Capítulo 17

880 69 62
                                    

Narradora

Diaz entra no quarto e sente seus joelhos fraquejarem ao vê-lo vazio. As lágrimas continuavam a cair sem controle dos olhos da empresária, e mesmo com dificuldade Carla caminha até a cama, passando por perto da quantia de dinheiro que permanecia intacta em cima da mesinha. Não conseguindo mais ficar em pé a loira se senta no colchão que ainda estava bagunçado e segura com força o lençol que havia dividido com Arthur durante tantas noites. O corpo da jovem abraçava o pedaço de pano com força enquanto sentia o cheiro de Picoli ainda grudado no tecido. O anel que havia ganhado do amado permanecia protegido em seu dedo, e por mais que fosse doloroso Carla sabia que a partir daquele momento aquilo seria o máximo que poderia ter do homem que amava até o dia em que seu coração parasse de bater. Diaz continua a chorar desesperadamente sem imaginar que com Arthur não era diferente. O loiro já estava no avião de volta para o Brasil, mas as lágrimas ainda não paravam de cair dos seus olhos. Picoli não queria acreditar que aquilo era verdade, não queria acreditar que havia sido tão bobo a ponto de cair nas palavras de Carla. Ele realmente a amava, e pensar que tudo o que viveram não passou de uma mentira para a empresária, fazia seu coração se partir por completo. As horas vão se passando rapidamente, e antes que percebesse o avião já pousava em solo brasileiro. O corpo de Arthur parecia ter sido atropelado por um caminhão, e após pegar um táxi o loiro finalmente chega em sua casa, completamente desolado. Não haviam palavras para descrever a sua dor. As lágrimas não paravam de cair dos seus olhos, e assim que se joga na cama o jovem se permite afundar em seu próprio sofrimento.

Por que ela fez isso? 

Por que continuou do seu lado quando não tinha obrigação de fazer isso? 

Por que fingiu amá-lo? 

Essas perguntas não saíam da mente de Arthur, e ainda em meio ao choro o jovem se rende ao cansaço, não demorando a cair no sono. Estava completamente destruído e sabia que levaria muito tempo para conseguir se reconstruir novamente.

[...]

Os dias se passavam voando, mas a dor que Carla e Arthur ainda sentiam parecia os torturar lentamente até que não tivessem mais lágrimas para derramar. Picoli havia se isolado completamente. Há dias não saía da cama e malmente comia algo. Carla não estava nem um pouco diferente. Desde o dia em que Arthur havia ido embora a empresária não parava de chorar e rejeitava todas as ligações de Vini. Como se isso já não fosse o suficiente, seus enjôos e tonturas se tornavam cada vez mais frequentes.
A loira sentia sua vida totalmente sem cor, e sofria ao pensar que o homem que amava também estava sofrendo. Fazer o jovem odia-la diminuiria a dor que Picoli iria sentir ao saber de sua morte pelos jornais. Ela precisava afasta-lo de alguma forma pois o amava demais para vê-lo sofrer em sua frente. Diaz havia construído novamente uma muralha ao seu redor, e dessa vez a mesma só iria cair quando a rainha "caísse" com ela também.

Carla

É amanhã!

É amanhã que os 6 meses acabam e que há qualquer momento eu posso virar somente o legado de uma jovem empresária que morreu com leucemia. Eu comecei essa viagem na tentativa de aproveitar o tempo que perdi, de viver e encontrar coisas novas, mas na verdade acabei encontrando o amor da minha vida. Desde que eu o fiz ir embora as lágrimas não paravam de descer dos meus olhos, e sentia meu coração bater cada dia mais devaga, afinal, Arthur havia o levado com ele. Eu queria poder voltar no tempo. Eu teria trabalhado menos, amado mais, vivido mais, e acima de tudo...

Eu teria o encontrado antes!

Sentindo meu estômago revirar novamente corro até o banheiro e vomito pela quinta vez só hoje. Eu não aguentava mais aquele pesadelo, mas agora tudo o que podia fazer era esperar até que meu coração batesse pela última vez. Desperto dos meus pensamentos ao ouvir meu celular tocar, e antes que pudesse desligar, meus olhos encontram com o número desconhecido na tela. Há dias não atendia o telefone, mas sentindo uma curiosidade sem tamanho tomar conta de mim deslizo os dedos pelo aparelho, atendendo a ligação logo em seguida.

Give Me Love - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora