06: Involutário

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𝐓𝐫𝐚𝐯𝐢𝐬 𝐨𝐛𝐬𝐞𝐫𝐯𝐚 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐢𝐚𝐠𝐨 𝐯𝐢𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐨 𝐜𝐨𝐩𝐨 de Whisky desesperadamente, e logo pedindo outro. O que da parte dele não é normal. Em sua casa existe um mini-bar com bebidas de todos os gostos que devem estar vencidas, pois ele nem se quer se lembra delas. O clima na mesa não estava muito bom, e Travis continuava a provocar o amigo.

- Você sabe que eu não tenho medo de você né? - zomba

- Deveria.

- Não estou te entendendo. Está sentindo ciúme genuíno e não quer assumir - Travis sorri no final.

Santiago morde os lábios e desvia o olhar, e logo responde - Não é isso... olha Travis, se você continuar eu vou fazer você engolir esse copo

- Muito amedontrador... então, já que você não tem nada com ela, eu vou dar uma investida pode ser? - Travis fala normalmente - Ela também não tem cara de ser tão seletiva, sabe... só uma vez e pronto.

Santiago se levanta da mesa, ódio transparecia em seu olhar, ele pegou Travis pelo pescoço, o enfocando sem nenhuma piedade, Travis se assustou e começou a ficar sem ar, quase caindo da cadeira.

- Escuta aqui, a próxima vez que desfazer dela assim na minha frente, eu te mato - Ele apertava mais, fazendo com quê todos na taverna prestassem atenção - Eu vi de perto tudo o que ela passou e a dificuldade para se superar. Então não pense nas pessoas como um brinquedo sexual, seu maldito.

Antes que a briga tivesse um caminho ruim, Ávilla retorna, desesperada, larga suas sacolas na porta e saí correndo para separa-lós. Santiago é mais forte que ela, e o único jeito de separar ele de Travis, foi num empurrão. Mas nada para machucar, muito pelo contrário. Travis teve uma crise de tosse e seu pescoço chegou a ter marcas vermelhas, sua pele começou a ficar um pouco roxa, mas estava bem, e até lançou um sorriso sínico para Santiago, que estalava seus dedos, não disse nada após a chegada de Ávilla, mas seus olhos o alertavam: Você foi avisado.

"Nós sempre brigamos muito" foi a justificativa de Travis quando Ávilla perguntou o que havia acontecido, ela lançou um olhar para Santiago e ele concordou com a cabeça. Ainda na taverna, eles começaram a falar sobre a situação de Ávilla.

- Sim. Eu posso retirar o selamento, sem problemas. - Travis concorda pacificamente.

- E quando? - Santiago rebate.

- A hora que vocês quiserem.

- Vai conseguir fazer no estado que está agora?

- A que se refere? Estou em ótimo estado. - Travis fala terminando de virar seu copo de cerveja em uma golada.

Ávilla e Santiago trocam olhares tensos

- Travis, eu confiarei minha vida a você. - Ávilla comenta meia receosa.

- É uma honra. - Ele fala levantando da cadeira, pegando sua carteira para pagar a conta. - Mas, só poderei fazer a noite e na floresta a oeste de Hamatita.

- Qual motivo de ser a noite? - Ávilla questiona

- Restrições. Existem leis que não permitem que usem determinados feitiços dentro de Hamatita, a não ser que você trabalhe para o governo. Sendo assim, ninguém fica usando encanto atoa por aí e eles tem um equilíbrio melhor, caso o reino seja invadido. - Travis explicou com tanta seriedade que nem parecia a mesma pessoa de segundos atrás - de certa forma, o que faremos será ilicito. - Ele dá um clássico sorriso cheio de malícia.

Santiago respira fundo mas não contesta, se levanta da cadeira juntamente de Ávilla e vão em direção ao balcão atrás de Travis, eles pagam a conta e saem do bar. Faltava pouco para anoitecer, e a floresta era um pouco longe do local que eles estavam, Ávilla sugeriu que fossem andando, o contrário de Santiago. Mas no fim, todos acabaram concordando e foram caminhando atravessando a cidade até a floresta.

[...]

