Diário de uma prostituta II

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Capítulo 10.

Eu sai do shopping praticamente correndo, como aquele maluco conseguiu entrar na minha casa? Não dava pra acreditar. Meu coração batia rapidinho, como uma bateria de escola de samba, não sei que sentimentos eu vou ter, reencontrar o Gael depois de 13 anos vai bagunçar minha vida toda.

Cheguei em casa e ele tava de Costas pra porta, fiquei olhando sem falar absolutamente nada, primeiro porque eu tive medo, Muito medo. Segundo porque eu sei que eu amei ele, mesmo que tenha sido uma loucura mas eu amei. Terceiro, por culpa dele eu perdi a pessoa mais importante da minha vida. Quando ele percebeu que eu já tinha chego em casa, ele se virou pra me olhar, e nossos olhares se cruzaram.

-Oi Luíza. Quanto tempo!

Eu não respondi de imediato, apenas fiquei um tempo parada olhando pro rosto dele, pensando se ele tinha alguma culpa pelo que havia feito, ou se era tão frio a ponto de não se lembrar que ele matou a mãe do filho dele.

-O que você tá fazendo aqui dentro da minha casa?

-Calma, eu só estou aqui para ver o João.

-Vai embora daqui Gael!

-Eu posso conversar com você a sós Luíza?

-Não! Vai embora daqui agora. Some da minha casa.

-É melhor você sair.

A Camila saiu de dentro do quarto, e pela cara do Gael ele ainda não tinha visto ela.

-Mas você...Meu Deus!

-Quem é você??

-Você é idêntica a Camila.

-Meu nome é Camila.

-Mas como pode?

-Minha mãe me deu esse nome por causa da minha tia que morreu. Dizem que nós somos muito parecidas!

-Já chega Gael, vai embora!

Dessa vez parece que ele me ouviu e resolveu ir, mas antes deu uma última olhada pra Camila e depois pra mim, talvez pensando no mesmo que eu. Assim que ele saiu eu bati a porta com toda a minha força, minha vontade era de chorar, gritar, quebrar tudo que tivesse ao meu redor, mas na frente dos meninos eu me contive.

-Mãe...

-Agora não por favor. Me deixem sozinha.

Eu sai da sala pro meu quarto, tranquei a porta e desabei de chorar, primeiro porque eu não queria e não podia sentir nada por esse infeliz, era como se eu tivesse traindo a memória da minha irmã. Segundo porque eu morria de saudades de amar alguém como eu amei o Gael. Que coisa confusa meu Deus...

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