Give Me Love - Carthur

Capítulo 11

Dia Seguinte

Narradora

Arthur e Carla já se encontrava no aeroporto enquanto aguardavam o vôo que os levaria para Paris. Após a noite anterior Picoli sentia que havia retirado um grande peso de seus ombros, e mesmo ainda estando preocupado com a situação de sua avó, desabafar com a loira havia lhe deixado mais calmo. O jovem desperta de seus pensamentos ao ouvir seu celular tocar, e ainda esperando Carla voltar da cafeteria onde havia ido, o loiro decide atender a ligação.

- Alô?

- Olá, Arthur!

- Oi, doutor! Aconteceu algo com a minha avó? Ela está bem?

Picoli pergunta preocupado.

- Calma, calma! Eu só liguei para avisar que já dei início ao processo da cirurgia, e que o dinheiro que foi depositado hoje na conta do hospital para a sua avó, será bem usado.

- Dinheiro? Como assim? Que dinheiro? Eu não depositei nada! Quem mandou essa quantia?

- Uma senhorita chamada Carla Diaz depositou hoje pela manhã bem cedo todo o valor da cirurgia da sua avó.

Arthur mal podia acreditar no que havia acabado de ouvir.

Ela havia mesmo feito aquilo por ele? 

Arthur não conseguia descrever em palavras tudo o que sentia naquele momento. Sua mente estava uma bagunça, mas seu coração batia acelerado com a notícia que havia acabado de receber. Em qualquer outra situação se incomodaria com o fato de receber uma quantia em dinheiro como aquela, mas de alguma forma o gesto de Carla só servia para deixá-lo ainda mais emocionado e apaixonado.

- Arthur? Arthur? Ainda está aí?

- S-Sim..sim...obrigada, doutor, por tudo! Me mantenha informado, por favor!

- Tudo bem, irei informar sim. Até logo!

- Até! 

O jovem desliga o celular e sem esperar nem mais um segundo Picoli corre até Diaz, a tirando do chão com um abraço apertado. A loira ainda estava surpresa com a atitude do guia, mas logo o abraça com ainda mais força, se perdendo mais uma vez no perfume que a deixava fora de órbita.

- Obrigado, obrigado, obrigado...muito obrigado! 

Arthur sussurra emocionado enquanto ainda abraçava Carla. Em um movimento lento o jovem volta a coloca-la no chão, sentindo a loira segurar seu rosto de forma delicada enquanto navegava no fundo de seus olhos marejados.

- Por favor, não chora! Por mais que seja de alegria, não gosto de te ver chorar.

Diaz declara acariciando a barba do jovem, não escondendo sua alegria ao vê-lo sorrir.

- Por que fez isso? 

- Porque você é especial para mim, e te ver bem me faz feliz! 

A empresária murmura depositando um beijo na bochecha de Arthur enquanto seus corações batiam acelerados. Por um momento Carla se esquece de tudo e une sua testa com a do loiro, podendo sentir assim sua respiração ansiosa e ofegante. Ambos sabiam o que queriam naquele momento, mas antes que seus lábios pudessem se tocar o casal é mais uma vez interrompido ao ouvirem a última chamada do vôo que iriam pegar, ecoar através das caixas de som do aeroporto.

- E-Eh...acho...acho melhor irmos logo, senão vamos perder o vôo!

- S-Sim...vamos! 

O casal pega suas malas e após todo o processo necessário, entram no avião. Algum tempo se passa e o pássaro de aço finalmente decola, mas a sensação boa que provou ao ver que de alguma havia feito Arthur feliz, ainda aquecia o coração de Carla. A empresária havia acordado bem mais cedo e só havia descansado após depositar toda a quantia necessária para a cirurgia da avó do jovem. A loira volta seu olhar para o homem que havia conquistado seu coração, não demorando a sorrir levemente ao perceber que ele já lhe observava com admiração. Nenhuma palavra era necessária naquele momento e em um gesto carinhoso Arthur une sua mão com a de Carla enquanto lhe lançava mais um sorriso cheio de gratidão. Picoli nunca se esqueceria do que a jovem havia feito, e mesmo sabendo que seus dias estavam contados, a loira sentia seu coração bater feliz por saber que havia feito algo bom para o homem por quem estava apaixonada, antes de morrer. O tempo volta a se passar rapidamente, e após horas de viagem Arthur e Carla chegam ao seu destino. A cidade era linda e cada ponto turístico os deixava encantados. Após tirarem um dia de descanso o casal volta com todo gás enquanto aproveitavam e conheciam cada canto de Paris. Já era noite e a dupla caminhava animadamente até a Torre Eiffel. O dia havia sido maravilhoso e Carla buscava aproveitar cada minuto daquela experiência. Os meses estavam indo embora mais rápido do que desejava, mas sabia que quando estivesse prestes a morrer e toda sua vida passasse por um segundo diante de seus olhos, se lembraria de tudo o que havia vivido durante aquele tempo. A loira desperta ao perceber que chegavam ao topo da torre, mas antes que o elevador pudesse se abrir Arthur cobre seus olhos com as mãos, a fazendo rir. Ainda sorrindo Carla se sente ser puxado para o lado de fora ao mesmo tempo que a brisa fresca tocava seu rosto. A sensação de estar em um lugar muito alto fazia um frio intenso tomar conta de sua barriga enquanto a ansiedade a fazia sorrir curiosamente. Em um piscar de olhos as mãos que cobriram seu rosto desaparecem, a fazendo sentir as lágrimas de emoção ameaçarem cair por sua face. Havia perdido muito tempo focando em coisas supérfluas, mas ao lado do homem que amava estava realizando todos os seus sonhos antes que fosse realmente tarde demais.