POV'S HEYOON
— Desculpa, sei que não foi esse horário
que combinamos. — Eu até poderia contar
para Diarra que a consulta atrasou e
que nós acabamos de sair de dentro
do consultório, mas ai eu iria perder a
grande chance de fazer um drama.— Ficamos quase uma hora aqui
esperando. — Tento me manter firme sem
rir, mas é quase impossível quando James
se vira com uma carinha de dó pro banco
de trás onde eu estava lutando com o
cinto.— Uma hora, claro... — Cutuco a japonesa
para que ela não desminta a história.— Ela teve um bom motivo. — James sorri.
— E qual seria? — Mantenho minha
postura de quem está brava.— A gente estava no cartório. — Diarra diz
enquanto saimos da clínica.— Aquele lance da transferência do
documento ainda? — Eu nem sabia direito
do que se tratava mas ela estava a alguns
dias reclamando por não conseguir
resolver a situação.— Não... Desisti disso já, não vou ficar me estressando por pouca coisa.
— Pouca coisa? Era o começo de um negócio. — Hina diz indignada, pelo jeito eu sou a única aqui por fora disso.
— Mas eu posso começar de outra forma, não se preocupa. — É extremamente invejável a forma como a morena é inabalável, a convicção com que ela fala as coisas convence qualquer um.
— Então o que foram fazer lá? — Me mexo no banco tentando mudar a posição já que tinha uma criança tentando entrar em baixo da minha costela.
— A gente se casou. — James tira a mão de Di do volante e coloca do lado da dele, o que não é uma boa ideia como a aliança está na mão esquerda.
— JAMES EU ESTOY DIRIGINDO. — Ele solta a mão dela rapidamente.
— Vocês o que? — Quem está indignada agora sou eu.
— Nós casamos, Heyoon. E por favor sem aquele drama de ser escondido sem avisar e blá blá blá. — Droga o discurso já estava quase pronto na minha cabeça.
— Então parabéns, sabe que eu desejo tudo de melhor para tu né? — Me arco pra frente ate conseguir tocar seu ombro, falando assim até parece que foi fácil né? — Para vocês, na verdade.
— Uns casando, outros tendo filhos... Deus se for da tua vontade sua filha está...
— Não vou deixar você terminar essa frase, Hina. — Me volto para ela.
— Por quê?
— Porque pra isso acontecer você tem que dar chance pras pessoas entrarem nesse coraçãozinho ai. — Quem responde é Diarra.
— O que vocês querem dizer com isso? Meu coração está com as portas bem abertas.
— Não se faça de desentendida, quantos foras você deu só essa semana? — Até James briga com a japonesa.
— Uns três ou quatro... Mas se eu não senti conexão com os caras que vocês arrumam.
— Com quantos deles você saiu ?
— Nenhum. — Diarra para o carro em frente a nossa antiga escola.
— Então Hina você está achando que conexão se faz a distância? Relacionamento não é ligação por vídeo não. — Diarra se vira pra trás e a encara.
— Fala isso para quem namora a distância.
— Hina! — Repreendo ela.
— Tá bom! Eu vou ligar pra um deles... O Quê? Agora? — Ela pergunta depois de eu quase a comer com os olhos.
— Não deixem ela descer do carro antes de ter um encontro marcado. — Digo antes de me despedir dos três e descer do carro.
Fico olhando eles desaparecerem pela rua e começo a andar em direção a porta do colégio, faltam uns cinco passos pra eu chegar na grande porta azul de entrada quando sinto uma pontada forte na minha barriga.
— Tá tudo bem? — Pergunta um garotinho que provavelmente estava matando aula.
— Tá sim... Você não devia estar na aula? — Não que eu esteja muito preocupada aquele cantinho já foi meu refugio de aulas chatas muitas vezes, mas eu precisava tentar me distrair e esquecer aquela dor.
Até porque não deve ser nada demais eu tinha acabado de entrar no ultimo trimestre de gravidez dores são comuns, Sina tinha muitas cólicas.
O garoto me olha assustado como se eu tivesse pego ele fazendo algo errado. Espera eu peguei ele fazendo algo errado, as vezes eu preciso me lembrar que eu sou a adulta agora.
Quando penso que a dor está passando vem mais uma pontada forte como a anterior e me obrigo a sentar ao lado do menino na calçada.
— Como é seu nome? — Ele se recusa responder. — Eu não vou contar pra ninguém que você está aqui.
— Gabriel...
— Então, Gabriel, qual é a aula chata da vez?
— A aula não é chata. Só o professor que é insuportável. — A dor está tão fraca agora que só sinto se pensar nela.
— Me conta o que tem de errado com o seu professor.
— Josh Beauchamp é o pior professor que eu já tive. — Sei que deveria me sentir mal ou até mesmo ofendida com o comentário mas a única coisa que consigo é cair na risada. — Você está rindo por que não foi sua vida que ele estragou!
Sabina escondeu da gente que tinha um filho todo esse tempo, o dramático ai é igualzinho ela!
— O que esse professor imbecil fez com você? — Consegui xingar ele com facilidade por conta da discussão que tivemos hoje pela manhã sobre a nova decoração que Krystian fez na nossa casa semana pessada, não sou mal agradecida nem nada, só não parece que é minha casa quando eu entro.
Não me levem a mal, eu amo o Krystian, mas até ele assumiu que ficou um pouco pesado demais.
— Vai ter a apresentação no campeonato e eu ia dançar com a Bel, mas ele trocou e agora eu vou fazer par com a Denise. — Gabriel faz uma careta e revira os olhos pra falar o nome da menina.
— Mas a Denise não é a principal?
— É sim. Como você sabe? — Talvez poque eu seja casada com seu professor ele me conta tudo sobre as aulas, eu até ajudei a escolher a música.
— Você é um dos melhores, devia estar feliz. — Dei mancada o menino agora está assustado por eu saber tanta informação.
A dor agora volta mas diferente está mais para uma pressão.
— Te achei! — Nenhum de nós havíamos escutado Any chegar.
— Cheguei faz tem... — Paro ao entender que ela se referiu ao aluno e não a mim.
— Eu não vou ensaiar. — O garoto levanta bravo.
— Que pena. Porque Bel precisa de um par... — Any diz dando os ombros.
— Eu vou poder dançar com ela?!
— Da minha parte não, mas Josh é frouxo demais e deixou.
— Viu? O Josh não é ruim como você pensava. — Eu preciso defender meu "neném".
— Não, ainda não gosto dele. — O garoto diz com convicção. Dessa vez é Any quem cai na gargalhada.
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𝘣𝘺 𝘤𝘩𝘢𝘯𝘤𝘦シ [𝙃𝖾𝗒𝗈𝗌𝗁]
Romansa''-Com o histório de vocês, sabem que essa piada não tem graça.'' Treze horas de vôo, esse foi o tempo que heyoon ficou quase morrendo de ansiedade no avião se ela soubesse oque esperava depois disso. Sem aviso prévio nenhum um grupo de pessoas entr...