𝙉𝙊𝙏 𝙔𝙊𝙐𝙍 𝘼𝙉𝙂𝙀𝙇 - 𝐓𝐨𝐣𝐢 𝐅𝐮𝐬𝐡𝐢𝐠𝐮𝐫𝐨

- Fourth;

Os fios brancos estavam alinhados em um lindo coque no topo de sua cabeça, sendo enfeitado com algumas flores simples e brilhos de enfeitar cabelos. Os olhos sem muita maquiagem, somente um fino delineado para marcar a linha dos cílios, deixando o violeta dos orbes mais destacados.

Usava uma yukata branca lisa, sem nada nela, totalmente na cor branca e extremamente cuidada e limpa, sentia seu coração pesar e a mente viajar por cantos que poderia estar agora e não se casando.

- Você está linda, mana! - Ouviu a doce voz de Satoru sair ao seu lado e sorriu abraçando o menor.

- Obrigada, palmitinho. - Riu ouvindo reclamações dele, mas risadas logo em seguida. - Aconteceu alguma coisa?

- Eu queria ver você antes de começar tudo. - Falou sorridente e você sorriu gentilmente. - Você está feliz? Por estar se casando?

- Ah, sim... - Sorriu fraco não querendo o preocupar. - Um dia será você, tenho certeza de que vai achar alguém tão lindo quanto você.

- Mas eu não quero me casar! - Ele falou emburrado e você riu do jeito infantil e fofo do seu irmão. - Eu deveria fugir com você, assim poderíamos ser felizes para sempre.

- Seremos felizes para sempre, mesmo sem fugir. - Sorriu ajeitando os fios platinados dele. - Porque eu sempre estarei com você, bem no seu coração.

- E eu vou estar no seu? Não me esqueça, promete? - Ele estirou o dedo mindinho e te encarou sério.

- Claro, eu nunca te esquecerei, porque meu coração é todo seu. - Sorriu selando o toque dos dedos e deixando um beijo na testa alva dele. - Não existe mais ninguém nele, só você.

- E no meu só tem você, mana. - Ele sorriu grandemente e beijou sua bochecha. - Vou indo! EU TE AMO MUITÃO!!

- Também te amo muitão. - Falou acenando e vendo a figura saindo saltitante pela porta, logo em seguida respirou fundo e se conformou.

Como disse anteriormente, nunca haveria ninguém além de seu irmão em seu coração, muito menos esse homem com quem vai se casar, queria poder fugir ou achar uma maneira de escapar desta prisão matrimonial.

[...]

Sentia o coração palpitar e doer em negação, nem mesmo sentia a emoção do toque dele, estavam dançando alguma música clássica de casamentos, mas não se sentia festiva, não sentia a vontade de dançar e muito menos a alegria para isso. O toque dele era gélido e indiferente sobre você.

Seus progenitores tinham o rosto sorridente, claramente felizes por terem se livrado de você e agora poderem te manter longe de desonrar a família Gojou. Se separou para finalmente ter um momento de paz, longe do novo enfeite, que chama de marido.

- Era por isso que estava tão triste aquela noite. - Aquela voz, reconhecia aquela voz.

Olhou para o lado e riu fraco vendo um moreno forte, vestido com um smoking preto e com um copo de whiskey com gelo em mãos.

- Se eu soubesse que era uma Gojou teria aproveitado mais. - Riu com o comentário e virou o copo nas mãos alheias.

- Não deveria falar assim com uma mulher comprometida, senhor egocêntrico. - Sorriu brincando com o copo e o devolvendo.

- Achei que tínhamos passado dos apelidos. - Ele sorriu maliciosamente. - Mas concordo em voltarmos a essa fase, anjo.

- Infelizmente cortaram as asas do anjo. - Comentou melancolicamente e sorriu se despedindo. - Aproveite a festa, Toji.

Em passos preguiçosos e tristonhos se voltou ao lado de seu marido, tirando fotos com os convidados e sorrindo, mostrando o quão feliz estava ali.

O homem nem mesmo a elogiou uma vez, ele estava tão narcisista quando o próprio Narciso do mito grego, em qualquer superfície refletora ele se encarava e se admirava, até mesmo te pediu para segurar uma colher para ele arrumar o cabelo.

Sentia falta de receber elogios e ser aclamada, ele nem mesmo aumentou seu ego nesta noite, só serviu para aumentar o sentimento de remorso e arrependimento, você gosta de ser apreciada, elogiada, enaltecida, bajulada e vangloriada, se sentir como uma deusa, mas não seria ele á fazer isso.

- Branco fica bonito em você, mas prefiro sem nada. - Em uma troca da dança ouviu a grave voz ecoar por seu ouvido e um toque caloroso e desejado apertar sua cintura por cima da roupa.

- Obrigada, foi o primeiro elogio que ouvi hoje. - Riu levemente e ele sorriu concordando. - Essa roupa realmente combina com você, Toji. Ficou....excitante.

- Não deveria falar isso para seu marido? - Riu e você fez uma cara ruim, se lembrando do outro.

- Ele não merece um elogio meu, só soube ficar se olhando o dia inteiro. - Comentou. - Fiquei a dois passos de esganá-lo.

- Seria ótimo ter você solteira mais uma vez. - Sussurrou perto de seu ouvido antes de se separar e você voltar aos braços frios do seu "marido".

A festa só foi salva pelo elogio que ganhou de Toji, e as míseras conversas que teve com ele, já que era o único que realmente falava com você, os outros só a viam como a esposa nova. Porém uma hora a festa acabou, e chegaria a hora que você gostava, o prazer.

Poderia não ser com alguém que você realmente se interessasse, mas pelo menos era algo e faria aquilo valer a pena. Se encarou no espelho do banheiro e sorriu para o reflexo lindo de seu corpo, delicadamente desenhado com uma lingerie preta com rendas por todo o pano, os cabelos soltos e como consequência do coque havia lindas ondas nele, a boca marcada em um batom vermelho forte, preparado para sair de sua boca.

Encarou o homem sentado na cama e respirou fundo, andando lentamente até ele e se sentando no seu colo, o observando olhar seu corpo.

- Gostou? - Murmurou e ele concordou apertando as coxas desnudas, mas nem mesmo falou algo. - Quer que eu apague a luz?

- Agora não. - Falou te olhando nos olhos pela primeira vez e fez uma carranca feia. - Não gostei do batom, vai marcar minha roupa.

- É a intenção... - Falou baixinho e ele suspirou, você sentia suas mãos tremerem para não o enforcar ali mesmo, ou deveria fazer isso com as pernas? Os pés? Deveria pisar em seu peito com se salto até perfurar seu coração?

- Vou no banheiro. - Sentiu sou corpo voar para o lado e ele rumar em direção ao banheiro do quarto, revirou os olhos revoltada e estressada.

Não ficaria chamando a atenção dele, mas nem num sonho. Se ele não quer uma noite com você tem vários nas ruas que querem, e não vai ser um casamento arranjado á te parar.

- Eu adoraria ficar e terminar nossa conversa... - Ouviu a voz dele soar pelo quarto e ele aparecer abotoando a camisa e colocando a gravata arrumada. - Mas aconteceu um imprevisto na empresa e preciso resolver, não precisa me esperar acordada.

- Claro. - Deu de ombros e sentiu ele segurar seu rosto e selar os lábios rapidamente e sair em passos rápidos. - Empresário de merda.

...