Epilogo...

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Nesta calorosa e alegre tarde de verão, me pego revisitando o dia em que toda a minha vida mudou... Bem aqui, na imponente e luxuosa mansão Sakamaki.

De olhos fechados, sinto uma leve brisa passando por meu corpo, deslizando por minha pele e aquecendo meu coração... "Sim, eu definitivamente ainda o tenho... Ainda que seja menos ingênuo do que naquele tempo... Aquele tempo...".

Minha mente se perde em meio a milhares de pensamentos, viajando através das lembranças de um passado distante, de uma época em que jamais poderia sequer sonhar com o que o futuro me reservaria, tudo foi tão inesperado... Tão maravilhosamente surpreendente.

"No dia de meu despertar, entreguei-me para os seis Sakamaki e eles entregaram-se a mim. O laço que forjamos naquela noite jamais poderá ser quebrado, a vida deles pertence a mim... Assim como a minha vida pertence a cada um deles.

Quando penso na grandiosidade do que desfrutamos naquele primeiro dia... Recordo-me de ponderar na manhã seguinte se aquilo se repetiria outras vezes...

- Apenas se você quiser assim. – Foram as palavras de Subaru.

Para mim já era óbvio o quanto eu desejava repetir minuciosamente aquela experiência o máximo de vezes possível... O quanto antes na verdade!

É imensurável a forma como tenho me divertido nos últimos dezoito anos... Em pensar que temos apenas a eternidade pela frente...".

- Em que está pensando mamãe? – Hanato puxou levemente a barra de meu vestido a fim de chamar minha atenção.

- Nada em especial querido... – Baguncei ligeiramente seus cabelos, sorrindo a seguir. – Agora vá brincar com seus irmãos, a tarde está linda e não pode perder um segundo sequer de diversão.

- Sim mamãe. – Meu caçula sorriu largamente, pondo-se a correr até onde seus irmãos mais velhos brincavam com uma simples bola.

"Meus meninos... Cada um com sua personalidade e suas preferencias, mas sempre se dando tão bem... Os mais velhos jamais descuidam dos mais novos.".

- Nós fizemos um ótimo trabalho com eles. – Shu abraçou-me por trás, lambendo provocativamente o meu pescoço e roçando suas presas no mesmo, causando uma série de arrepios por meu corpo.

- Grande parte desse sucesso se deve a você e seus irmãos, que aceitaram prontamente cria-los sem distinção. – Acariciei seus braços que envolviam minha cintura.

- Os créditos são todos seus, nós apenas aceitamos sua proposta querida vadia. – Laito caminhava lentamente até nós, aproximou-se de mim beijando ardentemente meus lábios, afastando-se em seguida e inclinando seu corpo sobre o parapeito que separava a grande varanda de nossa casa do verdejante e extenso quintal onde nossos filhos brincavam agora.

- Devemos admitir que fora uma excelente ideia. – Reiji aproximou-se munido de uma bandeja com xícaras e chá, repousando-a sobre uma mesinha presente nessa área externa da casa.

- Temos uma vida harmoniosa por aqui, como nunca imaginei que um dia fôssemos capazes de desfrutar. – Kanato disse pouco antes de sentar-se em uma das cadeiras disponíveis e servir-se de uma xícara de chá.

- Devo dizer que sou imensamente grata, pois graças a vocês finalmente tenho uma família de verdade, sem mentiras, segredos... – Desvencilhei-me dos braços de Shu, caminhando até onde Subaru admirava nossos meninos, segurando em sua mão e o trazendo para junto de seus outros irmãos.

- Sem dúvidas você mudou completamente a todos nós... – Ayato correu em minha direção, abraçando-me intensamente e selando nossos lábios.

- Essa vida simples... As crianças... Constantemente questiono-me se é real ou apenas um sonho. – Shu ponderou, bebericando de seu chá recém-servido por Reiji.

Nos braços de Ayato, vislumbrei nossos dez meninos mais uma vez e só consegui pensar na imensa felicidade que sentia e em quão grande era minha sorte por tê-los... Ver os sorrisos estampados nas faces de nossos filhos... O homem que eu sempre acreditei ser meu pai, não o era... Mas essas dez crianças possuem seis pais, pais de verdade.

"Bendito momento em que engravidei pela primeira vez e os propus de não investigarmos a paternidade da criança, que todos deveriam assumir o papel de pai... Afinal, aquela criança em meu ventre e todas que viessem a seguir, seriam feitas por todos nós.".

Sorri diante de meus devaneios...

"Sou mesmo louca... Por todos eles."

Após livrar-me dos braços de Ayato, caminhei até a mesinha onde os outros desfrutavam de um delicioso chá e sentei-me sobre o colo de Kanato, aceitando o chá servido por Reiji e sorvendo a bebida de tom rubro... Rubro como sangue.

Fitei as crianças no horizonte e os homens ao meu redor...

Nossos trigêmeos primogênitos corriam e rodopiavam sobre a grama úmida, gargalhando ao mesmo que lançavam a bola um para o outro, não permitindo que os mais novos tocassem na mesma. Hinata, o próximo entre nossos descendentes, permanecia deitado sobre a grama e vez ou outra apenas gritava para que seus irmãos pulassem sobre ele com cuidado para que não o acertassem. Os gêmeos Takashi e Hisashi há pouco haviam desistido de pegar a bola das mãos dos mais velhos, e apenas atrapalhavam os mais novos em suas frustradas tentativas, agarrando-os e lançando-os ao chão desferindo uma sequência de cócegas. Os trigêmeos Toguro, Sunguro e Kenguro esforçavam-se ao máximo para obter a posse da bola, eles possuíam um trabalho em equipe formidável e sempre imaginávamos que possivelmente seriam eles a comandar os negócios da família no futuro... Hanato era nosso caçula até o momento, o xodó de todos na família, e naquele momento sua gargalhada era o som predominante naquela parte de nosso lar.

- Quantos filhos ainda podemos ter? – Disse impulsivamente, gargalhando fartamente a seguir.

"Enfim nosso final feliz... Final? Certamente não... A eternidade nos aguarda... Uma eternidade cheia de amor e repleta de luxúria.".

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Red Moon - Depois do Despertar (Versão sem Censura)Onde histórias criam vida. Descubra agora