Conto - O Bombeiro - Parte 5

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Ryan e eu vamos muito bem, devagar, mas construindo uma base de confiança e honestidade. Na próxima semana tenho uma audiência do divórcio, minha advogada tentará uma conciliação. Para que Barry finalmente assine a papelada, ele não tem direito de manter presa.

Como estou sem trabalho, tive uma ideia. Tenho feito cupcakes, biscoitos e bolos para vender. É algo que sempre fiz muito bem, rendendo vários elogios e pedidos para levá-los a festinhas infantis e eventos. Mamãe está ajudando, ela tem sido a minha divulgadora oficial. Até Ryan tomou parte, ele levou uma cesta para grupamento de bombeiros. Conseguiu vender tudo e me garantir uma encomenda de cupcakes decorados para um aniversário.

Minha mãe levou Peter para ficar com ela, assim posso cuidar do pedido com foco total. Estou terminando de confeitar os verdes, um toque de granulado colorido e os levo para caixa. A cliente virá buscar em alguns minutos, ela é esposa de um bombeiro do grupamento de Ryan. O marido levou um dos cupcakes da cesta para casa e ela adorou.

Acabo de finalizar e embalar todos eles, corri para tomar um banho e trocar de roupa. Apesar de estar limpo, não é legal entregar a encomenda de avental e lenço no cabelo.

Ela veio no horário combinado, fez o pagamento e saiu com um sorriso. Espero que ao prová-los mantenha a expressão satisfeita.

2

Subi para limpar a cozinha, mamãe ligou avisando que Peter quer dormir lá. Ela irá levá-lo a uma feira do bairro pela manhã. Pelo menos ele está se divertindo, fico apreensiva com a ausência dele. Ele não dorme fora, a outra avó não é muito paciente com crianças. Barry se esquiva quando o pequeno pede e eu não tenho confiança em deixá-lo na casa de amiguinhos. Talvez eu seja super protetora, mas ouvimos e lemos cada coisa nos jornais que é difícil confiar.

A campainha tocou, larguei o pano de prato e fui abrir a porta.

- Oi, linda. – Falou Ryan.

- Oi, querido. – Dei passagem para ele, trancando a porta a chave.

- Como foi com a Hilary? – Perguntou.

- Bem, ela veio no horário e achou tudo lindo. Espero que esteja saboroso e todos gostem. – Ele se aproximou, mas não tocou em mim. Deve estar pensando que Peter está em casa.

Para evitar confundi-lo, nós não temos nada diante do meu filho. Pelo menos até que o divórcio saia e nossa relação ganhe mais profundidade.

- Tenho certeza de que estão deliciosos. – O surpreendendo, o prendi em abraço. – O Peter?

- Na casa da minha mãe, vai dormir lá. – A expressão dele se animou de imediato. – Vou ficar sozinha hoje.

Ryan sorriu e me beijou, um beijo bem assanhado.

3

Sugeri preparar o jantar, mas ele se atentou que cozinhei o dia todo e pediu uma pizza. Que comemos com vinho, no sofá da sala e assistindo a um filme. Geralmente não fazemos isso, é a primeira vez que estamos assim apenas relaxando juntos. A sensação é ótima, uma tranquilidade muito reconfortante. Ryan é um oceano de paz em meio ao meu caos, um sopro de vitalidade e alegria nos meus dias. Ele é muito paciente e atencioso, estamos nesse jogo a mais de um mês. Qualquer outro teria pulado fora, se resumir a saídas esporádicas e troca de beijos não é o suficiente. Não quando se é adulto e claramente existe o desejo mútuo.

Estou com a cabeça no ombro dele, nossas mãos entrelaçadas.

- Ry, você realmente está confortável com a nossa posição?

Coletânea Fardados - ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora