Um Ano E Meio Depois

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No começo Elia se sentiu estranha e culpada pelo caso que começou com Jaime

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No começo Elia se sentiu estranha e culpada pelo caso que começou com Jaime. A vida inteira foi ensinada que isso era errado e que seria considerada uma prostituta, piorando a forma como mulheres dornesas eram vistas.
Mas depois de tudo o que Rhaegar a fez passar e de trazer Lyanna para dentro do casamento deles Elia jogou tudo pela janela e se lançou nessa que é a maior loucura que já fez em sua vida, e era feliz como nunca esperava ser em Porto Real.
Ao lado de Jaime, tirava um breve momento de descanso olhando seus filhos brincando, construindo uma torre com as peças desencaixadas de um lego.
–Eles tem uma habilidade e tanto em construir esses castelinhos de brinquedo.
Elia sorriu para Jaime, concordando, e olhando para os filhos se lembrou do quanto ela e Oberyn também tinham como uma de suas brincadeiras favoritas construir castelos de brinquedo e encenar antigas batalhas. Deve estar no sangue de Rhaenys e Aegon.
–Oh. O menino triste está aqui.
Jaime chamava Aemon, o filho de Rhaegar e Lyanna de "menino triste" pois ele apesar de ter a aparência da mãe tem toda a melancolia inexplicável de Rhaegar.
–Ele nasceu em tristeza e vai viver em tristeza. Não importa os privilégios que tenha, não será o suficiente. Assim como Rhaegar. Ele não é capaz de ser feliz. Pode ficar contente por um tempo, mas não feliz. -Jaime disse a Elia uma vez.
Elia em princípio tentou negar, afinal que tipo de pessoa não consegue ser feliz?
Mas então analisou Rhaegar de forma objetiva e percebeu que sim, havia algo errado com ele que foi passado para o filho.
Rhaegar ficava contente sim, ele ficou eufórico com o nascimento de Rhaenys e também eufórico com o de Aegon mas logo a euforia o deixava e ele estava de volta as suas músicas tristes e livros velhos e empoeirados com profecias sobre o fim do mundo.
Seria um problema herdado? Por que a infelicidade e descontentamento era uma maldição que se agarrou a família Targaryen geração por geração.
Felizmente seus filhos pareciam não ter puxado isso, graças a seu sangue novo que dava um respiro a duas gerações de irmãos se casando entre si.
–Ele não para de olhar para os irmãos com aqueles olhos tristes, será que ele está se sentindo sozinho e quer um pouco de companhia?
Elia chamou os filhos.
–Rhaenys, Aegon, chamem o seu irmão para participar também!
Os dois puxaram Aemon para a brincadeira, o menino abriu um pequeno sorriso e logo pegava blocos para ajudar.
–Ele é tão... Sozinho...
Elia olhou para o menino e sentiu seu coração se entristecer por ele. Rhaegar e Lyanna eram muito negligentes. E sinceramente nenhum dos dois tinha maturidade para ser responsável por um filho.
Rhaegar se recusava a viver na realidade e se apegava a fantasias e Lyanna foi mãe de Aemon muito jovem, sem estar preparada para ser tudo o que uma mãe precisa.
E com isso os dois acabaram sendo negligentes com o filho.
Ouviram o grito de agonia de Lyanna ao longe.
–Está nascendo? Finalmente?
–Sim. É o que parece.
–Já era hora, desde ontem a noite ela está gritando. Isso não é normal, um parto não deveria durar tanto.
–Mas os seus não demoraram?
–Um pouco. Mas não isso tudo. Ela já está em trabalho de parto a oito horas a mais do que eu nos meus dois partos.
Jaime arregalou os olhos ao pensar nisso.
Ainda bem que ele nasceu homem.
E então os gritos de Lyanna pararam.
Até que um grito de horror substituiu o de dor, dando um susto em Elia, que até saltou da cadeira.
Com o coração disparado, pôs a mão no peito e voltou a se sentar.
Aemon começou a chorar, enquanto Aegon e Rhaenys tentavam consolar o mais novo.
Elia o levou até a sua ama, depois que ele chorou até dormir.
–Aconteceu algo. -ela disse, antes de se despedir de Jaime (roubando um beijo quando o guarda olhou para o lado).
–Sim, está todo mundo agindo estranho.
–Vou resolver alguns assuntos do reino. Te vejo depois, meu leão.
–No mesmo lugar e hora, meu sol.
Depois de lidar com uma pilha gigantesca de papéis (e ainda bem que sua mãe a ensinou a como não perder a paciência com questões administrativas e chatas) ela só queria descansar, mas os murmúrios que ouvia de um lado para o outro a deixavam curiosa para largar o descanso de lado e saber o que está acontecendo.
Felizmente Rhaella entrou no escritório e explicou o que causava tanta fofoca.
Mas pela expressão de Rhaella era uma notícia ruim.
–Lyanna finalmente deu a luz. É uma menina.
–Mas isso é bom não é? A Visenya que Rhaegar tanto queria finalmente nasceu!
–Elia essa criança... Ela é deformada.
Isso a deixou surpresa.
–Deformada? A que ponto?
–Ela tem uma cauda. E asas. E é cega. E faz barulhos esquisitos que não são humanos.
Os olhos dela se arregalaram.
–Seria por causa da consanguinidade? O incesto cobrando o preç
Rhaella ficou pensativa com isso.
–Rhaegar é filho de dois irmãos e você e Aerys também eram filhos de dois irmãos. Lyanna é filha de dois primos. Será que essa mistura deu errado e daí nasceu esse bebê?
–Não é impossível.
–Se analisarmos os Targaryen tentavam pular ao menos uma geração com sangue tão próximo. Deve ser por isso que não houve grandes danos na linhagem mas seria bom procurar um especialista nisso. Estou com medo pelos meus filhos, e os seus também. Essa geração tem que casar fora da família Targaryen. Não há como arriscar, eles todos são muito consanguíneos.
–Eu concordo. Só eu sei o que sofri e não quero o mesmo para eles. Chega de dor de cabeça.
–Infelizmente é um trabalho que exige muito.
–Obrigada Elia.
–Até mais e muito obrigada por me contar.
Quando a noite chegou, um grito aflito atravessou o castelo.
Visenya, o bebê, morreu.

Enquanto Houver SolOnde histórias criam vida. Descubra agora