4 - Chocolate

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Eu estava parada encarando um quadro velho na parede de uma das casas em que estávamos vasculhando, ele me chamava bastante atenção

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Eu estava parada encarando um quadro velho na parede de uma das casas em que estávamos vasculhando, ele me chamava bastante atenção. Sou tirada do meu transe com um beliscão e me viro assustada.

— Ai! Por que me beliscou? - pergunto, passando a mão no braço.

— Pra você acordar. Anda, temos que voltar. - Daryl disse indo até a porta.

Revirei os olhos e fechei o zíper da minha mochila, saindo da casa também. Daryl subiu na sua moto e eu e os demais entramos no carro.

— Vão na frente, vou ver se acho mais alguma coisa aqui por perto, chego em Alexandria antes do anoitecer. - Daryl disse, ligando a moto.

— Tem certeza de que precisa ir hoje? Já temos suprimentos suficientes até a próxima patrulha. - Maggie exclamou um tanto preocupada.

— Podem ir, eu volto logo.

Daryl arrancou com sua moto e Glenn acelerou com o carro, indo na direção oposta. Encostei minha cabeça no vidro do carro e passei minha faca pela madeira do arco, desenhando um S.

— Ei! - levanto a cabeça, encarando Abraham - quem te ensinou a usar o arco? Você se saiu bem com ele lá atrás.

Sorri olhado para a arma, passando o dedo pela letra que eu tinha feito.

— Minha mãe me ensinou, ela sabia usar todo tipo de arma. Ela me ensinou para quando eu precisasse me defender, e bom, é importante saber usar armas nesse mundo em que estamos vivendo.

Abraham assentiu e abriu a janela do seu lado.

— O que aconteceu com a sua mãe? - perguntou.

— Abraham! - Glenn o repreendeu.

— Tá tudo bem - sorri - ela tinha câncer, ela ainda tava viva quando tudo começou, mas ela não aguentou e acabou morrendo.

— Sinto muito. - colocou sua mão no meu ombro e balançou.

Ficamos em silêncio o resto do caminho até Alexandria, e eu aproveitei para olhar a paisagem pela janela. Era possível ver alguns zumbis entrando e passando pelas florestas, e eles se viravam quando ouviam o barulho do carro.

Depois de um tempo chegamos em Alexandria, Eugene abriu o portão e entramos. Descemos do carro e Glenn abriu o porta malas, revelando algumas caixas de enlatados que havíamos achado.

— Como foi a ronda? - Rick perguntou, aparecendo ao nosso lado.

— Pegamos bastante coisa - Maggie disse sorrindo.

— Foi difícil pra você? - perguntou virando em minha direção.

— Foi fácil, já fiz isso antes - dou de ombros - vou levar as coisas da minha mochila pra Olivia, vejo vocês depois.

Fui até Olivia e encontrei Carol, que sorriu pra mim. Abri a mochila e tirei todos os suprimentos e comida que eu havia encontrado e guardado.

— Onde achou tanto chocolate? - Olivia perguntou, pegando as barrinhas.

— Tinha uma loja de doce abandonada, sou uma adolescente preciso de doces - brinco - também achei alguns remédios em uma farmácia, espero que sirvam pra algo.

— Pode deixar aqui que eu levo para a Denise depois - Carol disse e eu assenti - toma, fica com duas barras de chocolate, você as encontrou e tem o direito de aproveitar.

Sorri e peguei as barrinhas, agradecendo a Carol. Me despedi das duas mulheres e voltei a andar pelas ruas da comunidade com a mochila nas costas. Encontrei Enid e Carl conversando e eles sorriram pra mim, retribui e continuei andando.

— Scarlett!

Me virei e Enid vinha até mim.

— Oi, quer fazer alguma coisa hoje? Eu e o Carl vamos jogar na casa do Peter, você pode ir também.

— Vou pensar, to bem cansada da ronda, talvez eu tome um banho e vá dormir - sorri fraco, esticando uma das barras na sua direção - toma, você gosta?

— Chocolate? Onde você encontrou? - perguntou surpresa.

— Achei uma loja cheia, ainda tem mais por lá, não deu pra trazer tudo - ajeitei a alça da mochila - algum dia eu te levo lá, e podemos nos entupir de doce.

— Scarlett, você é uma salvação para nós - você nem imagina - caiu dos céus.

Enid me puxou para um abraço e eu ri fraco retribuindo. Me despedi e mandei um tchau pro Carl que observava tudo de longe. Entrei em casa e subi direto para o meu quarto, joguei a mochila em cima da cama e peguei alguns sacos de doce que eu havia pego e escondi dentro do armário para que ninguém pegasse, nunca se sabe. Peguei uma roupa e fui para o banheiro tomar um banho rápido.

Depois do banho, desci para a cozinha e bebi um pouco de água, vendo Glenn sentado no sofá da sala comendo um prato de macarrão. Passei por trás dele e dei um tapa na sua cabeça, subi as escadas correndo e ri ao ouvir ele me xingando. Me tranquei no quarto e me joguei na cama, caindo no sono.

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