6. Irmãos

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Seus olhos dobraram de tamanho assim que ouviu passos se aproximarem. Era uma sensação ruim, o medo se instalou e o frio aumentou.

A porta foi aberta revelando um homem alto e forte. Toda a sua roupa era da cor preta, inclusive sua máscara, como aquelas de bandido.

Ele se aproximou em passos lentos e se agachou, seus olhos castanhos percorreram todo o corpo de Haechan e pela forma que a máscara se moveu o rapaz sabia que ele estava sorrindo.

– Você é mais bonito do que eu imaginava. – comentou.

– Q-Quem é você? – se encolheu quando o homem fez um movimento rápido, mas era apenas para tirar a jaqueta grande e pesada que vestia.

– Está muito frio aqui. – passou a vestimenta pelo corpo do menor e logo em seguida desamarou seus pulsos e tornozelos.

Um alívio percorreu o seu corpo quando o calor o protegeu do ar gelado. Mas sua atenção era a mesma, sempre vigilante aos movimentos do maior.

– Me chamo Blando. – decidiu responder a pergunta que fora dirigida a si. – E você é o famoso Haechan, seu irmão me falou muito de você.

– Irmão...? – não deixou de franzir o cenho quando o outro afirmou com um gesto de cabeça. 

– Surpresa~ – ouviu alguém cantarolar.

E sim, aquela era uma grande surpresa. Um dos homens que fez da sua vida um inferno, que o espancava e o prendia sem piedade e sem remorso, que o usava para ganhar dinheiro.

– H-Hajoon? – o moreno se arrastou pelo colchão até ficar no canto, encolhido.

– Oi, meu amorzinho. – seu sorriso aumentou assim que viu lágrimas de desespero deslizarem pelo rosto delicado do garoto.

Agora tudo fazia sentido, esse sequestro tão de repente.

– Não chore, criança. – Blando ditou com calma. – Não faremos mal a você.

– Não seja legal com ele. – Hajoon rosnou. – Ele é um traidor de merda, fugiu com o homem que matou o nosso pai.

– Ele não era o meu pai! – berrou entre lágrimas.

– Ele te deu um lar! Ele cuidou e criou você! – o loiro deu um passo a frente.

– Ele nos usou, Hajoon! É tão difícil de entender? – ergueu o olhar e o encarou. – Ele não amava a gente, ele não pode ser chamado de pai.

– Seu merda! – antes que Hajoon pudesse avançar no garoto, Blando se levantou e o encarou. No momento, o loiro parou no lugar e respirou fundo, acalmando os nervos. – De qualquer forma, Mark tirou a pessoa que EU chamava de pai. E eu vou me vingar dele, ah sim Haechan, eu vou acabar com o Mark, e então, voltaremos a ser uma família de novo.

Haechan arregalou os olhos. Mark estava em perigo, e ele sabia o quanto Hajoon era pior que Hei. Ele era muito pior.

– Não foi o Mark que matou o Hei. – disse, com os olhos fixados no chão.

– O que? – o maior franziu o cenho.

Se fosse para salvar Mark...Haechan daria a sua vida.

– Não foi o Mark que matou o Hei. – repetiu. – Fui eu.

Ergueu o olhar e encontrou o 'irmão' paralisado, seu lábio inferior tremia e seus olhos estavam arregalados.

– Eu estava escondido mas sai porque eu sentia que algo ruim ia acontecer. Ele ia matar o Mark, então eu atirei nele. Eu matei o Hei, não foi o Mark. Então, se você quer se vingar de alguém eu estou bem aqui, o assassino do seu pai.

𝚐𝚊𝚗𝚐𝚜𝚝𝚊'𝚜 𝚙𝚊𝚛𝚊𝚍𝚒𝚜𝚎 Onde histórias criam vida. Descubra agora