Give Me Love - Carthur

Capítulo 18

Arthur

Minha perna batia inquieta no banco do táxi enquanto eu tentava ao máximo controlar a agonia que tomava conta de mim. Os minutos pareciam se transformar em séculos de espera, e eu amaldiçoava mentalmente o terrível trânsito do Rio de Janeiro. Olho para o celular mais uma vez tentando ligar para Carla, mas suspiro frustado ao ouvir a ligação cair novamente na caixa postal. Já era noite, e agradeço ao céus no exato momento em que o carro volta a andar, não demorando a vê-lo parar finalmente em frente ao aeroporto. Durante o caminho uma chuva forte começou a cair, e eu pedia mentalmente para que isso não atrapalhasse o vôo. Entrego o dinheiro ao taxista e saio correndo enquanto puxava a mala junto comigo. O lugar estava completamente lotado e estava cada vez mais difícil me locomover por entre as pessoas. Ouço o barulho da chuva aumentar e alguns raios e trovões começarem a estrondar no céu, não demorando a ouvir uma voz ecoar nas caixas de som anunciando que um vôo para o Uruguai sairia em alguns minutos se o tempo melhorasse, me fazendo correr mais rápido até o local onde compraria a passagem. Eu sentia o desespero me consumir por dentro, mas antes que eu pudesse chegar ao balcão sinto meu corpo se chocar com o de outra pessoa, fazendo meu coração acelerar ao sentir um cheiro familiar tomar conta de meus sentidos. Eu reconheceria aquele perfume em qualquer lugar do mundo. Eu mal podia acreditar...

Mas era ELA! 

Meu coração disparava feito louco ao tê-la ali em minha frente, e mesmo confuso e surpreso não contenho as lágrimas ao me lembrar de que aquele poderia ser um dos meus últimos momentos com a mulher que eu amo.

- A-Arthur, tudo que eu falei naquele quarto era mentira! Eu te amo e fiz tudo aquilo para te proteger, era o único jeito. Me perdoa, por favor, eu sei que te magoei e que talvez você não queria nem continuar olhando na minha cara, mas eu preciso dizer que...

Narradora

Antes que pudesse terminar de falar Carla é interrompida ao sentir os lábios de Arthur se unirem aos seus em um ato desesperado de amor e saudade. Suas lágrimas já se misturava assim como suas línguas, e por mais que quisessem continuar sem se preocupar com nada, o ar começa a lhes faltar. Em um movimento lento Picoli une sua testa com a da amada, começando a falar enquanto segurava o rosto da loira de forma delicada em suas mãos. 

- E-Eu já sei de tudo...eu li a carta e vou continuar do seu lado até o fim. Eu sei que estarei destruído quando a hora chegar, mas não vou sair de junto de você, não deixarei de segurar sua mão, e não vou deixar de dizer o quanto te amo. Eu sempre fui cheio de amigos, sempre vivi em meio a várias aventuras, mas algo me faltava. Meu coração clamava por amor, e eu encontrei ele em você. Você faz eu me sentir vivo de um jeito que nunca senti antes, e isso é tudo o que eu poderia sonhar. Eu ainda não consigo acreditar que posso te perder há qualquer momento, mas eu prometo que independente de onde você esteja ou como esteja, eu vou sempre te amar, Carla!

As lágrimas já transbordavam dos olhos de Arthur e Carla, e rapidamente a loira puxa o amado para mais um beijo, unindo sua testa com a do jovem logo em seguida.

- Eu te amo tanto, tanto, tanto, Arthur! Você não sabe o quanto foi horrível para mim ter que te falar tudo aquilo, o quanto me matou por dentro te ver sofrer e chorar daquela forma por minha causa, mas eu fiz tudo aquilo por te amar, meu amor. Você me fez sonhar em montar uma família com você, acordar todos os dias do seu lado e viver para sempre dizendo o quanto eu te amo. E hoje posso chorar de felicidade ao saber que esse sonho pode e vai se realizar. O seu amor me salvou e me deu uma nova chance. Eu não vou morrer! Houve uma troca nos meus exames com os exames de outro paciente no dia em que fui ao hospital, eu estou aqui e não irei te abandonar nunca mais. Eu te amo, lindo! 

Picoli estava totalmente boquiaberto. Aquilo era um milagre, e as lágrimas agora de felicidade não paravam de cair dos seus olhos. Em um movimento rápido Arthur puxa Carla para perto, a abraçando fortemente enquanto chorava mais e mais ao sentir que ela estava ali com ele, e continuaria assim por muito tempo. Totalmente tomados pela emoção o casal começa a deslisar até o chão, caindo de joelhos ainda abraçados um ao outro. As mãos e os lábios do jovem percorriam todo o rosto da empresária, a acariciando e a beijando enquanto um sorriso bobo brincava em seus lábios.