#14

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Ela acorda completamente suada do sonho ou pesadelo que teve e do qual não se lembra de nada. Parecia tudo preto e por mais que ela tentasse puxar pela mente não conseguia ver nada. Apenas silvos distantes.

O quarto parecia o mesmo de sempre, solitária pela manhã pois Trixie ficou com o pai mais alguns dias. Ela perde-se em pensamentos, algo que ela não consegue parar de pensar... Lucifer. Desde que o conheceu a sua vida não foi mais do que loucura.

Para começar o atirador que entrou na sua casa. Isso era uma história muito mal contada. Ele era um louco ligado a um gangue que ela já investigava há semanas. Foi levado para uma ala psiquiátrica. Quando ela o visitou para tentar alcançar alguma informação que os seus colegas não conseguiram ela ficou chocada. O homem caiu de joelhos para lá do vidro, balbuciando que pedia piedade da sua alma. Algo sobre rainha do inferno e alma condenada antes de bater com a cabeça no vidro e os enfermeiros intervirem.

Ela começa mais um dia seguindo esses pensamentos desconexos e em como tinha de encontrar as respostas para tudo. Esses pensamentos e o seu modo automático deixaram-na pronta em menos de nada e o seu caminho para a polícia tranquilo e sem sobressaltos. Ela pensou também que deveria encontrar uma colega de casa para dividir a despesa da renda da casa que ela acabou de alugar. O salário de detetive pagava, mas pouco sobrava para férias ou emergências após as necessidades básicas mensais dela e da filha.

"Detetive?"

"O quê?" Ela acorda das suas divagações. Lucifer estava na frente dela, fato de três peças e um sorriso atrevido no rosto. Ele chegou cedo para o seu habitual. Junto com ele o seu café favorito, com o nome Chloe e um smile escritos a marcador preto. "Obrigado."

"O que se passa? No que estavas a pensar?" Ele pergunta ocupando a cadeira adjacente à sua.

"Devia arranjar uma colega de casa." Diz ela.

"Uma colega de casa?" Ele estava confuso com esse conceito. Colegas de trabalho, colegas de escola/faculdade, mas colegas de casa... "O que realmente ser colega de casa envolve?"

"Bem eu arrumei e limpei o quarto de hóspedes. Estou à procura de alguém para ocupar o quarto e dividir a renda da casa.

"Hum... posso pagar a tua renda se quiseres." Lucifer diz.

"Não! Porque haverias de pagar a minha renda? Não tens as tuas despesas para pagar Lucifer?"

"Sim, mas um estranho na tua casa? Com a tua filha nela? Não me parece seguro."

De repente a ideia de ter um colega era horrível, realmente imprudente após ser vítima de um ataque na mesma casa. Ainda tinha um carro de patrulha por perto caso mais algum amigo do gangue fizesse uma visita. Ela sabia que devia ter aceitado o sistema de segurança que Lucifer sugeriu, mas ela simplesmente não podia aceitar. Ela confia nele, ele salvou a sua vida e é seu parceiro agora, mas não tinha qualquer obrigação de despender qualquer quantia de dinheiro por ela.

O que ela não sabia é que Lucifer não queria qualquer pessoa perto dela. Um colega de quarto que ele não podia controlar... isso dava gatilho a Lucifer. Como pode proteger Chloe se debaixo do seu próprio teto pode estar um assassino. Ele não podia admitir que estava um pouco obcecado pela sua proteção quando instalou uma videovigilância nas áreas de acesso à casa sem ela saber.

Ele matou por ela, cuidou dela, não a queria deixar ir e selou o facto com beijos. Era imperial manter a sua rainha segura, mesmo que ele nunca admitisse em voz alta que a considerava assim. Mesmo que ele não admitisse o seu amor, pois não sabe o que isso é desde que deixou o Céu. "Se nos encontrarmos, diz-me a verdade... mesmo que eu não acredite." "Sempre!" Ele ainda podia ouvir essas palavras e ele sempre lhe dizia que era o diabo. Chloe era de facto alheia a toda a loucura celestial, ela não acredita e talvez seja melhor manter a sua inocência sobre o assunto.

A RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora