Conto - O Policial - Parte 5

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As coisas mudaram entre nós, elas ficaram ainda mais intensas e constante. Temos passado boa parte de nosso tempo livre juntos. O sexo está a cada dia mais incrível, Gina diz que rejuvenesci alguns anos. Não estou acostumada com essa fase, geralmente não houve nas relações recentes que tive. É bom poder redescobrir isso, especialmente a essa altura de minha vida.

Val agendou uma reunião para o primeiro horário, todos estão agitados. Segui com minha rotina, quando ela chegou fui para sala de reuniões.

- Como é bom voltar. – Disse ela, fingindo que esqueceu o surto da última vez que nos reunimos. – Estou ansiosa para prosseguir com os projetos. A nossa edição passada foi um sucesso, vejo que aprendeu muito comigo Diana, não é?

Ela só pode estar brincando, afinal o que fiz foi exatamente o oposto da linha de trabalho dela.

- Fiz o que minha formação e os anos de carreira ensinaram. – Mantive a serenidade, mas apenas no tom de voz.

Ela sorriu amarelo.

- Então, para a próxima edição estou com ótimos planos. Uma sessão de fotos nas Maldivas, aquela paisagem me inspirou.

- O tema da próxima edição está fechado, inclusive os anunciantes e a modelo de capa começaram a trabalhar no conceito. – Informei.

- Pode cancelar tudo, será o conceito que planejo. Inclusive, façam notas e comecem a organizar.

- Val, não podemos fazer isso, metade do trabalho está feito. A empresa francesa irá lançar um produto novo produto, exclusivamente nas nossas páginas, seguindo o mesmo tema.

- Diana, sei que assumiu a direção enquanto estive fora, mas a revista é minha e você uma subalterna. Apenas faço o que eu digo. – Ela revirou os olhos.

Não vou discutir e perder a minha razão, isso está errado e não sou eu quem irá arcar com as consequências. Existem contratos assinados, ela não pode simplesmente fazer o quer.

Estou com zero clima para sair e dançar. Liguei para Ben e cancelei nossa noite fora, mas o convidei para passar aqui em casa. Não nos vimos muito essa semana, ele está trabalhando longas horas. Existe um caso grande para ser solucionado.

- Me desculpa, mas eu tive um dia péssimo no trabalho. – Falei.

- Não tem problema, só quero que você fique bem. – Ele sentou ao meu lado. – Quer conversar?

Foi uma boa surpresa ouvir aquilo. Estou precisando falar com alguém que não esteja envolvido na revista.

- Acho que meu tempo na revista acabou. Pode parecer vaidade, mas eu não posso mais receber ordens de Val. Assisti-la destruir o que construí. É ultrajante.

- Eu sinto muito, Diana. Sei o quanto ama o seu trabalho. – Ben acariciou minha mão. – E não é vaidade, quem pensar assim está errado.

- Trabalho duro, desde o meu primeiro emprego. – Estou nervosa e começando a sentir dor de cabeça. – Estou nessa posição porque sou capaz, tenho conhecimento o suficiente para liderar. Ouvir alguém tentando subestimar isso me deixa no limite.

- Não se permita atingir. Reflita e tome a decisão mais acertada, apenas não faça nada de cabeça quente.

- Tem razão, estou fora de condições para pensar com objetividade. – Olhei para ele. – Sou uma péssima companhia hoje.

- Não, nada disso. – Se apressou em dizer. – Posso fazer aquela massagem e ajudar você a relaxar.

Massagem de Ben ou passar a noite remoendo a irritação?

Coletânea Fardados - ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora