino! – abraçou o corpo de Jaemin. – Não vai mesmo!

Ótimo, então eu quero você. – Henry ditou. – Os mais difíceis são os mais deliciosos.

Hei encarou o homem, ainda sério.

– Eu pago o dobro. – negociou vendo um sorriso brotar no rosto do dono do lugar aos poucos.

– Ok, pode levar ele. – encarou Hajoon que puxou Donghyuck até Henry.

– Hae! Não! – Jaemin tentou segurar o moreno pelo pulso mas Hajoon o empurrou fazendo-o cair no chão. – Não!

– Sem escândalo, Jaemin. – Hei ditou com o cenho franzido. – Não foi assim que te criei.

– Ele vai matar o Haechan! – exclamou entre o choro.

– Ele tem razão. – Hajoon o encarou. – Vai permitir?

– É claro que não! Vamos fazer um favor para o velho Wei e acabar logo com aquele imbecil. – Hei revirou os olhos. – buscar o Hae, Hajoon. Jaemin, levanta daí e limpa essa cara...

[...]

– Ele foi, Jeno, sem hesitar, sem pensar. Haechan simplesmente se colocou no meu lugar e foi. – limpou o rosto, lembrando daquilo acabou por derramar algumas lágrimas. – Na maioria do tempo as pessoas me faziam pensar que eu era apenas um objeto, um ninguém. Mas Haechan não, ele mantinha a esperança, ele me lembrava de que eu também era humano e que deveria ser amado. Ele sempre me pôs em primeiro lugar, sempre me protegeu. É por isso que precisamos encontrar ele, eu não quero que ele desista, que os sonhos dele desapareçam.

– Nós vamos encontrá-lo, amor. – Jeno segurou o rostinho do menor. – Eu prometo.

[...]

John deu três batidas na porta e em seguida a abriu, encontrando Haechan ainda deitado encarando o teto.

– Trouxe seu café da manhã. – sorriu enquanto se aproximava. – Deve estar com fome, você não jantou...

– Eu não quero comer. – o mais novo fechou os olhos e engoliu em seco.

– Você precisa comer alguma coisa, Chan. Já está ficando fraco...– deixou a bandeja na cômoda e se sentou ao lado do corpo do rapaz.

– Eu não sinto fome...– sussurrou.

– Vai acabar morrendo desse jeito. – o maior franziu o cenho, irritado.

– Talvez eu possa encontrar ele de novo. – voltou a abrir os olhos, agora marejados. – Eu só quero estar com o Mark.

– Não diga bobagens. – suspirou de forma nervosa. – É melhor você comer, se não as coisas vão começar a ficar sérias por aqui.

– Eu não entendo...– Haechan riu sem humor, desviando o olhar para Blando. – Você diz se preocupar mas vive me ameaçando.

– É porque eu amo você e não quero que fique doente. – o maior ditou de forma baixa e séria.

– Seu jeito de amar é bem estranho. – se sentou na cama e encarou a bandeja.

Ali continha torradas, geleia e café com leite. Encarou a faca brilhante ao lado de uma colher pequena, que deveriam ser usados para passar a geleia na torrada.

– Eu vou comer. – voltou a observar Blando, que sorriu contente. – Agora, me deixe em paz.

– Tudo bem, mas eu vou voltar para ver se você realmente comeu. – Blando se levantou e caminhou até a porta. – E vá tomar um banho depois, está começando a feder.

Haechan revirou os olhos assim que o outro saiu.

Respirou fundo e pegou a faca, guardando a mesma debaixo do travesseiro. Esperava que Blando fosse lerdo o suficiente para não sentir falta da faca.

Mas duvidava disso, por isso, deveria agir rápido.

[...]

Mark, graças aos deuses, havia ganhado alta de Taeyong. Segundo o médico ele poderia voltar para casa, mas nada de esforço e de levar outra surra, se não aí sim ele não resistiria.

Seguiam diretamente para a casa de Yangyang, onde ele teria uma conversa bem séria com o samurai.

– Você está mancando, Mark. – Jaemin ditou preocupado.

– Eu estou bem. – respondeu enquanto levava a mão até a maçaneta da porta, a abrindo.

– Lar doce lar...– Yangyang ditou sorrindo, mas o sorriso morreu quando viu seus amigos, mais o samurai, jogando cartas no chão da sala. – Mas o que...?

– Ah, vocês voltaram! – Kun sorriu.

– Por que diabos o nosso inimigo está solto e jogando cartas com vocês?! – Mark franziu o cenho.

– Olha, eu posso explicar. – Ten se levantou. – Tudo começou quando ele ficou muito apertado, e a gente não podia deixar ele fazer xixi no tapete do Yangyang, então liberamos as pernas dele para que ele pudesse ir até o banheiro. Depois, ele disse que estava com fome, e como o Winwin se recusou a alimentar o Yuta, ele teve que usar as próprias mãos. Daí todo mundo ficou entediado e começamos a jogar...– o tailandês sorriu.

– Vocês são malucos, ele é um inimigo perigoso! – Jeno repreendeu.

– Ah, qual é. Até parece que eu tenho chances contra vocês. – Yuta ditou.

– Aparentemente, nós criamos algum tipo de laço. – Kun disse, com uma feição de estranheza.

– Ah...ok...? – Mark coçou a testa, irritado. – Bom, já que você esta de boa, eu tenho algumas perguntas. – encarou o japonês que soltou as cartas e prestou atenção no outro.

[...]

Turururu

𝚐𝚊𝚗𝚐𝚜𝚝𝚊'𝚜 𝚙𝚊𝚛𝚊𝚍𝚒𝚜𝚎 Onde histórias criam vida. Descubra agora