Conversando sobre vários assuntos, a caminhada pareceu rápida, nem se quer viram o tempo passar, quando chegaram na floresta simplismente esperaram jogando palavras ao vento, Travis e Ávilla estavam sempre gargalhando de piadas ruins, enquanto Santiago folheava um livro encostado em um tronco de Árvore. As vezes, lançava uns olhares para Ávilla, e seus olhos se encontravam, mas logo voltavam a fazer o de antes. Por fim, Travis escorou em um troco e apoiou sua cabeça com as mão, não demorou muito para tirar um cochilo ali mesmo.

Ávilla sentou ao lado de Santiago, interagindo com o livro dele, mas também não demorou muito para que ela dormisse escorada no ombro do mago, que sorriu quando olhou de canto e a viu em um sono profundo, ao passar das horas, no tédio, Santiago acabou tirando um cochilo também.

Aos sons dos animais noturnos, eles acordam quase todos no mesmo momento. Não perdem tempo e procuram um lugar com menos obstáculos no meio da floresta. Chegando em uma área mais vaga, Santiago ergueu com facílidade uma barreira de proteção, para casos de urgência. Travis posicionou Ávilla ao centro e logo começou o feitiço, todos ficaram encantados, modestia parte, ninguém esperava tamanha perfeição da parte de Travis.

O feitiço as mãos dele era até simples de se fazer. Um meio translúcido verde, com alguns fiapos de claridade escapados, ela girava rapidamente e na medida que aumentava, fazia um vento forte balançar as árvores da floresta. Travis ficava com a mão aberta, apontando para a esfera esverdeada e a outra mão posicionada, esperando alguma coisa; Ávilla jogava o cabelo para trás em meio ao vento e tentava enxergar o lado de fora, mas sem sucesso, apenas o vulto dos rapazes. Travis ergueu sua outra mão e fez um movimento brusco, como se estivesse puxando algo, quando fez isso, a esfera ficou menor, e cerrando o punho, ela parou de girar.

A floresta ficou parada por alguns segundos, apenas o som de uma coruja assombrava o local. Ávilla encostava a palma das mãos da esfera que a prendia como em um calabouso, sua face revelava tamanha confusão que sentia no momento. Travis cruzou os braços escorou em uma árvore.

- Agora é só esperar. - Ele fala em um tom tenso

- Por quanto tempo ela ficará presa lá dentro? - Santiago questiona

- Até começar a fazer efeito...

Antes de Travis continuar, é surpreendido pelos leves tremores de impactos dos raios inferiores da barreira. Alguns acertavam Ávilla, ela resistia, mas por fim, caí ajoelhada no chão envolvendo a parte do seu estômago com os braços cruzados, suava um pouco, os rapazes ficaram em alerta perante a situação mas era dificíl enxergar Ávilla dentro da esfera, os raios não paravam de cair, mas não feriam Ávilla de modo exposto, algo dentro dela parecia debater com o poder que Travis usou para romper o selamento dos poderes dela. Em determinada parte uma grande áurea dourada emanou do corpo dela, fazendo com que a pressão pudesse ser sentida até do lado de fora do bloqueio, a barreira notou tamanha hostilidade e diminuiu mais o tamanho, lançando mais raios sobre Ávilla, que por fim, diante de tantas ações involutárias caí desmaiada ao chão. Sua pele tinha alguns ferimentos, como queimaduras e sua testa feriu quando caiu.

- Travis o que foi isso? - Santiago disse correndo desesperado até Ávilla - Ei, Ávilla acorda - Ele sacodia o corpo dela - Ávilla!

- Eu não sei o que aconteceu, eu não fiz nada de errado - Travis se questionava andando de um lado para o outro - Como ela está?

- Eu não sei, ela não está acordada para dizer - Santiago segurava Ávilla, e murmurava uns palavrões em uma mistura de raiva e desespero.

- Precisamos sair daqui, os guardas dos plantões da noite com certeza não deixarão a pressão passar batido. - Travis explicava

- Me ajuda a pegar essas coisas aqui então! - Santiago apontava para alguns pertences levados a Hamatita. - Eu carrego ela, mas primeiro tenho que abrir o portal.

Travis com medo, apenas assentiu.

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