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Os anjos estavam explicando as novas funções de Giulia, por descuido de um deles Giulia viu a vida na terra e encontrou Dayane sentada a beira da praia olhando para o horizonte, Giulia reconheceu aquela mulher sentiu seu coração disparar, ela conhecia aquela mulher.

- Dayane?

- Quem? Não olhe para lá._Disse um dos anjos antes de apagar a memória de Giulia ela fez uma pergunta.

- Quando a Dayane morrer pra onde ela vai?_Perguntou Giulia e o anjo olhou para ela e pensou na resposta.

- Ela é uma mulher homossexual... Depende muito... Se ela estiver praticando homossexualidade ela vai para o inferno e se ela não estiver praticando ela é perdoada e vem pra cá._Explicou o anjo e Giulia sentiu um nó se formar em sua garganta.

- Então por ela amar outra mulher ela vai ter o sofrimento eterno? Quer dizer que no meio de homicidas, estrupadores, ladrões, fenocidas... Dayane vai para o inferno pelo simples fato de está amando outra mulher? Qual a lógica?_Perguntava Giulia e o anjo não respondeu, não caberia a ele explicar, apagou a memória de Giulia e ela voltou a esquecer de Dayane.

- Nem eu entendo essa lógica._Disse um dos anjos levando Giulia a sala de adoração.

***
Dayane sentiu um vento forte passar por ela e a nuvem no céu ficar mais branca que o normal e ela sorriu. Tinha certeza que Giulia estava olhando por ela e que um dia elas iriam ficar juntas novamente. Pegou suas sandálias e suas coisas voltou para a orla onde havia deixado sua bicicleta e voltou para a casa de seu pai pedalando.

No meio do caminho viu uma mulher de costas que parecia muito com a Rosalinda e pensar na italina trouxe um calor já conhecido por ela em seu peito era crescente essa sensação de bem estar e ao mesmo tempo formigamento por todo o corpo só de lembrar de Rosalinda suas mãos suavam e seu pescoço adormecia.

Rosalinda era uma mulher incrível, inteligente, bem sucedido, educada com as pessoas, empática, carinhosa e atenciosa, Dayane poderia contar um milhão de prós de Rosalinda que não iria faltar. Chegando em casa Juliano estava mexendo no motor do carro de seu pai.

- De baebeiro a mecânica agora?_Zuou Dayane e Juliano jogou a toalha suja de graxa nela.

- Ver se não enche chata!_Disse o irmão mais velho rindo.

- O que deu aí?_Perguntou Dayane se aproximando do motor do carro.

- Nada, só lubrificando e limpando as válvulas._Disse o homem enquanto fazia o serviço.

- Tem café aí na garrafa._Disse Juliano.

- Ótimo! Estou morta de cansaço, vai me ajudar._Disse Dayane pegando um copo de café e sentando na cadeira da varanda.

- Estava pensando a gente poderia ir fazer um passeio na ilha, Lucas vai ter folga amanhã dos treinos e você logo vai embora, seria bom curtir esses últimos momentos._Disse Juliano enquanto continuava a mexer no carro de cabeça baixa e Dayane se balançando na cadeira.

- Pode ser, foda que tá caro._Disse a arquiteta fazendo o seu irmão rir.

- Bah, você é a poderosa família... Deveria pagar pra mim e para o Lucas._Brincou Juliano e Dayane deu um pinote da cadeira.

- Ah nem! Vocês são homens, vocês que lutem._Disse Dayane entrando na brincadeira.

Dayane caminhou para o banheiro precisava tomar um banho para tirar o suor de seu corpo, olhou o celular para ver se havia recebido mensagem enquanto estava fora. Nada fora do normal, Paola pedindo opinião de Dayane sobre um projeto de reforma, suas amigas procurando saber como estavam suas férias e Rosalinda dizendo que estava com saudades.

"Eu também... Você não sabe o quanto eu sinto a sua falta ❤️".

