Last Woman

02: Santiago

𝐀𝐩𝐨́𝐬 𝐮𝐦𝐚 𝐥𝐨𝐧𝐠𝐚 𝐞 𝐜𝐚𝐧𝐬𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚 viagem, Ávilla chega ao reino de Loddow. Sem perder tempo, foi procurar o endereço descrito, mas foi dificíl achar. A todos que ela perguntava não sabiam aonde a casa estava ou que o endereço não existia. Por uma fração de segundo, Ávilla já suspeitava que tinha sido enganada. Andando com o olhar fixo ao papel, ela foi surpreendida por uma pressão no ar, como se tivesse passado por uma barreira ou algo relacionado. Sentiu todo seu corpo eletrizar. Um vento forte fez com que ela levasse o braço ao rosto, na intenção de tantar atravessar seja lá o que estaria tentando. Derepente, toda a pressão parou. Ávilla olhou para os lados e se deparou com um muro baixo de um portão de grade, dando para um jardim morto, a frente uma mansão.

Dois andares com janelas grandes e escuras, estava mais para um palácio. Apesar de todos os detalhes ricos, a mansão parecia estar abandonada. O que deixou Ávilla confusa, já que ali era o endereço que procurava. Ela encarou em volta e não havia mais nada além daquele local. O restante do ambiente era cercado por árvores grandes, como um bosque.

Desde quando Loddow tem um local assim? - Ávilla pensava, mixando olhares entre a porta principal de vidro da mansão e o portão de grade. Para seu alívio, viu um senhor saíndo de dentro da casa, aprentemente um serviçal.

— Posso te ajudar em algo moça? - o senhor disse a voz baixa.

— Estou procurando uma pessoa - Ela diz entregando o endereço por cima do muro baixo ao senhor.

O homem encarou Ávilla por alguns segundos, e depois abriu o portão - Entre, por favor. - Finalizou estendendo a mão para a entrada.

Ela então entrou sem hesitar, não tinha receio nem medo do que estaria por vir mesmo entrando em um lugar estranho nunca visto e aparentemente sem saída. Quando chegou em frente a porta principal, parou e respirou fundo antes de colocar a mão na maçaneta. Encarou seu reflexo e organizou as mechas de cabelo que estavam alvoroçadas para trás da orelha. Logo depois, entrou.

A sala principal da casa era elegantíssima, bem no centro da sala, ao entrar Ávilla se depara com um quadro com a imagem de três pessoas. Um homem, a meia-idade com cabelos pretos e a raíz grisalha e olhos lilás, estava sentado na poltrona com um terno elegante encarando o lado oposto a câmera fotográfica, o mesmo valia para a mulher, um pouco atrás da poltrona com um vestido vermelho longo que combinava com a gravata do homem, seus longos cabelos rubros se destacavam com seus olhos verdes escuros, na foto a mão dela estava posta sobre o ombro de uma criança, um garoto, tão bem vestido quanto o pai e com a cor dos olhos e dos cabelos herdados do mesmo, a única diferença era seu cabelo crescente. Todos na fotos estavam com uma expressão séria, parecendo evitar olhares.

Ávilla observou cada detalhe, as jóias da mulher, os óculos do homem, o colarinho da criança. Se aproximou um pouco mais da fotografia, quando foi surpreendida por uma fumaça, entrou em seus pulmões como se estivesse levado um soco, e ela começou a tossir e logo se virou.

Quando deu meia volta, se deparou com uma figura semelhante a do homem da foto. Muito bem vestido, com um casaco longo ao calcanhar, camisa e calsa social um sapato preto brilhante. Estava com uma mão no bolso e a outra segurava um cigarro, que ele tragava vagarosamente, seus olhos eram lilás, brilhantes como uma ametista e tinha longos cabelos pretos, perfeitamente arrumado em uma trança. Logo Ávilla se tocou que ele era a criança da foto.

— A minha mãe era muito bonita, você não concorda? - Ele falou orgulhoso logo lançando um sorriso simpático.

Ávilla se virou para o quadro novamente - É... sim, claro. Aliás, toda a familia. - Ela se virou novamente, devolvendo o sorriso do rapaz, logo depois ela tossiu novamente devido a fumaça exalada do cigarro. Ele então viu o que causava, e o apagou em um cinzeiro que ficava próximo a uma escada.