3 || Se há alguém que pode acelerar a burocracia dos EUA...

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Tony estava vagando de um lado para o outro numa sala da delegacia — para onde foi levado quando ele praticamente explodiu a porta de entrada, perguntando onde estava a agente Murphy para o primeiro oficial gago e de pernas trêmulas que parou por tempo demais na sua frente.

  Tony apenas não explodiu o saguão do lugar porque a mulher surgiu de um corredor um minuto depois, lhe pedindo para se juntar a ela. Isso e Rhodey, que chegou cinco minutos atrás dele e o impediu de disparar os repulsores do traje. Pode ou não ter sido ele quem convenceu Tony a retirar a armadura também.

  Murphy os levou até uma sala vazia que parecia ser um escritório, e explicou parte da situação.

  Algo sobre seu filho ter sido apreendido junto com outro adolescente, mas ele não ouviu realmente. Ele precisava vê-lo de verdade, ter certeza de que aquilo tudo era real.

  A mulher suspirou audivelmente, e parou de falar, percebendo que nenhuma atenção do homem em movimento pela sala estava nela. Ela pigarreou e esperou até ele se virar em sua direção.
  — Preciso de mais dez minutos com ele.

  — O quê? — ele disse, exasperado.

  — Ele acabou de receber a informação. Apenas me deixe falar com ele. Ele nem sabe que é você ainda.

  Tony respirou, trêmulo. Seu filho não sabia quem ele era. Ele teria que lidar com isso. Mais tarde. Agora ele precisava vê-lo.

  — Dez minutos? — ele olhou para a mulher.

  — Só isso. — ele assentiu e ela se levantou, saindo da sala.

  Tony passou a mão no cabelo pela milésima vez nos últimos 30 minutos, o bagunçando ainda mais do que já estava. Ele se jogou numa cadeira e apoiou a cabeça nas mãos.

  Uma mão pousou em seu ombro. Ele olhou para seu amigo, que tinha olhos preocupados sobre ele.

  — Ele está bem, Tones. Você ouviu.

  Rhodey obviamente estava tentando ser a pessoa racional na situação, mas Tony conhecia seu amigo o suficiente para perceber que ele carregava o mesmo olhar incrédulo, esperançoso e dolorido que ele. Tony apenas balançou a cabeça e bufou, incrédulo.

  — É, eu sei. — Rhodey disse, apertando seu ombro — Você só vai se permitir acreditar quando ver.

— Não fale como se com você fosse diferente.

  — Parece que ele teve um dia longo. Você vai ter que ir com calma.

  Os olhos de Tony dispararam de volta para o amigo. Rhodey sentou na cadeira em frente à dele, respirando fundo.

  — Ele não vai se lembrar de você.

  Tony engoliu em seco.
  — Eu sei.

  Rhodes assentiu.
  — Vamos lidar com isso.

— Eu sei...

  Levou mais de dez minutos para Murphy voltar, o liberando para ver Luca. Eles foram até um corredor, e ela apontou a porta de uma sala de interrogatório.

  Tony prendeu a respiração ao colocar a mão na maçaneta. E abriu a porta.

  Ele pousou o olhar em um adolescente, que o olhou de volta com os olhos arregalados.

  Precisou de alguns segundos até Tony realmente ver. Os cachos castanhos, o contorno do nariz, os olhos de corça que pareciam menos brilhantes do que antes, principalmente com o hematoma roxo na bochecha esquerda.

Todos os dias que fiquei sem vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora