Quando Rhaegar fugiu com a garota Stark, começou a desgraça de Elia.
Aerys convocou Elia imediatamente a capital.
Andando com dificuldade, ela foi amparada quando chegou por Jaime, a ajudando a sair da carruagem.
Ela ainda estava exausta e doente depois do parto, tendo se recuperado de uma febre a poucos dias.
Levada até Aerys, o homem louco estava em estado de fúria.
–O que você fez seu lixo de Dorne?
Elia não respondeu, confusa com a acusação de Aerys.
–Você não presta nem para ser esposa, nem para dar filhos! Por isso meu filho foi procurar outra mulher! E o irmão estúpido dela estava gritando ameaças!
Elia foi surpreendida pelo golpe que levou dele. A força do tapa a lançou contra a parede e seu rosto ardia.
Ashara tentou ajudar Elia a se levantar, mas a fúria de Aerys se voltou para ela.
–E você? Seu irmão é cúmplice dessa idiotice não é? Aposto que vocês estavam dentro do plano dele, um bando de dorneses sujos! Mas eu vou te dar uma lição!
Ele rasgou tanto o vestido quanto as roupas íntimas de Ashara, para espanto de todos que viam a cena.
Envergonhada, ela tentou tapar suas intimidades com a mão.
–Arraste essa prostituta por toda a Fortaleza Vermelha! Uma Caminhada Da Vergonha talvez coloque um pouco de honra nessa sujeira de Dorne!
Jaime teve que obedecer a ordem do rei, mas pediu em segredo a uma criada para ordenar a todos os homens que desviassem os olhos para poupar Ashara de uma vergonha maior.
Ele foi obedecido, ninguém concordava com essa injustiça e sem que o rei soubesse a nudez de Ashara foi respeitada.
Mesmo assim, quando ele a cobriu com sua capa e a levou até o quarto, Ashara chorava e tremia.
Ele tentou consolar a Dayne, mas sem sucesso.
No dia seguinte Elia pediu a ele com discrição que trouxesse um meistre.
Ele achou que era para o hematoma no seu rosto ferido, mas era para algo ainda pior.
–Eu lamento princesa. Sua dama... Foi um estresse muito forte. Ela perdeu a criança.
Tanto Jaime quanto Elia se olharam sem saber o que fazer.
A princesa de Dorne não viu outra escolha senão mandar Ashara embora junto com todos os dorneses que ainda estavam por perto, temendo que a ira de Aerys fosse descontada neles.
Os dorneses tentaram se recusar por medo do que poderia acontecer se a deixassem sozinha, mas Elia bateu o pé e foi irredutível.
Por sua ordem, foram embora relutantes.
A situação ficou ainda pior.
Brandon e Rickard Stark morreram.
Aerys ainda por cima depois de matar o sobrinho e herdeiro de Jon Arryn ainda ordenou que o homem entregasse as cabeças de seus filhos adotivos. E o resultado só poderia ser um: guerra.
Arryn, Baratheon, Stark, Tully. Como ninguém viu essa aliança perigosa se formando?
Enquanto o reino sangrava e Aerys estava cada vez mais louco, onde estava o príncipe herdeiro, esperança do reino? Se divertindo em um ninho de amor com Lyanna Stark.
Elia ficou em estado de fúria ao ler a carta de Audelyne Dayne narrando como desconfiou da movimentação estranha na torre da bisavó de ambas e desconfiaram de ver guardas reais na Torre Da Alegria.
Neste momento Jaime viu como a fúria do sol podia ser assustadora.
E Elia foi um pouco apaziguada, tendo um sorriso sádico ao ler como a espada Alvorada foi retirada de Arthur Dayne.
Depois disso os dias foram nebulosos, vivendo em constante estado de terror com as loucuras de Aerys.
Um dia estava conversando com Elia, falando da amizade de suas mães, quando uma criada desesperada os alertou que Aerys estava indo para o berçário real com uma tocha acesa.
Jaime sinceramente achou que ele e Elia devem ter sido as pessoas mais rápidas do mundo, pois no segundo seguinte estava segurando Aerys por trás enquanto o fogo quase tocou no bebê Aegon, que chorava alto.
Foi por muito pouco.
Aerys tinha pego o menino pelo pescoço, e num esforço conjunto ele segurou Aerys e Elia tomou Aegon da mão do rei.
Aerys começou a gritar maldições e insultos.
Pycelle chegou depois e deu uma poção para o rei dormir.
