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Já fora dos aparelhos e se recuperando Rosalinda tinha sessões de fisioterapia pela manhã e de tarde podia dá pequenos passeios pela área restrita no jardim posterior do hospital. Era um local aberto apenas para os pacientes em recuperação, com árvores, bancos, lixeiras e postes de iluminação. Dayane trouxe dois livros muito bom para Rosalinda ler enquanto estava internada.

Hoje por exemplo Rosalinda veio passar um pouco da tarde no jardim, procurou por um banco onde estivesse com sombra para fazer sua leitura. Abriu a página onde havia parado a leitura e se entregou na história, ria, imitava as expressões dos personagens, chorava, fazia muito tempo em que Rosalinda não desfrutava de um bom livro, talvez o trabalho a estressasse tanto que havia deixado de lado as pequenas e boas coisas da vida.

- Olá... Sozinha?_Perguntou uma paciente.

- Sim, vim ler um pouco... E você?_Perguntou Rosalinda observando a moça sorrir.

- Pensando na vida. O que te trás aqui?_Perguntou a moça se sentando ao lado de Rosalinda.

- Acidente de carro... E você?_Perguntou Rosalinda já estava parecendo um jogo das perguntas.

- O mesmo... A minha namorada... Quer dizer ex-namorada me atropelou (risos tímidos) deve está se perguntando o motivo né?

- Fique a vontade se quiser compartilhar a história._Disse Rosalinda sem forçar, mas aparentemente a mulher queria comentar.

- Ela me viu com outra... Mas sabe o mais engraçado? Eu só estava em um jantar de negócios._Disse a moça olhando para seus pés ficando triste.

- Então quando saímos do restaurante me despedi da Anna e poucos minutos senti o carro vindo em minha direção, consegui escapar por pouco, mesmo que o carro me atingiu de leve me arremessando no poste...

- E agora eu estou aqui...

- Sinto muito por isso._Disse Rosalinda estendendo o livro colocando em cima do banco.

- Tudo bem... Quando alguém ama uma pessoa de verdade ela escuta todos os lados possíveis, não pode simplesmente aceitar o que ver de primeira e assimilar como a verdade absoluta. Eu poderia está morta, sem motivo algum._Disse a moça para Rosalinda ativando gatilhos na italiana.

- Entendo._Disse Rosalinda pensando sobre o que a moça havia lhe dito.

De volta ao seu apartamento Rosalinda deixou sua bengala do lado da cama e se ajeitou para subir na mesma. Estava muito cansada do passeio, desgastou um pouco seu fôlego, deitou na cama e ficou pensando. Será que Dayane lhe amava a ponto de acreditar nela ao invés de julga-la como errada? Se não fosse o acidente Dayane lhe daria abertura para que elas conversassem?

Óbvio que sim, afinal era sobre Dayane que ela estava pensando a mulher mais sensata e altruísta que ela já havia conhecido, todo mundo tem uma reação inicial. Isso não significa que Dayane não iria perdoa-la e pensando nisso, mas que diabos o Zenga quis voltando para a sua vida? Ela o odiava.

- Amor? Está acordada?_Perguntou Dayane entrando no apartamento tirando os pensamentos de Rosalinda da cabeça.

- Oi amore mio, entra._Disse Rosalinda sorrindo sincera para Dayane.

- Está com os olhos fundos... Dormiu bem? Tem descansado?_Perguntou Dayane se aproximando e chegando a temperatura de Rosalinda.

- Eu não tenho dormido muito o remédio tira um pouco do meu sono._Mentira, era que ela havia passado os últimos dias pensando no que havia acontecido no dia do acidente e isso havia lhe tirado o sono.

- Amor você sabe que pode conversar consigo sobre qualquer coisa, certo? Não precisa existir segredos entre nós._Disse Dayane beijando a testa de Rosalinda e acariciando a mão da namorada.

- Day... Naquele dia... Se não tivesse acontecido tudo isso... Você... Você iria deixar eu te contar o que aconteceu ou iria me ignorar para sempre? Por favor, seja sincera na resposta._Pediu Rosalinda voltando ao pensamento da moça de hoje mais cedo.

- De início não iria querer saber nada, mas depois iria sentir sua falta como louca e então iria atrás de você para conversarmos e quem sabe a gente se acertar._Disse Dayane dando de ombros como se fosse o óbvio.

- Eu não quero perder você Day. Então sempre que acontecer qualquer coisa, se dê a chance da dúvida, pois eu te amo como eu nunca amei outra pessoa em minha vida. Não faria nada para te machucar... Ok?_Perguntou Rosalinda pegando na mão de Dayane e acariciando.

- Eu nunca mais vou deixar isso acontecer isso de novo. Prometo a você. Vamos ser muito felizes._Disse Dayane beijando a bochecha morna de Rosalinda.

Dayane ficou deitada ao lado de Rosalinda assistiram seriado pelo notebook de Dayane, era por volta das 19h quando Rosalinda já tinha adormecido. Dayane se levantou da cama com cuidado sem acordar a sua namorada, deixou um beijo longo em sua testa e sussurrou um eu te amo antes de ir embora. Porque dona Giuseppina não abria mão de dormir com a sua filha durante as noites.

- Como ela está?_Perguntou Giuseppina.

- Bem, conversamos um pouco e ela dormiu._Disse Dayane em um de voz baixo.

- Obrigada, por cuidar da minha filha. Nesses dias eu pude ver o quanto ela é importante para você e eu sei que você é importante para ela. Obrigada._Disse Giuseppina com um sorriso fraco em direção a Dayane que concordou com a cabeça.

- Até mais._Disse Dona Giuseppina.

- Até senhora._Disse Dayane forçando um sorriso.

De volta ao seu apartamento Dayane deitou se em sua cama e ficou pensando. Ela precisava fazer alguma coisa para Rosalinda se sentisse segura sobre elas. Talvez uma viagem entre as duas ou simplesmente um passo a diante. Mas não queria deixar a dúvida na mente de Rosalinda, ela a amava e não iria nada destruir o que elas tinham.

Mas o que ela poderia fazer? Qual o grande gesto que ela poderia fazer? Pedir em casamento não pode ser, porque era muito cedo para da um passo desse tão grande. Ela precisava pensar em alguma coisa, enquanto isso Dayane fechou seus olhos pensando em Rosalinda.

- A gente pode fazer da certo._Disse Dayane sussurrando para si mesmo.

Continua...

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"Olá pessoal, queria dizer que vou precisar da uma pausa aqui, pelo menos até eu ficar melhor. Infelizmente tô com covid-19, estou me sentindo muito cansada. Não consigo nem raciocinar direito rs, mas vou ficar bem logo e até lá sugiro que façam outras leituras que tenho nesta plataforma. Beijos".
Florence Xoxo...

Como esquecer você? - Rosmello Onde histórias criam vida. Descubra agora