A cidade precisava ser reconstruída e Elia estava a todo vapor com sua ajuda aos pobres que foram mais afetados.
Rhaegar tentou conversar com a esposa mais algumas vezes e falhou em todas.
A Martell simplesmente não lhe dava atenção ou ficava ao seu lado por muito tempo, e nem tinha paciência para ouvir suas desculpas.
Rhaegar queria se explicar, queria que ela entendesse que não era sua intenção causar seu constrangimento ou humilhação públicos, mas Elia, que sempre foi compreensiva, agora parecia uma parede de pedra com quem Rhaegar não conseguia interagir.
Rhaegar decidiu ver os filhos, queria matar a saudade depois de tanto tempo sem vê-los.
Foi até o berçário real, mas ele estava vazio.
Confuso, perguntou ao guarda onde eles estavam.
–No quarto da princesa Elia, Vossa Graça.
Mesmo com receio de Elia ficar irritada, ele decidiu ir até lá. Não se aguentava de saudades dos filhos.
Uma das criadas avisou que Rhaenys estava tendo uma aula naquele instante, mas que Aegon estava em seu berço.
Rhaegar foi até o bebê e se encantou ao ver o pequeno sacudindo um brinquedo e balbuciando palavras inteligíveis.
–Meu filho! Como papai queria te ver!
Rhaegar o pegou no colo... E Aegon começou a chorar de forma desesperada.
Rhaegar de assustou ao ouvir o choro tão estridente do filho.
Jaime entrou correndo no quarto e retirou o pequeno Aegon do colo de Rhaegar, e o balançou até que se acalmasse.
—Pronto Aegon, você está seguro. Não chore rapazinho.
O menino rapidamente parou de chorar e Jaime o colocou de volta ao berço.
–Tome cuidado ao pegar Aegon, ainda mais de forma brusca Vossa Graça. Ele não gosta que estranhos o peguem no colo. -orientou Jaime.
–Eu não sou um estranho, eu sou o pai dele!
Jaime o olhou de forma fria.
–Sim. Você é. -disse com cinismo, saindo do quarto.
Rhaegar foi atrás dele.
–O que você está tentando insinuar, sir Jaime?
–O óbvio? -ele disse, sem acreditar em como seu rei era tão estupidamente obtuso para a vida real.
–Seja mais claro, sir.
–Aegon é seu filho. -Jaime disse tentando segurar a raiva e revolta que sentia por dentro.
–Sim. Continuo não entendendo onde quer chegar.
Jaime não pretendia estender essa conversa com o Targaryen por mais tempo.
–Onde você estava quando seu filho ainda recém-nascido precisou de você? -atirou, com a voz escorrendo veneno.
Rhaegar foi duramente atingido por essas palavras.
–Agora eu pergunto. Você se preocupa, tem a curiosidade em saber o porquê de seus filhos estarem no quarto de Elia e não no quarto que sempre estiveram?
Rhaegar ficou preocupado.
–O que houve?
–Seu querido pai, foi isso o que houve!
Jaime espumava só de pensar na horrível cena.
–Aerys entrou no berçário real querendo colocar fogo em Rhaenys e Aegon para que eles se transformassem em dragões.
O horror atingiu a face do Targaryen.
–Por isso Aegon chora tanto quando alguém estranho o pega, desde esse dia ele ficou assim. E é por isso que Elia mudou as crianças para o quarto dela.
Jaime estremeceu com a lembrança.
–Foi por muito pouco. Quase não chegamos a tempo de salvá-los. Desde então eles ficam no quarto dela, Aerys nunca tentou se forçar para dentro dos aposentos de Elia.
Jaime não conseguiu evitar a pontada de desprezo.
–E enquanto isso acontecia... Diga, ó meu rei, onde você agraciava com sua digníssima presença enquanto sua família estava sendo torturada nas mãos de um louco?
Se olhar matasse, o de Jaime mataria o rei a sua frente com toda a certeza.
–Ah, eu me lembro. Vossa Graça estava em Dorne, terra natal de sua esposa. Com outra mulher é claro.
Jaime tentava se controlar para não explodir de fúria. Tantas mortes! Tanta dor, desespero e perda! E ele, Elia e as crianças nas mãos de um homem louco e homicida que queria matar a tudo e a todos! E para quê? Por que?
–Com sua licença, Vossa Graça.
Jaime estava prestes a sair, mas sua língua coçava para dar a Rhaegar um último corte no ego do tamanho de um dragão que tinha.
–Eu tenho um pedido, Vossa Graça. Não seja tão bom rei como foi como príncipe, marido e pai. Se for, Westeros está perdida.
E então finalmente o deixou sozinho, com seus pensamentos conflitantes.
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Enquanto Houver Sol
Fantasia"Nada é pior do que a ira de uma mulher traída" Ele a traiu, a abandonou nas mãos de seu pai louco e ainda esperava apoio e amor incondicional. Mas ele se esqueceu de um detalhe: sua esposa era dornesa. Traição, abandono e dor eram agora parte intrí...