Elia, abraçada ao filho, mandou o berço de Aegon para seu quarto e com Aegon no colo e Rhaenys na mão, levou os filhos para o lugar que era sua prisão e refúgio.
Elia começou a ficar neurótica com a segurança dos filhos.
Quando Rhaegar voltou de Dorne para a batalha final ela nem mesmo olhou para seu rosto ou lhe dirigiu a palavra.
Ele disse desculpas é claro, falou de profecias, de promessas, mas Elia apenas lhe deu as costas.
Quando ouviu sobre a vitória de Rhaegar no Tridente, Aerys entendeu como liberdade para fazer o que quisesse já que Rhaegar fez questão de assegurar seu trono.
Os guardas praticamente arrastaram Elia e Rhaenys até o rei, e saíram da sala do trono.
–Você sabe que Rhaegar ganhou, não sabe lixo dornês?
–Sim, Vossa Graça.
–Isso significa que não preciso mais de Dorne. Ou de você e seus mestiços imundos.
Elia sentiu um arrepio percorrer sua espinha olhando o fogo aceso ao lado de Aerys.
Era o suficiente para...
–NÃO! RHAENYS!
–É a hora dos dragões voltarem a vida. Que sacrifício melhor que o sangue de dragão, mesmo manchado pela imundície de Dorne?
–NÃO! SOLTE A MINHA FILHA!
A pequena Rhaenys gritou aterrorizada quando foi jogada em meio às chamas.
Enquanto Aerys ria, foi surpreendido com o furioso ataque de Elia.
Ela começou a lhe dar murros, tomada pela ira, o fazendo ir para trás em direção ao trono.
Ele e gritou para que Elia parasse, mas ela continuou batendo em Aerys até o empurrar com toda a força. Ele caiu para trás, sendo perfurado por uma lâmina.
Enquanto ele escorria sangue, Elia ouviu a voz da filha em meio ao fogo.
–Mamãe! ‐chamou Rhaenys, chorosa.
A princesinha saiu do fogo nua, mas sem nenhum ferimento.
–Rhaenys!
Elia pegou a filha no colo, chorando de alívio.
–Meu amor! Você está viva!
–O fogo não queima mamãe! -Rhaenys disse, pondo a mão nas chamas e retirando, mostrando a mãe.
Jaime quase caiu de joelhos.
Elia olhou para a filha assombrada.
Ela se lembrava das histórias.
–Isso quer dizer que...
Jaime também estava em choque.
–Eu li sobre esse dom. Ela não queima. E se ela não queima...
–Ela... Ela pode trazer dragões de volta a vida. Houve cavaleiros de dragão que queimavam, mas apenas os não queimados podiam chocar os ovos. Ela é uma verdadeira Targaryen.
Elia foi até o corpo de Aerys e o chutou.
Ele podia estar morto, mas poder chutar sua canela a fazia sentir prazer.
–Minha filha que cheira a Dorne é um verdadeiro dragão! Mais dragão do que você, seu maldito!
Depois do nervoso passar, Elia olhou para o corpo com desespero.
–Sou uma regicida.
–Não, não é. Você não matou um rei se verdade, matou uma imitação falha de um monarca. E para mim foi um acidente, ele escorregou e caiu na lâmina do trono.
Foi uma confusão enorme quando os soldados entraram ao ouvir o grito de Jaime enquanto Elia disfarçava cobrindo Rhaenys com seu manto.
Varys os olhava como se percebesse o que acontecera ali.
–Deixe-me ver se entendi. O rei chamou vocês. Tentou matar Rhaenys. Então escorregou e caiu no trono.
–Sim.
–Sendo que só havia vocês e uma fogueira e ele já havia tentado queimar os netos.
–Pois é.
–E foi um mero acidente, princesa Elia nem ficou furiosa.
–Nah, que nada.
–Ele escorregou sozinho, sem ajuda, e nem você nem princesa Elia tem algo com isso.
–Claro que não.
–Parece verídico, vou aderir.
E ficou o dito pelo não dito.
Depois de tudo, era impossível não se tornarem um para o outro a única pessoa digna de confiança em Porto Real.
O Sol só tinha o Leão, e o Leão só tinha o Sol.
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Enquanto Houver Sol
Fantasy"Nada é pior do que a ira de uma mulher traída" Ele a traiu, a abandonou nas mãos de seu pai louco e ainda esperava apoio e amor incondicional. Mas ele se esqueceu de um detalhe: sua esposa era dornesa. Traição, abandono e dor eram agora parte intrí...