Capítulo 4

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Nesta.

Quando ouvi um estrondo nas portas da casa do vento, e vi nos braços de Cassian a fêmea desacordada, as asas sangrando.

Eu desabei, meu coração errando batidas, muitas, era ela, era ela...

— O que... -eu não conseguia formar uma palavra entre os soluços.

— Traga Madja aqui, agora.  -Cassian encarou azriel que não pensou duas vezes ao atravessar.

Gwyn surgiu na sala e arregalou os olhos.

— O que aconteceu??? -ela gritou assustada.

— Minha filha. -soluçei a encarando.

Seu rostinho, estava sujo de sangue, seu corpo inteiro estava, as lágrimas de Cassian a molhavam assim como as minhas.

Aron estava em um canto, ele não conseguia sequer olhar para ela enquanto soluçava encolhido.

— Pro quarto, Cassian, leve a nossa filha pro quarto. -eu disse nervosa.

Ele assentiu, indo imediatamente para lá. Ele a pôs na cama, de barriga para baixo, com cuidado abrindo suas asas.

Eu levei a mão a boca, estavam com grandes rasgões, estavam sangrando muito, e suas costas, sua blusa estava ensopada de sangue.

— O que fizeram com ela? -eu solucei.

— Eu não sei, mas vou matar assim que descobrir. -rosnou Cassian.

Madja surgiu, arregalando os olhos, ficando imediatamente pálida ao ver o estado da minha filha.

— Se afastem, eu tenho que cuidar das costas dela primeiro. -ela disse.

Eu me afastei a contra gosto, sendo puxada com Cassian, Madja limpava e fazia o que podia com ervas.

— Isso está mal. -sussurrou ela aflita mas eu ouvi.

Eu congelei, Cassian estava pálido.

Ela terminou e encarou as asas dela, quando ela levou sua mão até ali um grunhido escapou dos lábios da fêmea.

Eu encarei os olhos azuis gelo, como safiras congeladas se abrirem, eles estavam desnorteados, ela ainda estava a beira do desmaio.

Madja tocou suas asas e ela rosnou.

— Saía. -grunhiu ela.

Ela tentou levantar mas caiu novamente na cama.

— Eu preciso cuidar de suas asas. -disse Madja.

Ela não estava totalmente consciente, ela estava com pouca ciência do que se passava ao redor.

— O primeiro as tocar morre. -ela grunhiu.

Madja se afastou assustada, nos encarando assombrada.

É a nossa filha, com toda a certeza.

— Ouça, preciso curá-las.

— Fique a vontade.

Ela se aproximou.

— Eu mato você assim que seus dedos roçarem nelas. -ela rosnou.

— Filha, por favor. -eu dei um passo adiante.

Ela ergueu os olhos vagos em minha direção.

— Mãe?

— Sim, sou eu. -eu solucei.

— Não. —ela negou— a minha mãe está morta, ela está morta, não é você! -ela disse se debatendo na cama.

Corte de Asas e LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora