Capítulo 8

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Safira.

Eu acordei desnorteada, não via sinal dos meus... Pais no quarto, vi que era madrugada, eu olhei para o lado e vi minha mãe me observando.

— Seu pai e eu vamos resolver alguns assuntos, fique um pouco com Aron, ele está dormindo. -ela disse.

Eu assenti levantando, eu bocejei passando por ela que acariciou os meus cabelos, quando passei por meu pai ele me ergueu no ar me fazendo ter um susto.

— Voltamos logo, filhote. -ele sorriu de lado beijando minha testa.

Eu assenti sorrindo sonolenta, eu caminhei seguindo o cheiro de Aron, eu estava quase desmaiando de sono nos corredores, quando entrei no quarto dele vi o mesmo dormir.

Eu passei por baixo das cobertas me aninhando do lado dele, ele abriu levemente os olhos e deu um sorrisinho sonolento.

— Vem cá, baixinha. -disse ele me abraçando, dando um cascudo carinhoso em minha cabeça.

Sorri de lado e ele me cobriu com uma das asas.

E me vi novamente me agarrando as correntes do sono, sendo puxada para o mundo dos sonhos.

Mas não foram sonhos bons, eu sonhava com aquela cabana, pegando fogo, e minha mãe, morrendo queimada, e eu não consegui salvá-la.

Eu acordei, ofegante, e vi que era apenas um pesadelo, um terrível pesadelo.

Eu encarei Aron que dormia como uma pedra, eu saí de debaixo do seu abraço e de sua asa, e saí do quarto, caminhando até o meu, percebi que já era dia, e eram umas sete horas e meia, pelo o que o relógio de parede marcava.

Eu voltei para o quarto e sentei na cama, meu estômago deu sinal de vida, e como se tivesse ouvido, um prato com bolo e um copo de suco.

Eu ergui a cabeça surpresa, a casa é enfeitiçada?

— Obrigada. -agradeci.

Em resposta uma brisa quente em meu rosto.

— Você entende. -murmurei com as sobrancelhas erguidas.

Outra brisa quente.

Eu comi, o que estava ali e quando terminei a louça sumiu.

Eu agradeci novamente, sentindo a brisa quente me responder como um caloroso "de nada".

Eu caminhei até o banheiro e escovei os dentes, quando saí ouvi um bater na porta.

— Entra. -falei com uma mão no queixo.

Céus, será que algo meu havia se salvado do fogo? Eu não havia pensado nisso, as roupas que eu tinha comigo eram as que estavam de reserva na caverna.

— Oi. -Minha mãe surgiu.

— Ah, bom dia. -sorri de lado.

— Hum, vamos almoçar com seus tios hoje? -ela perguntou.

Eu a encarei desconcertada.

— O que foi? Está sentindo dor?? -ela perguntou rapidamente.

— Não.... É que...

Eu a encarei.

— Eu não tenho nenhuma roupa, as que usei eram reservas, e eu as destruí ontem quando estava tendo pesadelos. -murmurei.

Ela piscou.

— Ah, mas não há problema. —ela disse— eu resolvo isso em um instante.

Ela foi até a porta e gritou.

Corte de Asas e LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora