Aprisionada por um Vampiro - I

🥀Capítulo 10🥀

Os seus dedos se contrariam a minha pele fortemente, causando arrepios de pavor enquanto continuamos a caminhada em passos apressados. Ele me guia com facilidade, como se eu fosse apenas um objeto totalmente frágil. Passamos por diversos lugares, onde haviam vários empregados que me olhavam estranho, mas eu não dei bola, tenho problemas maiores como o maluco do Ethan que me guia para algum lugar, e pela sua varocidade percebo que é realmente sombrio.

Ele me empurra para fora de casa e os meus pés deslizam na cerâmica, caio de joelhos e bato as mãos no piso. As mechas dos cabelos ondulados agridem a face, os meus braços tremem de tanto frio e quase não aguentam o peso do corpo. Ergo o queixo lentamente enquanto sinto o vento mais forte nas bochechas que com certeza já estão bem vermelhas.

Encaro Ethan por cima do ombro, levando as pupilas na direção das sombrancelhas, a vontade de lhe estraçalhar só cresce por dentro de mim, porém, a situação não favorece. Poderia cravar as unhas naquele pescoço e logo após lhe levar a óbito. Não fazeria falta. Puxo um sorriso para esconder a decadência do corpo, demonstrando a minha falta de sanidade. Sei que quando mostro os dentes deixo ele louco.

Conserto as costas, permanecendo sentada ereta, com as mãos sobre as colchas. Observo os pinheiros se oscilando numa longa distância, a floresta a frente parece ser densa e os pássaros que cantam nelas me causam um certo desespero. Fugir daqui é uma tarefa impossível, digo não só pelos seguranças e pela floresta sombria que rodeia a residência, mas também pelo muro alto. Ainda mais, não sei ao menos onde estamos.

O céu esta nublado, colaborando para a horripilante cena de terror que presencio. A minha garganta se fecha cada vez mais assim como os ossos parecem não quererem receber as ordens da mente. Estagnada. Não há uma outra palavra para se referir a mim neste momento.

--- Entre! --- ouço a voz grossa de Ethan ecooar alta no ambiente. Recebo um choque ao abaixar os olhos e fitar a piscina que se localiza logo a frente. A água deve estar tão fria que certamente irei congelar dentro dela. Uma lágrima banha um bochecha e imediatamente, sem deixar que Ethan perceba, eu a limpo. 

Eu não choro! Eu não choro por nada! Repito a frase varias vezes, mentalmente.

Sei que mesmo se recusar, o garoto vai me obrigar a entrar. Como pode ser tão impiedoso?

--- Esta com medo? --- questiona enquanto se abaixa e inclina a cabeça para perto da minha, pega uma mecha do cabelo e a encaminha para detrás da orelha lentamente. O seu dedo é menos frio que o piso, mas mesmo assim causa um alvoroço na pele. --- Quer entrar e pedir desculpas a frente de todos, e também falar o quanto você é atirada! Aah, e claro, de joelhos. --- Eu simplesmente te detesto, Ethan!

--- Nem morta --- falo entre dentes. Somente eu que estou sentindo essa brisa aterrorizante? Por que ele também não senti?

--- Ok... --- solta uma gargalhada --- Então acho que vou ter que força-la a possuir disciplina! --- observo-o pelos cantos dos olhos e enxergo o quanto ele se aproveita. Sou ciente que é louco para mandar em mim. O meu corpo é a sua verdadeira ambição, e por mais que tente demonstrar o contrário, eu sinto isso.

--- Quer que eu também tire a roupa? Acho que aqueles homens iram amar. E vai ser uma maravilha ter tantos olhos centrados em mim --- meus dedos trêmulos agarram a borda da camisola e começa a leva-la para perto da cintura, até que Ethan agarra o pulso de um dos meus braços. Sabia que as palavras trazeriam reações de sua parte. 

--- Não ousei! --- exclama me apertando a medida que os seus lábios se encostam no meu ouvido. Se levanta e encara os seus seguranças --- Saiam daqui. E se alguém espionar, morre! --- sua fala é fria.

--- Você é tão egoísta! --- anuncio baixinho --- Não quer dividir nem a diversão? --- questiono, dando risadas.

--- Entre na piscina! --- manda.

--- Você não manda em mim! --- solto a soberba que existe por dentro. Me agarra no braço e me levanta.

As minhas pernas tremem e lutam para me segurar.

‐-- Me solta! Eu vou sozinha --- arrumo a camisola e sigo na direção da piscina.

Ethan fica parado, apenas observando o meu queixo erguido enquanto desço a fundo, e a água gélida começa a me engulir. Chegando no meio da escada que ia de uma ponta a outra da piscina, com o líquido na cintura, eu me sento em um dos degraus e deito a cabeça na água. Começo flutuar ao mesmo tempo que puxo um sorriso brilhante no rosto. Sinto o corpo paralisado, é como se estivesse congelando. A pele treme, os batimentos se tornam lentos e respirar esta sendo uma tortura. Tudo vai parando constantemente, e percebo que as únicas lembranças boas que ainda posso ter é ao lado dos meus pais.

Você ainda me paga, Ethan! Posso até morrer hoje, mas irei te assombrar nos sonhos!

O sorriso se desfecha assim que uno as pálpebras. Agora é o fim.

Hoje eu estou perversa, hein!
Gente, vamos nos reunir e matar o Ethan? Vocês topam?

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