Last Woman

04: Respostas

𝐄𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐟𝐨𝐫𝐭𝐨 Santiago propõe a Ávilla para que fique com ele. A mansão dele era grande, e tirando a presença dele e de alguns poucos criados não havia mais ninguém. Um casarão lotado de livros em todos os cômodos, as únicas companias, até então de Santiago. Para Ávilla não há nada a perder, na mente dela já foi embora tudo o que tinha e o que poderia ter, declarou o fim da sua vida. No entanto, aceitou. Duas pessoas totalmente solitárias que agora teriam um ao outro, talvez esse seja o fator mais reconfortante.

Ávilla não se assusta com os papos mirabolantes sobre magia de Santiago, e nem com o fato dele ser um mago que pode fazer palavras escritas em páginas velhas se tornarem fatos reais. Para ela não soa como ameaça, observa todas as coisas que ele faz quanto a magia e presta atenção em tudo que ele fala que sabe com tanto orgulho. Uma das coisas mais interessantes que ela ouviu foi sobre as barreiras, ao questionar as sensações de quando passa pelo bloqueio.

Segundo o mago, existem vários tipos de feitiço que podem ser executados nos reinos celestiais, que são os mundos que ficam fora da compreensão de pessoas dos reinos puros por ter seres com dons especiais - como ele encarecidamente trata - a mansão Vylachrus, fica na barreira entre um reino puro e um reino celestial o que há torna um tanto quando assombrada vista por fora. Pessoas puras, não conseguem ve-lá ou encontra-lá, diferente dos celestiais, que podem ver, entrar e interagir. As barreiras, são literalmente o que diz o nome. Grandes - ou pequenas - esferas que guardam ambientes de ameaças. Existem de todos os tipos, barreiras de sinal, de proteção, de absorção... uma imensa lista, e a que protege a casa de Santiago, é uma barreira de ameaça - ela mesmo cuida de alertar o dono do feitiço, caso entre alguém nela.

E para completar, Santiago informou quê a forma de alertar o dono da barreira, é sentindo um choque no corpo, por isso não se recomenda que um mago abra várias barreiras de uma vez, já que se uma for rompida, não será facíl encontrar qual foi - o que ele denomina a fraqueza do feitiço - Ávilla teve várias aulas inusitadas durante muito tempo. O que passou a despertar o interesse dela.

Um dia no fim da tarde, estavam no jardim inferior da mansão, era como uma quadra, com grandes colunas de ferro e uma cobertura do mesmo, uma área de treinamento, também guardada por uma barreira de proteção para que se caso algo saia do controle ninguém ou nada se danifique. Ávilla ficava sentada em uma cadeira simples de madeira que ela mesmo trouxe de dentro da casa, a colocou em um canto e ficou sentada observando Santiago lutando contra o nada. A cada segundo era nescessário Ávilla tapar os olhos com as mãos devido a imensa claridade de cada feitiço, mas sempre que tinha oportunidade, ela observava com encanto. Em determinado momento Santiago dá uma pausa e se aproxima dela, se apoiando no mureta, bebericando uma garrafa de água. Ávilla o entrega uma toalha branca, e ele tira o suor do rosto gerado pelo intenso treinamento, e depois a joga por trás do pescoço.

- Você é estranho, Santiago. Me ensina tudo, mas não me ensina nada. - Ávilla diz em um tom sarcástico, mas estava de bom humor.

- O que quer dizer com isso? - Ele rebate no do mesmo jeito.

- É sobre minhas dúvidas reais. Eu estava interessada em saber qual era a história sobre ser Rainha que a menina do vestido chique azul me disse e você também, quando nos encontramos pela primeira vez. ‐ Ela explica gesticulando

- Vestido azul? - Ele sorri - Assim fica dificíl de entender, Ávilla. - Ele se vira para ela, interessado.

- Eu me esqueci o nome, mas você sabe do que eu estou dizendo. - Ela finaliza colocando algumas mechas de cabelo para trás da orelha

- Sei sim, é que é... gracioso te ver assim... confusa - Santiago dá um sorriso de canto jogando parte da sua franja para trás e desviando o olhar de Ávilla.

Ávilla se levantou, o encarando e gargalhando por ele estar vermelho - Mas você vai me explicar ou não? - Ela disse animada, colocando as mãos na cintura.

- Vou, vamos entrar. Vou me arrumar e desço. Me encontre na sala principal. - Santiago disse andando, logo sendo seguido de Ávilla.

[...]

A sala principal era no segundo andar, acima de onde fica exatamente o cômodo da entrada. Com grandes janelas acompanhadas de cortinas compostas de renda e seda marrons claras e altas prateleiras de livros. A parte da casa mais charmosa e aconchegante, com duas poltronas brancas - uma virada para a outra - e uma pequena mesa de madeira redonda com um tabuleiro de xadrez perfeitamente montado acima, Ávilla tirou seus sapatos para pisar no carpete que ocupava quase todo o chão, nas mesmas cores que a cortina, por ser virada para a rua, a sala era mais clara porém tinha um grande lustre ao meio quê devido ao sol dava reflexo no piano próximo as estantes de livro no canto do cômodo.

Santiago demorou alguns minutos até aparecer na porta, mal parecia a mesma pessoa que estava aos trapos treinando. Vestido com uma camisa preta de botões muito bem passada com as mangas arregaçadas e uma calça social na mesma cor. Ele sempre está muito bem vestido apesar de não compor muitas cores. Estava descalço também, já que não gosta que pisem em seus tapetes de sapato. O seu perfume inundou toda a sala, forte, mas doce, o que tornava o cheiro estranhamente gostoso de se inalar. Se sentou formalmente em uma das poltronas no tabuleiro de xadrez junto com Ávilla, e começou a contar tudo o que sabia.

- Há vinte anos atrás, duas grandes e desenvolvidas nações celestiais, denominadas de Quartzo e Jadeíta entraram em uma batalha mortal. A causa não se sabe, porém há uma grande possíbilidade de ser uma briga territorial, e que o causador da briga forá a governante de Jadeíta, que já citei a você. Bom, nessa luta, morreram várias pessoas. Quanto soldados quanto civis, inclusive o meu pai, e obviamente a sua mãe, que era a rainha de Quartzo. - Ele respirou fundo antes de continuar - há boatos que a rainha Óliver, mandou sua feiticeira esconder sua filha até que a guerra passasse, em um reino puro, de refência. A criança era muito pequena, e Óliver meio que já sabia o destino dessa luta, não quê a nação estivesse enfraquecida... e sim porquê um dos feiticeiros de Jadeíta tinha uma vantagem grande não contestada. O grande ápicie da história, são os milhares de cidadões que foram capturados ou mortos. Pessoas com dons especiais, foram forçados a trabalhar.

Ávilla paralizou diante de tanta informação - E aonde está a tal criança? Ela deve ser mais velha hoje, com certeza pode ajudar essas pessoas.

Santiago desviou o olhar do tabuleiro e encarou Ávilla profundamente, sorrindo. - Eu estou olhando para ela agora.

- Você insiste nisso mesmo né? - Ávilla fala emburrada, cruzando os braços.

- Não estou insistindo, a pedra foi eifeitiçada justamente para isso, para achar a criança. Pelos livros, Óliver era forte, muito forte. E a pedra puxaria a mesma energia que a dela. E encontrou você. Ellen foi um pretesto; - Ele finalizou relaxando na poltrona.

Ávilla ficou em silêncio apenas parecendo fazer cálculos consigo mesma.

- O que foi? Não acredita em mim? - Santiago diz ironicamente

- Não acredito e nem desacredito. - A resposta saí rápido. - Mas preciso de uma prova maior que palavras.

- Belo ponto de vista, tá certo, lhe darei. - Ele consente simploriamente - Acho que você faltou á aula sobre barreira não é? Eu expliquei, quê só consegue encontrar minha casa seres com dons especiais. - a frase saí em um tom um pouco irritado.

Ávilla recua um pouco, novamente perdida em sentimentos. - É... mas porquê eu não sei fazer essas coisas que você faz?

- Se não treinar não tem jeito, querida. - Santiago zomba - É o mesmo que pedir que uma criança nasça falando.

Ávilla torce o nariz, inconformada. Mas Sabia que Santiago tinha razão. - Então me prepare, já que tenho tanto pontencial. Se você conseguir, eu aceito tudo isso, e vamos atrás dos objetivos do seu pai. - Ela fala levando a rainha do xadrez próximo ao rei, como um xeque-mate.

Ele observa a jogada, sorri e olha para Ávilla - Fechado, majestade. - finaliza capturando a rainha dela com um peão.