Capítulo 4

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Fico um pouco atordoada mas me recomponho e vou para o meu quarto, de onde eu não deveria ter saído.

Os primeiros raios do amanhecer aparecem quando entro no meu quarto. Minha cama está como deixei.

Estou me sentindo tão cansada que tenho que voltar a dormir, mesmo que seja só por uma hora. Meu corpo precisa disso e adormeço quase que imediatamente.

- Você precisa de alguma ajuda, senhorita ou talvez possa te mostrar por aí?

O jovem que me questiona parece atlético. Ele tem a pele escura e seus olhos são como a escuridão. Seu cabelo castanho emoldura seu rosto com a barba.

- Muito obrigada, eu sou nova aqui e acho que estou um pouco perdida.

- Bom, fico feliz em ajudar, deixe-me me apresentar primeiro. Sou Ludwig Eberwald. Atualmente estou estudando biologia aqui. Posso te perguntar seu nome?

Quando se apresenta, ele curva ligeiramente, como um cavalheiro, eu acho imediatamente agradável. Ele não parece em nada com os outros alunos que conheci.

Eu sorrio de volta para ele e agarro os dois lados da minha saia para fazer uma reverência também.

- Prazer em conhecê-lo...

Não tenho tempo para terminar minha frase, quando sou levada por uma força desconhecida. Os corredores da universidade desaparecem e dão lugar a uma escuridão aterrorizante de uma floresta.

Eu me sinto totalmente perdida aqui, enquanto uma chuva gelada cai no meu rosto.

Meu corpo enrijece quando ouço um lobo uivando. Eu posiciono o medalhão contra mim. É o mesmo da última vez.

Como se fosse minha salvação, abro o medalhão e o rosto do jovem aparece dentro.

A foto está em preto e branco, mas acho que seus olhos são muito claros e seu cabelo comprido, cai em seus ombros.

Quem é esse garoto? De quem é a foto no medalhão que carrego em meu pescoço? Tenho certeza que nunca o vi na vida.

Mais uma vez acordo com um susto. De novo era só um sonho.

Minha cabeça está pesada. Todas essas visões noturnas me esgotaram.

Mesmo com tantas perguntas, cansaço e vontade de voltar a dormir, eu me levanto e decido preparar um banho para me ajudar a acordar.

Depois do meu banho relaxante, desço para tomar um café da manhã mas paro meu caminho da cozinha, quando ouço a campainha tocar.

Quando abro a porta, me assusto vendo duas crianças me encarando. Elas me lembram alguém. O casal possuem um cabelo preto, incrivelmente azulado, seus olhos são grandes e verdes como esmeralda.

— Cadê meu papai?

A menininha pergunta olhando para dentro da casa dos Bartholy. Imediatamente penso que elas foram abandonadas aqui. Abaixo para ficar na altura deles para tentar ajudá-los.

— Papai? Quem é seu papai?— pergunto.

— Hey, eu sou a Laura.— uma mulher incrivelmente bonita, dos cabelos loiros e grandes me cumprimenta de surpresa. Levanto analisando melhor sua fisionomia. Tenho quase certeza que já vi um quadro com seu rosto na casa.

Suas mãos estão cheias de mochilas infantis e no chão algumas malas de viagem. Quem são esses doidos?

— Olá, sou Jade. No que posso ajudá-los?

— Moramos aqui, sou esposa de Peter.

Meus olhos crescem sem eu ao menos consiga disfarçar o espanto. Então é deles que a Lorie ficava falando.

Ninguém me avisou nada sobre eles mas creio que seja por serem muito reservados.

— Ah! Que ignorância a minha, podem entrar. Vou ajudá-la com a mala.

— Obrigada! Cuidar de duas crianças agitadas e várias malas não é fácil.— ela abre uma porta, que até então eu não tinha espiado, e revela um quarto infantil lindo.— Podem entrar crianças. Jade, você é a nova babá da Lorie?

— Sim, sim. Cheguei aqui em algumas semanas.

— Seja bem-vinda então, estávamos em viagem e não consegui chegar a tempo por problemas com passaporte. Lorie é um pouco difícil mas é uma garotinha adorável.

— Laura?

Peter a chama de longe, imagino que ouviu sua voz quando chegou.

— Estou aqui, meu amor.

Ele sobe com um sorriso no rosto que eu nunca tinha visto, seu olhar é cheio de paixão e deduzo que ele a ama muito.

— Que saudade que eu estava.

O abraço deles dura longos segundos. Não demora muito para as crianças sairem do quarto gritando e correndo para os braços de Peter. Eles são idênticos, uma cópia fiel ao pai. Fico impressionada com o carinho que ele tem pelos três.

— Olá, Jade. Essa é minha família.

— Oi. Eu os conheci, parabéns para vocês. É uma família muito linda!

— A Lolo está aqui?— o pequeno me pergunta, tirando a chupeta cheia de furinhos no bico.

— Está em seu quarto.

Ele se vira e começa a correr, Laura para o filho rindo nervosa.

— Sem correr, Piter. Jade, foi um prazer, nos veremos mais vezes mas agora vou dar um banho nas crianças e descansar.

— Tudo bem, até mais.

Sorrio me despedindo do casal e da garotinha que ficou. Meu sorriso morre quando vejo Drogo saindo de seu quarto.

— E aí, coitadinha. A noite que você passou no quarto do meu irmão terminou bem?

Posso sentir minhas bochechas formigando. O que ele está pensando?

Peter volta para o corredor e parece que ouviu o que o irmão disse, pois sorri envergonhado.

— Meu querido, irmão, adivinha só? Nossa babá ouve vozes à noite... ou talvez ela seja sonâmbula... ou louca também.

— Drogo, me desculpe falar sobre isso de novo mas eu tenho certeza que eu ouvi um barulho vindo do quarto do seu irmão.

— Então você disse a si mesma: Vamos dormir no quarto do Nicolae... Só por segurança! Bem, se você ouvir um barulho vindo do meu quarto essa noite, fique à vontade para aparecer! Estarei te esperando.

Fico sem palavras diante da sua falta de educação, e apenas reviro os olhos.

O Peter parece notar minha angústia e dá a seu irmão um olhar de desaprovação, mas Drogo não presta a menor atenção a ele.

— Seja mais legal com ela, Drogo.

Seu irmão o repreende mas ele não parece ligar com seu comentário. Peter me dá um último olhar de piedade e volta para o quarto.

Capítulo sem revisão.

It Is Love - NicolaeOnde histórias criam vida. Descubra agora