18. Ser amado

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Haechan pulou de susto na cama quando a porta do seu quarto fora aberta com brutalidade, revelando Blando todo bagunçado com uma garrafa de whisky na mão.

Ele fechou – bateu – a porta e cambaleou até a ponta da cama. Haechan se encolheu quando o maior apenas deixou a garrafa de lado e suspirou.

Blando parecia fora de si.

– O-o que houve? – indagou baixinho.

– Chan, eu estou com problemas. – ditou de forma embolada. – Eu não consigo mais dormir longe de você. – riu sem humor dando a volta na cama até ficar ao lado de Haechan.

– Mas...– desviou o olhar se afastando do outro. – Não podemos dormir juntos.

Blando negou ainda sorrindo. Estava muito bêbado para raciocinar, apenas subiu na cama e se aproximou do mais novo.

– O-o que você esta fazendo?! – Haechan levou as mãos até o peito do maior, tentando afastá-lo. – Blando, não!

O maior não deu ouvidos, prensou o garoto na cama e levou a boca até o pescoço exposto, começando a beijar o local.

– Você será meu. – ditou no pé do ouvido de Haechan. – Vai chamar por mim quando estiver chegando lá!

– Não! – Donghyuck começou a debater tentando soltar seus pulsos do aperto das mãos de Blando.

Pelo simples motivo de querer tocar a pele do moreno, o homem soltou um de seus pulsos e levou a mão até a barriga de Haechan, tocando a pele por baixo da camiseta. O menor tentou empurra-lo mas Blando parecia dez vezes mais forte, e com isso acabou forçando Haechan a beijá-lo. Irado e tentando ao máximo se safar, Donghyuck levou a mão até o rosto do maior e tentou arranha-lo até que se lembrou de algo que poderia protegê-lo.

Rapidamente levou a mão para debaixo do travesseiro e puxou a faca. Com raiva, fincou o objeto no ombro do maior que se afastou e gritou de dor.

– Maldito! – Blando se levantou e tirou a faca do ombro. – Ficou maluco?!

Haechan se levantou da cama e correu até a porta, saiu do quarto e encontrou um corredor comprido e logo no final as escadas para o andar de baixo.

Correu até a metade, onde fora puxado brutalmente pelos cabelos e jogado para trás. Blando ficou por cima do seu corpo mais uma vez, sua feição era de uma pessoa extremamente irritada, com sangue nos olhos.

– Não, Blando, por favor...– pediu baixinho vendo o maior sorrir de lado.

– Agora você decidiu ser bonzinho. – tocou o ferimento, que escorria sangue e manchava sua camisa. – Mas eu não vou mais ser bonzinho com você, Chan.

Ergueu a mão com o punho fechado e começou a bater no rosto de Haechan com força, quebrando o nariz do rapaz. Continuou batendo, até começar a ver o rosto do menor desconfigurado pela surra.

– Chefe! – ouviu alguém chamar, fazendo-o parar de bater e erguer o olhar. – Vai matá-lo...– Taeil estava parado na escada, juntamente com Doyoung.

Encarou Donghyuck que estava desacordado. Seu rosto estava todo cortado e sangrava bastante, além do olho inchado e o nariz quebrado.

– Eu não quero mais ele. – ditou sério enquanto se levantava.

Taeil se aproximou do maior e o levou até o quarto para cuidar do ferimento do mesmo, enquanto Doyoung carregava Haechan para o outro quarto para cuidar dele.

[...]

– Está com dor? – o ruivo indagou enquanto assistia o chefe trocar de camisa.

– Não. – respondeu sério se sentando na cama.

– O que aconteceu? – Taeil cruzou os braços, ele e Doyoung eram as únicas pessoas próximas de John, as únicas pessoas que realmente o conheciam e se importavam.

– Eu só queria ser amado. – suspirou, o efeito da bebida já havia passado por conta do banho gelado, agora só se sentia amargurado. – Eu só queria que ele me amasse assim como ama o Mark.

– Ah, John. As pessoas não começam a amar de um dia para o outro. Amor leva tempo. – se aproximou do maior ficando de frente para ele. – Haechan nunca vai deixar de amar o Mark.

– Eu entendo agora. – sussurrou. – Eu odeio casais felizes. – apertou com força o colchão. – Eu vou acabar com eles.

Taeil suspirou e negou com a cabeça.

– A vingança é um prato que se come frio, Mark. – Blando ditou para si mesmo enquanto fitava o chão.

Ele faria aqueles dois desacreditarem em amor.

[...]

No dia seguinte, Blando se encontrava em seu escritório, encarando o celular que estava na sua frente.

Não viu Haechan, nem levou comida para ele. Falou sério na noite anterior, ele não seria mais bonzinho com ele.

Pegou o aparelho e clicou no número salvo como "imbecil". Tocou duas vezes até que Mark o atendeu.

pensou? – ouviu a voz cansada do mais novo. Provavelmente, ele passou todo esse tempo sem dormir esperando a ligação.

– Você conhece aquela colina que tem um castelo em ruínas? – comentou.

Ahm...sim...?

– Me encontre lá. – encarou Taeil que estava sentado no sofá. – Com todo o dinheiro que você tiver e sozinho. Eu levarei o Donghyuck, mas se você tentar alguma gracinha eu mato ele.

Isso vale para você também? No caso de estar sozinho...

– Não se preocupe, eu estarei só. – sorriu de lado.

Certo. Que dia e horário?

– Esteja lá hoje, as três da tarde. – encarou o relógio vendo que era meio dia em ponto. – Não se atrase, se não eu mato ele e largo o corpo dele lá.

Ok.

Encerrou a ligação e largou o celular na mesa.

– E então? – Taeil cruzou as pernas.

– Vamos matar os dois. – passou as mãos entre os fios castanhos e respirou fundo.

[...]

Já estava tudo pronto para partir, Blando apenas esperava os garotos trazerem Haechan para baixo.

Assim que viu o moreno passar pela porta, não deixou de suspirar de forma cansada. Haechan estava todo ferido, ainda estava sujo de sangue, tanto seu rosto quanto suas roupas. Era lamentável a sua aparência, aquilo poderia ser um gatilho para Mark que sofreria ainda mais ao ver seu parceiro naquele estado.

Abriu a porta do carro e adentrou o veículo, se sentando no banco de trás. Era uma hora da sua casa até a colina, não faria o esforço de dirigir e se cansar.

– Não. – ditou assim que viu Doyoung tentar colocar Haechan sentado ao seu lado. – Ele vai lá atrás. – apontou para o porta malas. – Ah! E amarre as pernas e braços dele. – fechou a porta e desviou o olhar para frente.

Haechan guardou o choro no peito e ergueu o nariz, indo sozinho até o porta malas. Não, ele não se daria ao luxo de fazer ceninha, de chorar e mostrar que estava com medo.

Ele seria forte por Mark.

[...]

Estamos quase lá 💃

𝚐𝚊𝚗𝚐𝚜𝚝𝚊'𝚜 𝚙𝚊𝚛𝚊𝚍𝚒𝚜𝚎 Onde histórias criam vida. Descubra agora