Sorriu, ela não se imaginava com outra pessoa após Giulia, mas Rosalinda foi se aproximando e ganhando espaço no seu coração e nos pensamentos de Dayane. Agora tinha uma grande proporção no interior da arquiteta, Dayane estava ansiosa para voltar e dizer todo o que estava sentindo para Rosalinda, sempre foi muio sincera com os seus sentimentos e não seria diferente agora.

***

Último dia em Florianópolis Dayane resolveu curtir o máximo com seus amores (irmãos e pai) fizeram uma tarde maravilhosa com praia, churrasco, música, Juliano estava tão feliz de ver a família reunida que ficou emocionado e começou a chorar colocando culpa na bebida.

- Mano não precisa chorar (risos)...

- É que a gente sentiu sua falta Day... Por favor, não se afasta mais da gente._Disse Juliano deixando um beijo no topo da cabeça de sua irmã.

- Me perdoa por isso, prometo que nunca mais me afasto ok? E você ver se me procura em Milão._Disse Dayane abraçando Juliano que enxugou as lágrimas voltando a sorrir.

- Cara vocês dois são muito gays._Disse Lucas. - Mas eu amo os gayyys._Brincou Lucas entrando no abraço.

De longe o pai de Dayane sorria para a cena ao lado da sua nova namorada. Ele criou os três e conhecia cada um, sabia da o espaço necessário para suas crias se entenderem e também sabia que Juliano estava muito ressentido de Dayane ter se afastado dele, logo os dois que eram melhores amigos antes de toda a tragédia acontecer. Ver os três de volta juntos e sorrindo era muito satisfatório para um pai e ele não precisava de mais nada se seus filhos estivessem saudáveis e felizes.

- Você volta hoje para a Itália né?_Perguntou Lucas e Dayane afirmou com a cabeça.

- Talvez eu vá te visitar no feriado do natal._Disse o rapaz não queria também ficar longe de sua irmã.

- Vá assim que tiver tempo, vou está esperando por vocês._Disse Dayane abraçando o seu irmão caçula.

E assim a tarde foi passando e a noite foi chegando, Dayane já estava na casa de seu pai colocando na mala suas últimas peças de roupa e seus acessórios. Juliano estava na sala de estar esperando pela sua irmã e Lucas estava deitado na cama conversando com Dayane sobre a suposta namorada do seu pai, aparentemente era uma mulher gente boa.

Já na sala Dayane abraçou o seu pai por longos minutos, não sabia quando iria voltar e hoje em dia mais do que nunca sabia como era importante viver o momento e valorizar cada segundo quando está com pessoas que ela amava, seu pai pela idade e pelo problema no coração preferiu ficar em casa do que ver sua menina partir mais uma vez para fora do país.

- Vamos? Você está pronta?_Perguntou Juliano.

- Sim, podemos ir._Disse Dayane.

- Bença pai... Se cuida tá? Qualquer coisa pode me ligar._Disse a menina beijando a cabeça de seu pai e lhe abraçando.

- Deus te ilumine e te dê saúde minha menina._Disse o homem emocionado.

Na hora do embarque Juliano pediu que Dayane tivesse cuidado e que a sua irmã ligasse assim que chegasse em solo italiano, agradeceu sua irmã por vir visitar o seu pai por diversas vezes, porque o senhor de idade já estava preocupado e com saudade de Dayane que havia simplesmente se isolado, mas a mesma prometeu que não iria mais fazer algo do tipo e sempre iria está presente na vida de seus irmãos e seu pai, que provavelmente não muito distante iria se casar.

No avião Dayane olhava as fotos que havia tirado nesses dias que passou em casa, um sorriso automático saiu de seus lábios. Era muito bom voltar para casa e ser bem recebida, passou mais algumas fotos e parou nas fotos que tirou com Rosalinda nos últimos dias que foram a um encontro e Dayane sentiu o seu coração palpitar forte e sua respiração começar a pesar.

- É dona Rosalinda! A senhorita fisgou o meu coração._Sussurrou Dayane baixinho se deixando ser vencida pelo sono, assim que chegasse em Milão iria querer conversar com Rosalinda e colocar as coisas em pratos limpos.

Continua...


Como esquecer você? - Rosmello Onde histórias criam vida. Descubra agora