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Quando acordou percebeu ser a primeira, encarou o homem da noite passada e sorriu fracamente recordando-se de uma das melhores noite de sua vida. O sentimento de adrenalina correndo por seu sangue, o calor que irradiava de ambos era bom, foram poucas as vezes que se sentiu assim, tão compreendida.

Recolheu suas vestes pelo ambiente e se vestiu rapidamente, saindo logo em seguida e entrando no primeiro táxi que chegou, rumando para sua prisão particular, mais conhecida como casa.

Encarando agora as responsabilidades de se casar e formalizando tudo, era extremamente desagradável.

— E aqui você concorda em aceitar a união. – Apontaram e você assinou, por pura pressão de seus "pais". — Concorda em engravidar e elevar as técnicas do clã.

— Claro, meu sonho... – Murmurou assinando e suspirou cansada. A roupa brega e recatada era horrível.

Um vestido bege longo, sem nada de cortes e decotes, com manga longas e uma gola em V pequena. Os fios presos em um coque sem graça e sem nada muito chamativo no rosto, ou seja, estava exatamente como uma freia pura e inocente.

Encontraria seu pretendente hoje, e assim fez. Logo depois de assinar os papéis saiu em um encontro com ele, totalmente chateada e cansada.

— O que vai quer pedir? – Te pergunta sorridente e você dá de ombros. — Te indico o Pato com molho de Laranja.

— Não como animais. – Retrucou olhando o cardápio e suspirou. — Vou querer a sopa de cebola.

Não queria que ele tentasse te beijar, então pediu algumas coisas como essa.

— Nossos pais queriam que eu só me encontrasse com você no dia do casamento. – Falou e você concordou desinteressada. — Mas eu insisti em te conhecer antes.

— Espero que tenha valido a pena. – Falou o encarando com uma cara tediosa. — Me pagou pelo menos um almoço antes de me engravidar, que cavalheiro.

— N-não é isso. – Gesticulou e procurou algo em seu paletó. — Eu quero tentar fazer isso direito, não queria me casar com alguém que não ame, então prometi a mim mesmo tentar me apaixonar por você.

— Só perdeu seu tempo, eu não sou uma pessoa para se apaixonar. – Falou e suspirou soltando o coque firme e relaxando o couro cabeludo. — Não adianta, apaixonado ou não vai ter que se casar comigo e me engravidar, eu ficarei redonda igual um balão e aparecerei ao seu lado com um sorriso falso e contente, mostrando que somos uma família feliz e comum.

— Pelo menos tente, certo? Não sou tão ruim quando deve pensar. – Ele sorriu gentilmente segurando sua mão, que estava descanando em cima da mesa e deslizou um anel por seu dedo. — É o anel de herança da minha família.

— É lindo. – Admirou o anel, ele era dourado e tinha uma espessura fina, no centro havia uma pedra vermelha brilhante, deve ser um rubi.

— Eu tenho uma reunião agora, mas amanhã de noite estará livre? – Te pergunta indo em direção a saída e você nega. — Vamos em uma festa amanhã? Se quiser é claro.

— Tudo bem. – Sorriu gentilmente e percebeu que ele não era tão ruim. — Posso te dar uma resposta até hoje a noite? Preciso organizar algumas coisas.

— Claro. – Ele concordou e se despediu com um beijinho nas costas de sua mão. — Até mais, S/n.

— Até. – Encarou ele indo embora e suspirou.

Não poderia descontar sua frustação nele, afinal também estava sendo forçado a se casar com você, mas ele estava sendo gentil e cavalheiro, nunca te tratando mal e sempre respeitando seus limites.

Se realmente viveria com ele a partir de algum dia, iria ser o mais aberta possível, não ligando para o acordo e tentando se apaixonar por ele, para pelo menos terminar sua vida com alguém que goste ao seu lado.

Tinha se cansado de tudo, estava cansada de resistir e lutar dentro de sua própria casa, queria ao menos poder sumir de lá, a cada vez que voltava era uma forma de agressão diferente. Piadinhas, agressão física, psicológica também, todo e qualquer tipo de ataque direcionado a mim era válido para eles dentro daquele lugar.

Sua própria casa te fazia se sentir mal, a rua era mais acolhedora, estranhos eram mais amorosos do que os de seu próprio sangue.

Iria na festa com ele, e tentaria ao máximo se apaixonar por ele, porque no fundo você só queria ter um lugar e alguém para chamar de seu e se sentir bem.

— Essa é minha noiva. – Ele te apresentava assim, a todos que cumprimentavam ele sempre sorria e te apresentava assim, ou ele é um bom ator ou está realmente tentando.

O lugar era luxuoso, os lustres brilhantes de cristal, as taças com um líquido creme efervescente, o mais caro e famoso champagne. As belas cortinas em um vermelho sangue e pessoas tão bem-vestidas quando a premiação do Oscar. Mulheres com vestidos longos e luxuosos, homens com os mais finos e deslumbrantes ternos e smokings e crianças se comportando, todas eram muito bem-comportadas.

Aquilo era realmente um evento importante.

Você vestia um longo vestido vermelho, ele ressaltava todo seu corpo e em seus pés havia um salto com enfeites dourados, pulseiras de ouro enfeitavam seus pulsos e um fino colar parava no início dos seios avantajados pelo vestido apertado. Um esfumado preto nos olhos destacava o violeta dos orbes, e um batom vinho escuro contornava o formato de seus lábios.

Para todos ali você estava deslumbrante, era como se fosse uma modelo internacional.

— Você está linda S/n. – Seu noivo sorriu ao leve dançar ao som da melodia clássica.

— Obrigada. – Sorriu fraco encarando seu rosto. — Também está.

— Sempre fui, mas obrigado. – Ele riu orgulhoso e você suspirou mantendo o sorriso. 

Cansada de homens, homens orgulhosos e machistas, acham que são perfeitas imagens de Deuses, sem falhas, esses definitivamente eram os piores.

Mais um homem orgulhoso apareceu em sua vida, e ele estava prestes a se casar contigo.

...

𝙉𝙊𝙏 𝙔𝙊𝙐𝙍 𝘼𝙉𝙂𝙀𝙇 - 𝐓𝐨𝐣𝐢 𝐅𝐮𝐬𝐡𝐢𝐠𝐮𝐫𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora