CAPITULO 7

12 1 0
                                    


  Estava sentado em minha cama enquanto conversava com Jack e Josh até ouvir uma batida na porta.

  – Opa! Eu abro! – Jack levantou em um pulo e foi abrir a porta.

O que me parece suspeito já que ele é preguiçoso demais para isso.

  – Boa tarde ruiva. Tudo bem? Entra! –  meu coração acelerou quando o cheiro de cereja inundou meus sentidos.

  É ela!

  –Tô bem Jack e você? – sua doce voz soou enquanto ela passava pela porta sorrindo para meu melhor amigo enquanto ajeitava a alça da mochila que caia de seus ombros.

  – Perfeito! Só não tão bem quanto o Thomas, né amigão? – Jackson me olha com um rosto cheio de dentes e olhos maliciosos.

  Que filho da puta.

  – E você seria? – a voz tranquila de Josh soa ao meu lado me lembrando de que ele ainda não havia conhecido minha garota.

  – Hannah! Prazer. E você? – ela se aproxima para cumprimentá-lo, ignorando totalmente meu outro amigo.

  O que obviamente me faz olhar para ele de forma triunfante.

  Ele só faz revirar os olhos e mostrar a língua.

  – Josh. O amigo esquecido. – ele retribui o aperto de mão e lança um olhar de advertência em mim e no Jackson.

  – Ei, não fala assim cara. Não foi de propósito tá – Jack o "conforta" tentando amenizar a situação.

  É a vez de Josh revirar os olhos para ele.

  – O que faz aqui, sol? – me direciono a Hannah, ignorando os outros dois que começam a discutir e foco completamente em seu pequeno ser.

  – Tenho um trabalho de química para fazer com Jack. – ela explica enquanto coloca uma mecha rebelde atrás da orelha.

  – Vocês têm aulas juntos? – por que eu ainda não tive nenhuma aula com ela?

  – Sim! Química na segunda e quinta-feira, primeiro horário. – sua atenção parece estar completamente em mim, sem ligar para os outros dois que pararam de discutir em algum momento e agora prestam atenção em nossa conversa.

  – INFELIZMENTE!! – Jackson berra se jogando na cama dele. – Onde já se viu? – sua voz se torna estridente – Aula de química com um professor sociopata em plena 7 horas da manhã na SEGUNDA-FEIRA. – sua voz sai abafada pelo travesseiro que ele usa para cobrir o rosto enquanto dramatiza um falso choro.

  – Não é tão ruim. – Minha parceira tenta amenizar. – Poderia ser pior! – ela dá de ombros como se não fosse grande coisa.

  – TEM COISA PIOR QUE ISSO? – Jackson tira o travesseiro do rosto para mostrar indignação enquanto levanta a cabeça.

  – Poderia ser matemática! – ela fala de forma simples enquanto dá de ombros e meus dois amigos concordam com ela.

  Eu não. Eu gosto de matemática!

  Mas estou ocupado demais olhando minha garota, que mesmo falando com outra pessoa ainda tem seu pequeno corpo virado em minha direção.

  Ela sente.

  Sem perceber, mas sente.

  Seu corpo demonstra.

  – Bora fazer o trabalho? – ela pergunta se afastando e indo em direção a minha mesa e deixando suas coisas ali.

  Jack choraminga e solta um "preciso mesmo?"

  – Não. Se você quiser, faço tudo sozinha. – minha garota afirma se sentando e separando o material.

  Jack, Josh e eu a olhamos de forma desacreditada.

  – O QUE? – falamos ao mesmo tempo demonstrando emoções diferentes.

  Josh e eu estávamos indignados. —por que ela faria isso?

Jack parecia interessado.

  – É ué, 25 reais por página. Mais acréscimo se tiver capa ou meu material acabar. – ela liga o computador e começa a pesquisar o tema do trabalho.

  Josh e eu rimos da cara de indignação de Jackson.

  Ela é empreendedora.

  – Hannah eu sou pobre! – ele se levanta e fica de frente para ela com as mãos apoiadas no outro lado da mesa.

  – Então estude para ganhar dinheiro. Isso se chama investimento a longo prazo. Se vivemos em uma sociedade capitalista, então devemos dançar conforme a música não? – ela apoia os cotovelos na mesa e cruza os dedos apoiando o rosto em cima.

  –Ganhar dinheiro para o governo? – Josh pergunta.

  Ela se vira e nos olha com olhos brilhando em malícia e diversão.

  – Ganhar dinheiro para me tornar rica o suficiente para usurpar o trono e exterminar o problema pela raiz. – ela fala tudo com um sorriso ladino.

  O silêncio reinou no lugar.

  Os garotos tentando absorver o que ela disse e eu pensando que minha cabeça rolaria.

  – É... – solto uma tosse tentando liberar o nó na garganta. – Só uma dúvida! O trono de quem? – diminuo meus olhos e inclino levemente a cabeça para a direita.

  Ela direciona o olhar para mim e sorri ainda mais com seus olhos brilhando cada vez mais.

  Que olho lindo!!!

  – O dos dragões horas. De quem mais seria? Até onde eu saiba, são eles quem comandam boa parte do mundo oculto. – ela endireita a postura e cruza os braços em frente ao peito.

  Sinto a saliva parada em minha garganta, ela se recusa a descer.

  Passo a língua nos lábios numa tentativa falha de os umedecer.

  Saio do meu topor com uma risada gostosa ecoando pelo quarto.

  Hannah estalou em gargalhadas, rindo até sair lágrimas dos olhos.

  Sua risada é alegre e divertida, me deixando encantado ao saber que eu possivelmente era a causa dela.

  Guardaría esse momento em minha mente. Sua primeira risada genuína para mim.

  – Aí aí. Hi – ela enxuga a lágrima dos olhos e levanta a cabeça enquanto se abana com as mãos. – Isso foi bom! Tinha que ver sua reação! Foi hilária! Mas relaxa! eu tô brincando. Nenhum dos meus problemas se resolveria usurpando o trono de vocês. Até porque eu não sou um dragão. Dragoa. – ela se atrapalha – Acho que é dragão! Tem feminino de dragão? – ela inclina a cabeça para o lado e olha para cima enquanto pensa.

  – Não, não tem querida. É só dragão mesmo. – não consigo desviar meus olhos dela. Me sinto fascinado por sua beleza e encanto!

  Neste momento começo a teorizar que talvez ela tenha descendência com as sereias. Sua aparência única e cativante e a risada angelical, me atrairia facilmente para o fundo do oceano.

  E olha que eu nem sou pescador.

  – Ah. Que pena, seria legal. – ela faz um biquinho e depois da de ombros se virando para o computador de novo, ficando assim de costas para mim.

  Ela tem uma boca bonita!

  Rosinha, quase vermelha.
  Como uma cereja.
  Eu gosto de cerejas.
  Será que ela gosta?
  Acho que sim.
  Por que não gostaria de si mesma?

  Ela é perfeita.

  Astuta como uma raposa.

  Conseguiu fazer três marmanjos acreditarem em seu falso plano de golpe de estado e ainda agiu como se fosse algo insignificante.

  Parece que vou ter que tomar cuidado para não cair no golpe.

  Se bem, que eu acho que já caí.

Illusion {Em Edição}Onde histórias criam vida. Descubra agora