Capítulo 12

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Narradora

Carla havia passado a noite praticamente inteira vigiando o sono de Arthur enquanto sentia seu coração se apertar ao ver as marcas das lágrimas no rosto do jovem. Em determinados momentos Picoli aparentava estar preso em um terrível pesadelo, mas bastava a loira iniciar uma carícia lenta em seu rosto para vê-lo se acalmar. A empresária olha para o relógio e se levanta com todo o cuidado do mundo ao ver que já se passava das 4:30 da manhã, não demorando a aproveitar aquele momento para arrumar as malas. Sabia que quando Arthur acordasse não iria ter cabeça para fazer aquilo, e tinha certeza de que o jovem iria querer se despedir de sua avó. Após arrumar todas as malas Carla volta a deitar na cama, logo sentindo os braços do loiro lhe puxarem para mais perto mesmo inconscientemente. Em um gesto carinhoso a jovem o abraça e volta a acariciar seus cabelos enquanto sorria levemente há cada vez que Arthur lhe apertava na intenção de trazê-la para mais perto. Sem resistir mais ao cansaço que sentia, Diaz fecha os olhos lentamente, caindo finalmente no sono. Algumas horas se passam e novamente Carla volta a despertar. Já eram 07:00 horas da manhã e se quisessem pegar o próximo vôo teriam que levantar logo. A loira mais uma vez acaricia o rosto vermelho de Arthur e suavemente começa a tentar acorda-lo.

- Lindo? Está na hora de acordar! 

Lentamente o jovem começa a despertar, e notando o olhar distante de Arthur, Carla decide voltar a quebrar o silêncio entre eles.

- Eu achei que você gostaria de ir para o enterro da sua avó e acabei fazendo sua mala para voltarmos ainda hoje para o Rio. Tudo bem? 

Diaz pergunta preocupado com a expressão no rosto de Arthur, e com os olhos totalmente cheios de lágrimas o loiro concorda com a cabeça e morde os lábios tentando segurar o choro. O jovem tentava resistir à dor que sentia, mas como se estivesse sendo quebrado ao meio Picoli volta a desabar  em lágrimas. Carla o abraça mais uma vez e Arthur chora toda a sua dor nos braços da mulher por quem estava apaixonado, se perguntando por um momento o que seria dele sem ela.  

O que faria se ela o abandonasse?

O que faria se a perdesse assim como perdeu sua avó?

Picoli se agarra ainda mais à empresária como se não quisesse que nada a tirasse dele...

Nem mesmo a morte! 

Nunca havia se apegado à alguém daquela forma, e por mais louco que pudesse pudesse parecer, já não conseguia imaginar sua vida sem Carla. O tempo continuava a se passar em um piscar de olhos, e após muitas horas de viagem o casal chega no Brasil. Depois daquele momento no quarto, Carla se mostrou ainda mais carinhosa e cuidadosa com a loiro. Diaz estava extremamente cansada, mas não estava nem um pouco disposta a sair do lado de Arthur. E foi isso o que ela fez, não o deixou sozinho por nem um minuto até que resolvessem tudo para o enterro que aconteceria no dia seguinte. As horas continuavam a correr para longe e logo a manhã surge sem cor e sem alegria. Picoli sentia como se parte do seu mundo tivesse desabado, e com certeza estaria bem pior se Carla não estivesse há todo o momento com ele durante o enterro. Todos os amigos e vizinhos o enchiam de abraços e palavras de consolo, mas nenhuma parecia funcionar, somente as da loira que havia conquistado seu coração. Após se despedir uma última vez do sua avó no fim do enterro, Arthur é abraçado mais uma vez pela empresária, sentindo que a partir daquele momento sua vida estava baseada nela, e que com certeza o que sentia pela jovem não era mais paixão, e sim amor. Diaz para o carro em frente à casa do loiro e encara o amado que continuava a ter em seu rosto um olhar distante.

- Tem certeza que vai ficar bem sozinho?

- Sim...acho que preciso de um tempo para associar tudo o que está acontecendo!

Give Me Love - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora